São os eixos que determinam a quantidade de carga que cada caminhão pode transportar. O valor da cobrança do pedágio varia de acordo com a quantidade de eixos.

A medida vale para todas as praças de pedágio distribuídas pelo corredor viário da Rodovia Washington Luís (SP-310) e demais trechos administrados pela concessionária Eixo-SP. Além de um trecho da Econoroeste. Veja, em detalhes, abaixo, na reportagem.

O eixo do caminhão é o principal responsável pelo equilíbrio e distribuição de peso do veículo, o item liga os pneus de uma lateral a outra e pode ser de diversos tipos e rodagens.

O motorista Adriano Pedrazoli transporta cargas há muitos anos. O caminhão dele tem cinco eixos. O valor médio, segundo ele, pago em pedágios mensalmente é de cerca de R$ 1,5 mil por veículo.

“Com todos os eixos rebaixados, o valor deverá ficar em torno de R$ 2,5 mil por mês”, calcula.

Os eixos suspensos, muitas vezes, não são cobrados nas praças de pedágio. O caminhoneiro Edilson é natural da Bahia, mas com a profissão, vive pelas estradas do país.

“O eixo suspenso é um meio de economia. E tudo o que pudermos economizar na estrada é viável”, afirma.

Para o motorista Claudemir Montanheri, a medida vai impactar bastante no bolso. Ele gasta cerca de R$ 11 mil por mês com pedágios e o eixo suspenso, para ele, trazia muita economia.

“Para mim, na casa dos R$ 4 mil em média. A medida, para ele, demonstra pouco caso com a classe dos motoristas de caminhão”, disse.

Outros caminhoneiros também opinaram sobre o nosso sistema de cobrança. Jonas Nascimento dos Santos também se mostrou contrário à medida. “Acho que é um erro. Tem que deixar o povo trabalhar mais sossegado”, criticou.

Marcelo Spadão também é motorista e disse que a medida é correta. “Se está carregado tem que pagar com ele rodando. Aí, não erguemos o eixo. Só erguemos se estiver vazio”, especificou.

A partir desta próxima segunda-feira (18), as concessionárias responsáveis pelas regiões de Piracicaba (SP), São Carlos e Araraquara (SP) contam, agora, com nova tecnologia, que vai garantir a cobrança dos eixos suspensos ou não de todos os veículos comerciais que circularem carregados.

• Por meio de câmeras inteligentes distribuídas pelas cabines de pedágio. Veja como funciona nas praças com cabine manuais:
• Quando o caminhão passa pela praça de Pedágio, a tecnologia inserida na câmera captura a imagem da placa do véiculo;
• Na sequência, envia os dados para a Secretaria da Fazenda, que retorna informações de forma instantânea sobre o veículo tem um MDFI aberto – o documento obrigatório para transportes de cargas pelas rodovias do Brasil.
• A partir disso, o motorista é informado de que deverá pagar a totalidade de todos os eixos, suspensos ou não.

Nos casos de cabines automáticas, a consulta é feita da mesma forma, e o valor total já é debitado automaticamente pela operadora.

O superintendente de operações da Concessionária Eixo – SP, Rogério Rodrigues, afirma que a lei federal determina que os veículos que estiverem vazios, são isentos de pagar aqueles eixos que estão suspensos.

“Não havia uma forma efetiva de fiscalizar isso. O que o ocorre é que alguns responsáveis por veículos, mesmo carregados, sobem os eixos para fazer a passagem pela praça de pedágio. O que mudou foi a tecnologia eu permite que a verifiquemos essa condição”, disse.

O superintendente ressaltou que é importante que o motorista dê baixa no documento fiscal depois de finalizar o transporte para evitar cobranças indevidas.

Se o motorista estiver com o documento aberto, ele tem que pagar o total de eixos e será informado e orientado na praça de pedágio.

“Se por ventura, o motorista se esqueceu de fechar o documento e, visivelmente confirmarmos que ele está vazio, não será cobrado aquele eixo que estiver suspenso. Mesmo assim, é importante se atentar à questão do documento fiscal. Se o motorista estiver com carga, logicamente, estará aberto. Mas, se já finalizou a carga, é preciso encerrar o documento fiscal”, salienta.