Heloísa Passos, criadora da Trexx, já foi reconhecida em diferentes premiações por causa de sua iniciativa criativa
2 out
2024
– 05h02
Resumo
Heloísa Passos, de 31 anos, é fundadora da Trexx, uma fintech de games que oferece soluções financeiras para o mercado de jogos online.
Aos 31 anos, Heloísa Passos carrega uma série de reconhecimentos. Ela esteve na lista da Forbes Under 30; foi nomeada uma das top 6 Women in Web3 2023 América Latina pela Women in Tech; e, mais recentemente, foi considerada uma das maiores Innovators Under 35 Brasil 2024, pelo MIT.
Formada em Design de Animação e pós-graduada em Economia Criativa, a jovem é fundadora da Trexx, uma fintech de games.
- Fintech é o termo usado para designar empresas que introduzem inovações no mercado financeiro através de tecnologia. No caso da Trexx, as plataformas de jogos online se tornaram plano de fundo para movimentações financeiras.
“O que a gente faz é criar soluções financeiras para o mercado de games, do lado dos jogadores, pensando em acesso financeiro através dos próprios ativos dos jogos. E aí, a gente consegue colocar os desbancarizados também que têm dificuldade em poder provar crédito para instituições financeiras”, explica Helô, que resume o objetivo da Trexx como “prover acesso financeiro”.
A startup trabalha com carteiras digitais baseadas em blockchain — tecnologia que registra e rastreia transações –, programas de fidelidade com missões dentro dos jogos e até análises comportamentais dos usuários. Esses serviços são oferecidos em parceria com outros desenvolvedores e instituições, no modelo Business to Business (B2B).
“Tudo vai depender do tipo de parceria que a gente tem. Alguns clientes usam white label para o que a gente faz. Outros clientes usam a própria estrutura da Trexx mesmo para poder divulgar as missões. Pensando em retenção, engajamento e aquisição, que é um gargalo muito grande da indústria de games”, afirma a empreendedora.
Início no empreendedorismo e ascensão
Helô considera que um dos diferenciais para seu sucesso foi a sua experiência com o mercado criativo antes de se jogar no empreendedorismo. Ela abriu a primeira empresa em 2017, impulsionada por um burnout.
“Eu trabalhava já com tecnologia e criatividade há 12 anos. Tinha atendido grandes marcas, só que eu tive um burnout. E aí eu pensei, gostaria de trabalhar de uma forma diferente do que estou vivendo. Na época, não tinha home office como agora, então todo mundo era só presencial e eu prezava muito por essa liberdade da criatividade”, afirma.
“A diferença é que eu vim do mercado criativo para o mercado de negócios e normalmente a galera vai no mercado de negócios e já começa a empreender”, complementa.
A primeira empresa de Helô era focada em consultoria de design e, segundo ela, chegou a atender marcas como Magalu e Stone. Em 2020, porém, Helô viu na intersecção blockchain e jogos uma possibilidade de negócio.
“Eu já estudava um pouco desde 2017, quando comecei com o mercado de fintechs, e eu vi essa junção”, afirma.
A inspiração da empresária foi o mercado asiático, em especial as Filipinas, país que já se destacava com as criptomoedas mas que passou a explorar o retorno financeiro através dos games.
“Eu entendia que o que estava acontecendo no Sudeste Asiático ia acontecer com força em outras economias emergentes. Então, meio que surgiu assim. Já era apaixonada por games desde criança, mas transformei essa paixão em um negócio”, afirma.
Heloísa vê com otimismo a expansão do mercado financeiro vinculado aos games no Brasil. Ela prefere não divulgar dados sobre faturamento de sua empresa, mas compartilha que a Trexx está finalizando sua segunda rodada de captação de recursos.
Hoje, são 12 funcionários envolvidos na plataforma, que começou as operações no ano passado. Entre os projetos pelos quais Helô está mais animada estão o contrato firmado com o canal de televisão por assinatura Woohoo, voltado para o público gamer, e a parceria com a Turma da Mônica, no metaverso.