Derrotas fazem parte do futebol. Mesmo os melhores times do planeta acumulam tropeços, até em temporadas perfeitas. Agora, quando a derrota vira um costume e é encarada com normalidade, algo não está certo. E eu estou falando do Corinthians.
A normalização da derrota no discurso de Luxemburgo, num tom de alinhamento com as falas da diretoria, apequena o clube.

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Para eles, tudo é normal. Perder, jogar mal, ser massacrado por adversário, não ter jogador para completar banco, vender jovem talentoso e parar de usá-lo ou até vender o artilheiro do time na véspera da semifinal.
Perder de vez em quando é normal. Mas quando a falta de bom futebol e de resultados vira algo rotineiro, um clube deixa a prateleira daqueles que brigam por grandes coisas e fica na média.
E a temporada do Corinthians é uma temporada de média, de normalização de fracassos. O Corinthians vive no limite.
Na Libertadores, foi eliminado na primeira fase com três duras derrotas, evidenciando um elenco desequilibrado. Na Copa do Brasil, foi até a semifinal. Mas sempre no limite. Levou as decisões contra Remo, Atlético-MG e América-MG para os pênaltis. Um detalhe tiraria o clube fases antes da queda contra o São Paulo, na semi.
Como foi no Paulistão, quando o detalhe eliminou o time nas quartas, para o Ituano.

Goleiro Cássio, cabisbaixo, em derrota do Corinthians para o Palmeiras — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
Goleiro Cássio, cabisbaixo, em derrota do Corinthians para o Palmeiras — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
A situação no Brasileirão é de metade para baixo da tabela o campeonato inteiro. Pode não entrar mais na zona do rebaixamento até dezembro, mas parece que seguirá sempre ali, no limite, vivendo da sorte.
Embora angustiante, o 2023 do Corinthians ainda pode terminar com um título de Sul-Americana. Uma conquista que será muito celebrada por um torcedor maltratado.
Mas para ocorrer, é preciso voltar a pensar como Corinthians. É preciso mostrar ao torcedor que, como time, há também um incômodo pelo resultado. Pelo jogo feio.

Alessandro Nunes, Duilio Monteiro Alves e Vanderlei Luxemburgo no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Alessandro Nunes, Duilio Monteiro Alves e Vanderlei Luxemburgo no Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Na saída de campo do Castelão, o capitão Cássio pediu para dar entrevista, segundo o repórter Plácido Berci. Disse que o time precisa estar mais ligado e que não pode mais perder pontos. Falou firme.
Se a derrota dói nos torcedores, dói nos atletas e obviamente machuca um treinador com longo histórico de conquistas, por que vender uma história de que está tudo bem?

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