Campeão da Copa do Brasil pelo São Paulo, o meio-campista Alisson é o Bola da Vez desta semana, programa que vai ao ar neste sábado, às 22h (Brasília), pela ESPN no Star+.
Durante o programa apresentado por André Plihal, o camisa 25 do São Paulo falou sobre o seu tratamento contra a depressão.
No começo do ano, ele chegou a ficar alguns meses afastado do elenco para conseguir se tratar.
“Do nada virou alguma coisa na minha mente que eu ligo pro Rui (Costa, diretor executivo do São Paulo). Eu falo ‘Rui eu não quer mais jogar futebol’. A única palavra que eu lembro do Rui era ele falando ‘calma, não faça nada’. Minha esposa falou ‘como assim você vai largar o futebol? Você não me falou nada’. Eu falei ‘não aguento mais’. No dia seguinte meu filho vai brincar de futebol e eu tenho uma crise de ansiedade muito forte, meu coração começa a acelerar, começo a ter falta de ar. E falo que não consigo ver nada que envolva futebol. E nisso a Dra. Anahy me liga, psicóloga do clube”, conta Alisson.
“Ela falou ‘Alisson, se afasta e não vê nada que você vai se acalmar’. Eu acalmei e liguei a televisão pra ver um jogo. Não consegui, entrei em desespero de novo. E eu queria ficar trancado no quarto. Minha esposa ficou muito mal em Porto Alegre, teve depressão muito forte. Ela falou ‘pode levantar do quarto, você não vai passar pelo que eu passei de jeito nenhum’. Eu falei ‘não tenho força pra fazer nada’. Ela falou ‘vai fazer, sim. Vamos ficar aqui, vamos conversar’”.
“A Dra. Anahy me passou pra psiquiatra, eu não passava pra ela o que eu sentia, só falava que queria parar, que não aguentava mais ver futebol. Eu guardava muito assim. Não me sentia confortável. Eles me falaram que eu estava no início de uma depressão, numa crise de ansiedade, mas calma que a gente vai cuidar. Só que eu não via esperança, me sentia muito mal, era algo que eu vivi minha vida inteira e não conseguia ver meu filho brincando. Foram 3, 4 semanas que eu fiquei muito mal, sem ver futebol, nem nada”, finalizou.
Alisson voltou ao time e foi titular com Rogério Ceni e Dorival Júnior. Com o novo técnico, ele passou a jogar em uma nova posição, de segundo volante, e virou peça importante na conquista contra o Flamengo.