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Nova treinadora da seleção campeã mundial, Tomé chamou 23 jogadoras, incluindo 19 que assinaram semana passada um manifesto renunciando a jogar pela Espanha até que haja mudanças estruturais na Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). A estreia de Tomé à frente da seleção será sexta-feira, contra a Suécia, pela Liga das Nações da Uefa. Depois, a Espanha jogará contra a Suíça, dia 26.
A inclusão das jogadoras causou surpresa, e poucas horas após o anúncio, o grupo manifestou nas redes sociais seu desacordo. Além de Alexia, já publicaram a nota em suas contas as jogadoras Mapi León, Irene Paredes, Aitana Bonmatí, Mariona Caldentey, Patri Guijarro e Cata Coll, todas do Barcelona, e Teresa Abelleira, do Real Madrid.
Elas mantêm a posição firmada anteriormente, mas agora prometem estudar “as possíveis consequências legais” às quais acreditam terem sido expostas pela federação.
“Como jogadoras profissionais de elite e após todo o acontecido no dia de hoje, estudaremos as possíveis consequências legais às quais nos expõe a RFEF ao nos colocar em uma lista em que tínhamos pedido para não ser convocadas por razões já explicadas publicamente e com mais detalhes para a RFEF, e com isso tomar a melhor decisão para o nosso futuro e para nossa saúde” afirma o comunicado.
Jogadora da Suécia apoia boicote das espanholas
Na Suécia, rival de sexta-feira, a meia Filippa Angeldahl manifestou apoio às jogadoras espanholas.
– Elas precisam sentir todo o apoio que existe ao seu redor, outros países as apoiam em qualquer decisão que tomem. Se sentem que precisam boicotar o jogo para que algo aconteça, está claro que nós vamos apoiá-las. A luta espanhola leva muito tempo, não creio que ninguém quisesse passar por algo assim. É preciso muito para dizer não a uma seleção – afirmou em entrevista coletiva.

Alexia Putellas, jogadora da seleção espanhola — Foto: Getty Images
Alexia Putellas, jogadora da seleção espanhola — Foto: Getty Images
De acordo com a legislação esportiva espanhola, atletas que recusam convocação para uma seleção nacional sem apresentar uma justificativa razoável estão sujeitos a penalidades que vão desde uma multa até uma suspensão de até cinco anos.
Jogadoras são orientadas a se apresentar, diz jornal
Segundo o jornal catalão “Sport”, as jogadoras consultaram profissionais do meio jurídico e sindical e foram orientadas a se apresentar nesta terça-feira no centro de treinamentos da seleção, em Las Rozas, na Região Metropolitana de Madri.
No comunicado feito nas redes sociais, no entanto, as jogadoras já antecipam uma estratégia que podem usar para justificar a renúncia à convocação: o atraso no anúncio da lista, feita cinco dias antes da primeira partida. A Fifa exige que os clubes sejam comunicados de convocações das suas jogadoras com 15 dias de antecedência.
“Parece relevante assinalar que a convocação não se realizou a tempo, em conformidade com o artigo 3.2 do Anexo I do Regulamento sobre o Estatuto e Transferências de Jogadoras da Fifa, pelo qual entendemos que a RFEF não se encontra em posição de nos exigir que aceitemos a convocação”, diz um trecho da nota das jogadoras.