Príncipe saudita desdenha de críticas por uso político do futebol: “Não ligo”


A Arábia Saudita gastou quase € 1 bilhão (R$ 5,2 bilhões) em contratações no futebol, desbancou grandes ligas da Europa, e deve continuar investindo. Sem qualquer preocupação com questionamentos éticos ou sobre o uso político do esporte. Ao menos é o que garante o príncipe herdeiro do país e responsável por todo o projeto, Mohammed bin Salman.

Príncipe da Arábia Saudita diz que “não liga” para “sportswashing”

“Bom, se sportswashing vai aumentar meu PIB em 1%, acho que vou continuar fazendo sportswashing“, declarou o príncipe saudita.

O jornalista retrucou.

– Você está tranquilo com esse termo?

– Eu não ligo. Tive crescimento de 1% no PIB com esporte e projeto mais 1,5%. Chame do que quiser, vamos conseguir esse 1,5% – respondeu Mohammed bin Salman.

Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita — Foto: Getty Images
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Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita — Foto: Getty Images

Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita — Foto: Getty Images

Bin Salman é príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita. Ele é idealizador do projeto que visa diversificar a economia do país e torná-la menos dependente do petróleo. O futebol entra no plano para atrair visibilidade internacional e também atuar no crescimento do turismo.

O líder comanda o PIF, fundo de investimento do país, que é sócio-majoritário dos quatro maiores clubes sauditas e do Newcastle, da Premier League. Dono de uma fortuna de 25 bilhões de dólares (cerca de R$ 124 bilhões), Salman acumula polêmicas.

Ele é acusado pela CIA (agência de espionagem dos EUA), de ter sido o mandante do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, opositor do governo saudita. O príncipe herdeiro negou as acusações, mas assumiu a “responsabilidade” (entenda no vídeo abaixo).

Bin Salman assume responsabilidade pela morte de Khashoggi

Bin Salman assume responsabilidade pela morte de Khashoggi

Como líder da Arábia Saudita, ele arquitetou a intervenção no Iêmen, país vizinho que vive grave crise humanitária. Sob o governo de Salman, houve outros incidentes diplomáticos, como a prisão do Primeiro Ministro libanês Saad Hariri em 2017 e a perseguição a feministas na Arábia Saudita entre 2018 e 2019, com a prisão de ativistas.


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