Dos ollies e flips a dono de um império bilionário, que compreende empresas do ramo da tecnologia, mídia e clubes de futebol, John Textor, dono da SAF do Botafogo, ganhou os holofotes e se tornou uma das figuras mais conhecidas do futebol brasileiro, seja pela gestão que levou o Glorioso a disputar títulos ou pelas críticas à arbitragem e denúncias de manipulação de resultados.
O empresário norte-americano de 59 anos, que já foi reconhecido como o ‘Guru da Realidade Virtual de Hollywood’, é dono de uma fortuna avaliada entre $1 bilhão e $1,5 bilhão de dólares (R$ 5,9 e R$ 8,9 bilhões, na conversão atual), segundo a Forbes.
Atualmente, Textor é sócio-majoritário da Eagles Football Holding Limited, um conglomerado que gere clubes de futebol e tem, sob seu guarda-chuva, o Botafogo, Crystal Palace, da Inglaterra, Lyon, da França, e o RWD Molenbeek, da Bélgica.
O empresário é formado em Economia pela Wesleyan University, do Estado de Connecticut, e, em seu site, se descreve como ‘programador que se tornou empresário’. Na década de 1990, quando tudo ainda era ‘mato’ na internet, Textor fundou diversas empresas de tecnologia digital.
Além da construção de sites, os negócios do empresário variavam entre programação de sistemas de segurança e a criação de ambientes 3D e de realidade virtual para jogos eletrônicos.
Estabelecido financeiramente, Textor entrou ‘de cabeça’ no mundo da tecnologia a partir da década de 2000. Em 2006, ele comprou a Digital Domain, empresa de produção de efeitos especiais para cinema, fundada em 1993 pelo diretor James Cameron.
Três anos depois, a empresa ganhou um Oscar pelos efeitos visuais do filme O Curioso Caso de Benjamin Button, dirigido por David Fincher. A Digital Domain entrou em falência, no entanto, em 2012, e Textor acabou processado em mais de $80 milhões de dólares, sendo absolvido.
No mesmo ano, ele também fundou a Pulse Evolution Corporation, responsável por produzir hologramas ultrarrealistas e tecnologias de realidade virtual, realidade aumentada e inteligência artificial.
Textor, no entanto, por pouco não seguiu uma carreira completamente diferente no mundo dos esportes. Criado em Palm Beach, na Flórida, o então adolescente era skatista profissional na década de 1970, até que um acidente mudou o rumo de sua carreira.
Rival de lenda do skate e investimento em esportes
De acordo com sua própria biografia, Textor cresceu em uma família de classe média na Flórida, nos Estados Unidos, e trabalhava em uma empresa de fretes durante suas férias de verão. Em seu tempo vago, o skate era seu hobby, e Textor mostrava ser um atleta promissor.
O jovem, à época, competia em provas de skate freestyle e foi um dos grandes destaques de sua época. No livro A Secret History of the Ollie (Uma História Secreta do Ollie, em tradução livre), o historiador Craig Snyder cita Textor como o único capaz de rivalizar com Rodney Mullen, um dos maiores ícones do skate mundial.
No entanto, Textor bateu a cabeça em um grave acidente de skate no começo da década de 1980, o que fez com que ele desistisse da carreira de skatista e voltasse os olhos à própria educação e à tecnologia.
Mas Textor nunca abandonou verdadeiramente os esportes. Já como um empresário consolidado, entrou no mundo dos negócios esportivos em 2015, quando fundou a plataforma de streaming fuboTV, difundida nos EUA e na Europa e focada em transmissão de jogos.
Em 2020, ele vendeu parte de suas ações na empresa, que foi listada na Bolsa de Valores de Nova Iorque e chegou a um pico de avaliação de mercado de U$ 8 bilhões.
Após deixar a companhia, começou a investir em clubes de futebol. A primeira aquisição foi de 40% dos direitos do Crystal Palace, da Inglaterra, em parceria com outros empresários. Ao todo, ele investiu $86 milhões de libras esterlinas (R$ 653 milhões, na cotação atual) pela compra do clube inglês.
A compra da SAF do Botafogo aconteceu em janeiro de 2022, quando Textor adquiriu 90% do clube carioca. Na mesma semana, ele comprou 80% do time belga RWD Molenbeek.
Em junho, seis meses depois, se tornou dono do Lyon, da França, após comprar 40% do grupo responsável pelo clube.