Arnaldo Lemos Filho vê com otimismo uso da tecnologia para o bem


“Quinta-feira passada, os militares puseram os tanques nas ruas e destituíram um presidente da República eleito. Disseram que fizeram isso porque havia muita subversão e corrupção, e que agora nós estamos em paz. Portanto, que a paz esteja convosco.”

O trecho consta de um sermão do padre Arnaldo em uma paróquia de Guaxupé (MG), na missa do primeiro domingo pós-golpe de 1964.

Sacerdote, sociólogo, filósofo, teólogo, pai de três filhas e marido, Arnaldo Lemos Filho, aos 86 anos, é tido como um dos principais intelectuais da área de ciências humanas na região de Campinas, com reconhecimento nacional.

O nome de Arnaldo Lemos ecoa nas paredes dos corredores da PUC-Campinas, emitido por expressões de admiração acerca de seu perfil profissional: calmo, pacífico e culto.

O adjetivo de culto foi alcançado pelos seus estudos, publicações e títulos. São dois livros publicados, sobre sociologia e catolicismo. No entanto, é a vivência, extremamente experimentada de situações eruditas, que cativa alunos, leitores e ouvintes.

Na ditadura, viu amigos e padres serem presos e torturados. Foi durante o regime militar que deixou o sacerdócio e se dedicou, com exclusividade, à vida de professor.

Cruzou com figuras icônicas da história do Brasil no século passado: Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, Juscelino Kubitschek, Sérgio Fleury, Dom Agnelo Rossi, Darcy Ribeiro e Lima Barreto, por exemplo.

Hoje, ainda docente na Faculdade de Direito da PUC, ele se deleita a estudar e ensinar sobre os impactos da tecnologia na sociedade. A convite do presidente-executivo do Correio Popular, Ítalo Hamilton Barioni, Arnaldo Lemos filho conta sua história e fala sobre a sociologia nos tempos modernos.

O senhor é de onde?

Sou mineiro, nasci em São Sebastião do Paraíso em fevereiro de 1937, ano de início do Estado Novo e da chamada constituição “Polaca”. Sou o mais velho de 14 irmãos. Minha mãe era professora e meu pai, dentista. Quatro dos meus irmãos nasceram em Minas e os outros 10 em Jundiaí, depois que nos mudamos para que meu pai pudesse trabalhar. Quando os filhos foram chegando na idade de fazer faculdade, meu pai e minha mãe, que era professora, decidiram se mudar para Campinas para que os filhos pudessem estudar. Em Jundiaí, quando eu tinha por volta dos sete anos de idade, fui coroinha da paróquia. Nós éramos vizinhos dos pais de Dom Agnelo Rossi, que era padre em Campinas e professor na PUC. Eu ajudava na missa do padre Agnelo e, eventualmente, tomava café com ele. De família católica, inserido na igreja e amigo dos padres, me convenci a entrar para o seminário. Meu pai conseguiu, com a arquidiocese de São Sebastião do Paraíso, me inserir no seminário de Guaxupé. Ali eu fiz o ginásio e colégio, o que a gente chama de seminário menor.

O senhor tinha vocação clerical?

Eu achava que queria ser padre e minha família me incentivava muito, sobretudo um dos meus avôs. Então eu fui. Eu tinha 11 anos à época. Quando terminei o seminário menor, o bispo da diocese, um capuchinho, barbas brancas, chamava-se dom Inácio, me chamou com meu boletim em mãos e disse: “estou vendo que você tem boas notas em línguas”. Nós tínhamos português, francês, latim e grego. “Então você vai para Belo Horizonte”, continuou o bispo, “e lá você terá dois professores, de alemão e hebraico, pois terminada a filosofia você vai fazer teologia em Roma (Itália) e não vai voltar. Você se ordenará padre lá, eu arrumarei passagem para os seus assistir a sua ordenação e, depois, você irá para Jerusalém (Israel) fazer escola bíblica. Depois disso criarei o curso de teologia aqui e você será professor”. 

Ou seja, programou a vida do senhor…

Marcou meu destino. Tendo em mente esse itinerário, fui para BH e tive aula de alemão e grego. Escrevi uma crônica sobre isso, a “Crônica da Globalização”. O padre que me deu aula de hebraico, chamado Thiago, era um holandês, que tinha chegado ao Brasil para ser nosso professor de metafísica. As nossas aulas, livros e provas eram em latim. Certa feita, em uma sala pequena, fumando um charuto, padre Thiago me chamou e disse: “a única gramática que eu tenho de hebraico é essa aqui, francesa”. Então tivemos a seguinte situação: um padre, holandês, falando latim, dando aula de hebraico com uma gramática francesa para um brasileiro enquanto fuma um charuto cubano (risos). 

Registro da reunião para a criação da Faculdade de Filosofia de Guaxupé em 1963; Arnaldo era padre e foi nomeado diretor da instituição (Arquivo Pessoal)

Registro da reunião para a criação da Faculdade de Filosofia de Guaxupé em 1963; Arnaldo era padre e foi nomeado diretor da instituição (Arquivo Pessoal)

Era 1957. Eu fui para casa e minha família havia feito um enxoval, já que eu ficaria sete anos fora. Eu me despedi da família e parti para o Rio de Janeiro, onde eu embarcaria no navio Giulio Cesare – que fazia o trajeto até a Europa em 15 dias. Poucas horas antes de embarcar, recebi um telegrama. Era o bispo, dizendo que eu não iria mais e que deveria voltar para Guaxupé. Voltei para descobrir o motivo do cancelamento. O bispo justificou: “nosso presidente, Juscelino Kubitschek, vai construir Brasília e o ministro da Fazenda, José Maria Alkmin, fez uma mudança no dólar de estudante” – algo que existia naquela época. Enquanto o dólar (comum) custava Cr$ 50,00, o de estudante era Cr$ 25,00, então o bispo alegou que não teria mais condições de bancar a viagem.

O senhor ficou frustrado?

Não muito. Aquilo que não foi poderia ter sido, aquilo que foi poderia não ter sido. A filosofia chama isso de futurível. Mas há um fato interessante a ser contado. Antes de cancelar a viagem tínhamos, no seminário, uma banda de música. Sempre fui ligado à música e tocava piano – algo que desagradava meu avô, pois ele conhecia um padre pianista que se desvirtuou. Comecei a tocar violino e, depois, saxofone. Era a única banda de música que havia na região. Em março de 1954, o padre nos informou que havíamos sido convidados para tocar na chegada de Getúlio Vargas, que inauguraria a primeira escola técnica federal em Muzambinho. O avião, então, desceria em Guaxupé e ele, Vargas, iria de carro até Muzambinho. O prefeito mandou colocar um alambrado no aeroporto para evitar o povo, que gostava muito de Getúlio. Enfim, pousou um avião e nós pensamos que era Vargas, mas não, era JK que chegava. Ele era governador de Minas Gerais. Junto dele, desceu um homem baixo, soturno, de terno e chapéu. Esse homem foi ao meu lado e ficou me vendo tocar. Fiquei incomodado com esse cara ao meu lado. Quando acabamos de tocar, ele foi ao padre e me apontou o dedo. Depois chegou o Getúlio, a multidão arrancou o alambrado e invadiu. Eu lembro que os policiais, poucos, fizeram uma corrente para que ele saísse, seguido por Gregório Fortunato, 1,90 m, com as duas mãos. Eu parei de tocar para ficar olhando o Getúlio. Depois fui perguntar ao padre quem era o rapaz que ficou me encarando, e ele me disse que era “um amigo do Vargas, Assis Chateaubriand. Ele veio falar que já tocou saxofone”.

E qual foi o desfecho da vida clerical?

Ao não ir a Roma, fui enviado para fazer teologia em São Paulo. Foi ali que minha vida mudou. Em BH, nosso curso era muito fechado e não havia possibilidades de fazer coisas diferentes. E eu sempre gostei muito de cinema, e criei no curso de teologia – que acontecia no Ipiranga, próximo ao museu – um cineclube. Eu ia buscar filmes, de rolo, nas piores ruas de São Paulo, do Triunfo ou Aurora, ruas de prostituição. Formado esse cineclube, fomos visitar as filmagens do filme de Lima Barreto, a primeira missa, que retratava um menino ateu que foi para o seminário, se ordenou padre e foi celebrar a primeira missa próximo à cidade de Paraibuna. Estávamos em um casarão no local das filmagens, o Lima Barreto recebeu a gente e começou a conversar muito comigo. Em um certo momento, entra Margareth Cardoso, que fazia o papel de mãe do menino padre. Lima chama Margareth e diz, apontando para mim. “Tá vendo esse padre? Chame-o de…” e falou um palavrão. Ela respondeu “que não, que era um absurdo”. Ele então começou a gritar com ela, ordenando que me chamasse pelo palavrão. Margareth, chorando, chegou perto de mim e xingou. Na hora do almoço, outro padre perguntou, pasmo, o motivo disso. Lima respondeu: “ela vai fazer uma cena agora e preciso dela nesse estado”. Aliás, Lima Barreto ficou em um asilo em Campinas, fato noticiado pelo Correio Popular. Morreu aqui, abandonado.

Como foi a vida de padre?

Foi uma vida de luta. Enquanto cursei teologia em São Paulo, participei do movimento estudantil, da JUC, Juventude Universitária Católica. E São Paulo foi um aprendizado não apenas de teologia. Aos domingos, por exemplo, eu fazia um trabalho na favela do Vergueiro, trabalho pastoral. Fiz o mesmo trabalho em Santo André e São Bernardo. Frequentava a Cinemateca, tinha bom contato com importantes críticos e obras. Enfim, em janeiro de 1961 me ordenei em Paraíso, na minha terra. Em 1964, com o golpe militar, o Dom Agnelo foi transferido para São Paulo. Dom Agnelo tinha muita ligação com os militares, e eu o encontrava as vezes. Depois ele foi para Roma. Durante a ditadura, foi o Dom Agnelo que conseguiu dinheiro para a construção do campus I da PUC. Quando foi inaugurado o campus, ele veio, em março de 1973. Em 1968 eu saí da igreja e comecei a namorar com minha falecida esposa. Em 1971 eu mandei um documento para Roma, pedindo desligamento, e Roma demora para mandar de volta, pois acha que o padre está passando por uma crise e que desistirá da ideia. Sabendo que Dom Agnelo estava em Campinas, escrevi uma carta e fui até Jundiaí, na casa do pai dele, levar a carta. Chegando lá, o próprio Dom Agnelo estava. Entreguei o documento em suas mãos. Ele respondeu que estava indo à África e que, no início de maio, retornaria para Roma e resolveria a questão. Confiando nele, eu e minha esposa marcamos o casamento para 26 de maio. De fato, no começo do mês a liberação chegou.

Lemos mantém uma biblioteca em seu apartamento (Alessandro Torres)

Lemos mantém uma biblioteca em seu apartamento (Alessandro Torres)

O senhor é da Teologia da Libertação?

Sim. Veja, eu tive, em São Paulo, o contato com o cinema, com os operários, com a juventude acadêmica e com os padres dominicanos, e isso tudo me influenciou. Tenho profunda admiração por Dom Agnelo, porém somos de polos opostos dentro da igreja. Em 1962, fui nomeado reitor do seminário pelo bispo, tinha 26 anos. O bispo tinha tido um problema de trombose e amputado uma perna. Os padres antigos ficaram coléricos com minha nomeação, pois para ser reitor do seminário naquele tempo tinha que ser mais antigo, mais idoso, monsenhor. Então eles diziam: “o bispo não perdeu apenas a perna, perdeu a cabeça também”. E de fato, perdeu mesmo, porque eu renovei o seminário. Abri para os alunos, integrei outros reitores. Em 1963 promovemos um encontro dos reitores de seminário com o objetivo de tratar da renovação no seminário, Maria Nilde Mascelani – educadora paulista torturada durante a ditadura – foi nossa convidada. Ela tinha uma ideia de educação experimental e instituiu algumas escolas assim pelo Estado. No final do evento, entre 40, 50 padres reitores, um surge querendo falar. Era o secretário da Educação do governo Adhemar de Barros. Chamava-se Baleeiro. Era um padre (neste momento Arnaldo contrai os músculos da face e soletra) re-a-ça terrível. Ele fez um discurso dizendo que nós todos éramos padres comunistas, pois estávamos querendo mudar a educação. Em 1962, o bispo me mandou para uma semana de encontro da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), em BH. Do que se tratava aquele encontro? Os bispos da região estavam muito preocupados com o avanço das ligas camponesas do (Francisco) Julião, advogado pernambucano responsável por organizar as ligas que reivindicavam redistribuição de terras aos camponeses. E ele criou as ligas, pois o sindicalismo criado no Brasil era uma cópia do fascismo italiano, um sindicato atrelado ao Estado. Os padres tinham medo de que essas ligas chegassem em Minas Gerais, então discutiu-se o que fazer. Voltei desse encontro e notifiquei o bispo de que a ordem era de incentivar os sindicatos rurais. E eu fiquei encarregado disso. Portanto, ia às fazendas celebrar missa aos domingos e, após a missa, me reunia com os camponeses e organizava os sindicatos. Os fazendeiros começaram a me chamar, também, de padre comunista. Eu estava indo contra o Julião, mesmo assim era taxado de comunista. Foi quando o João Goulart fez o plebiscito e ganhou o presidencialismo. À época, o ministro da Casa Civil era Darcy Ribeiro e o ministro da Justiça era San Tiago Dantas. Eles resolveram criar um projeto chamado reformas de base e a igreja progressista, que tinha o Dom Hélder Câmara como secretário da CNBB, encampou isso. Eu também. O padre da paróquia perguntou se eu não poderia celebrar uma missa aos domingos em uma capela de Guaxupé. Eu preparava o sermão durante a semana e encaminhava tudo para falar sobre a situação do Brasil e a necessidade de uma reforma. Todo domingo eu preparava com cuidado. Aquilo começou a dar uma repercussão enorme. A paróquia lotava e, novamente, fui acusado de comunista. No dia 31 de março de 1964, o padre me perguntou qual seria o sermão do próximo domingo e era o seguinte. “Quinta-feira passada, os militares puseram os tanques nas ruas e destituíram um presidente da república eleito. Disseram que fizeram isso porque havia muita subversão e corrupção, e que agora nós estamos em paz. Portanto, a paz esteja convosco”. Fui em São Tomás de Aquino tratar o conceito de paz, que era tranquilidade na ordem. “Será que estamos em ordem, com a situação dos camponeses, dos operários?”, questionei. Na medida em que eu ia falando, as pessoas se levantavam e saíam. No dia seguinte eu estava dando aula, chega o porteiro e diz que tem dois homens à minha procura. “Polícia Federal, o senhor nos acompanhe”, disse um deles. Fui colocado em um carro e me levaram à delegacia, sob a justificativa de que eu havia sido denunciado como padre comunista e iria para BH. Por sorte, o prefeito da cidade, meu conhecido, tinha um cunhado coronel que era responsável pelos presos políticos de Belo Horizonte. Ele ligou para o cunhado e explicou que “eu não era comunista, era professor”. Consegui me livrar, mas amigos meus da cidade foram presos e torturados. Depois, fiquei sabendo que quem me denunciou foi um colega. Foi aí que comecei a ter uma crise com a instituição igreja.

Isso que te tirou da igreja?

É, foi uma insatisfação que nasceu em mim. Até fiz um trabalho interessante em favelas de São Paulo, quando adquirimos uma máquina patenteada pela Unesco para fazer tijolos. Foram realizados mutirões para produzir os blocos, construir casas para as pessoas da periferia. Em 1967 eu fui trabalhar na CNBB, no Rio de Janeiro. Certa vez, em missa na Candelária, quando ela termina, os estudantes estão fazendo uma passeata pela avenida Rio Branco. O sacristão vai e fecha a porta enquanto arrumávamos a igreja. O exército já sabia das manifestações e estava com a cavalaria esperando. Atacaram os estudantes. Nós, padres, saímos correndo pela lateral da igreja, fomos lá na frente e fizemos uma corrente. Tinha cavalos enormes encostados nas minhas costas. O sacristão abriu a porta e os estudantes entraram na igreja. Esse momento, para mim, foi um dos mais emocionantes. Depois disso, em 68, veio a marcha dos 100 mil, Congresso da UNE (União Nacional do Estudantes), uma série de movimentos, o Geraldo Vandré. Dia 13 de dezembro o governo institui o AI-5. Foi aí que eu saí.

E a chegada a Campinas?

Quando saí da igreja, meu irmão me convidou para ser diretor do Colégio Evolução. Certo dia, chego no colégio após um lanche e tem quatro homens me esperando, procurando por um funcionário da escola apelidado por Candão. Disse que ele não estava lá e os rapazes disseram que esperariam. Comecei a conversar com os dois com a impressão de que conhecia um deles. E sim, eu o reconheci, era o Sérgio Paranhos Fleury – delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), órgão de repressão da ditadura. Por sorte o Candão, que nunca havia faltado, não apareceu. Depois que fui descobrir que o irmão dele, Névio, era do grupo do (Carlos) Marighella.

E a sociologia?

Começou a ter uma importância crítica nesse período, partindo da premissa que a sociedade é composta por fenômenos e o poder tenta os mascarar. A coisa evoluiu e, hoje, a sociologia tenta entender o impacto das novas tecnologias nas relações sociais, a chamada sociologia digital. Tenho trabalhado muito isso nas aulas, para além dos clássicos, do capitalismo, da revolução industrial. Hoje, estamos vivenciando a tecnocracia, onde o poder está sob as mãos das big techs, poderosas, curadoras da informação.

Sem deixar de lado o estudo e a leitura dos clássicos, Arnaldo contou que hoje dá seminários sobre sociologia digital, com conceitos como o novo proletariado da era digital (Alessandro Torres)

Sem deixar de lado o estudo e a leitura dos clássicos, Arnaldo contou que hoje dá seminários sobre sociologia digital, com conceitos como o novo proletariado da era digital (Alessandro Torres)

Há um sociólogo alemão, Norbert Elias, que diz é possível que as futuras gerações nos entendam como bárbaros tardios. Como o senhor vê isso?

É a questão da civilização ou barbárie. Estamos indo para uma nova civilização ou para uma nova barbárie? Esse é o grande problema que temos hoje, mas eu sou otimista. Acho que a humanidade terá condições de usar essa tecnologia mais para o bem que para o mal.

O jovem de hoje é mais avançado ou retrógrado?

Na Faculdade de Direito (da PUC-Campinas), onde leciono, vejo que os jovens são muito bem selecionados. Vejo naquela juventude uma sede muito grande de conhecer. Até achei que minhas aulas no governo passado seriam polêmicas, mas não, a juventude aceitava. Tenho feito seminários sobre sociologia digital, discutindo conceitos de indústria cultural, sociedade do espetáculo, novo proletariado da era digital, capitalismo de vigilância. Há uma aceitação muito grande dos alunos. Temos no Brasil, hoje, milhões de miseráveis e pobres. Eu ressalto isso em aula. A situação é caótica e, nesse contexto, é importante o jovem ser crítico. Lembrando que pobreza é a privação do supérfluo, já a miséria é a privação do necessário.

Para finalizar, quais são os seus hobbies?

Cinema. Gosto muito de ver filmes, clássicos, novos, enfim, críticos. Gosto de literatura, também. Tenho uma biblioteca no meu apartamento.

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