O pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) se reuniu nesta quinta-feira (28) em um auditório da COB Expo, feira organizada pelo Comitê Olímpico do Brasil em São Paulo, e julgou 12 jogadores envolvidos nos escândalos das apostas. Alguns atletas teriam recebido propina para manipular resultados e receber cartões amarelos em jogos do Brasileirão e da Série B do Campeonato Brasileiro de 2022.
A Procuradoria do STJD, que levou como base as provas colhidas pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima, pedia o aumento da pena dos seguintes jogadores após a decisão da 2ª Comissão Disciplinar: Nino Paraíba, Bryan García, Diego Porfírio, Alef Manga, Vítor Mendes, Sávio Alves, Thonny Anderson, Dadá Belmonte e Igor Cárius. Além desses nomes, a Procuradoria também solicitava o recurso da absolvição dos atletas Sidcley, Jesús Trindade e Pedrinho. Em alguns casos, os advogados de defesa não só pediam a manutenção da punição definida na 1ª instância como também até a redução de algumas delas.
No início da sessão, um dos advogados de defesa solicitou que o julgamento fosse feito em sigilo porque um dos jogadores está colaborando com as investigações citando outros nomes que também estavam envolvidos nos esquemas das apostas. O pleno do STJD, no entanto, não concordou com o pedido e justificou que o relatório não consta os dados e informações sigilosas.
Durante o julgamento que durou quase oito horas, os auditores, durante seus votos, reforçavam que o assunto é “novo” para o futebol brasileiro, e, por isso, eles ainda estavam “aprendendo” em como aplicar as punições mais justas. Depois de diversas discussões e votações muito equilibradas, o STJD manteve os três jogadores absolvidos e alterou a pena da maioria dos outros punidos, inclusive, eliminando do futebol o defensor Diego Porfírio, de 24 anos. Vale ressaltar que, diferentemente de banimento, quando um atleta é eliminado do esporte, ele pode, após dois anos da pena, recorrer a essa decisão.
Confira como ficaram as penas dos jogadores:
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Dadá Belmonte do América-MG que está emprestado ao Chornomorets da Ucrânia e levou o amarelo quando defendia o Goiás: 600 dias de suspensão e 70 mil reais de multa (eram 720 dias e R$ 70 mil no artigo 243, ficando absolvido o artigo 191,III);
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Igor Cariús do Sport que recebeu o cartão quando defendia o Cuiabá: 360 dias de suspensão e 40 mil reais de multa (eram 540 dias e R$ 50 mil no artigo 243, ficando absolvido o artigo 191,III)
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Bryan García, meia equatoriano dispensado pelo Athletico-PR e que agora defende o Independiente del Valle: 360 dias de suspensão e a multa de 50 mil reais (era de 360 dias e multa de R$ 30 mil no artigo 243, ficando absolvido o artigo 191,III;)
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Vitor Mendes do Atlético-MG que estava emprestado ao Fluminense, mas que foi afastado. O zagueiro recebeu o cartão quando defendia o Juventude: 720 dias de suspensão e R$ 70 mil de multa (eram 430 dias e R$ 40 mil no artigo 243, ficando absolvido o artigo 191,III;)
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Nino Paraíba, defensor do Paysandu-PA, mas que está afastado e defendia o Ceará na ocasião do cartão: 720 dias de suspensão e 100 mil reais de multa (eram 480 dias e multa de R$ 40 mil no artigo 243, ficando absolvido o artigo 191, III;)
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Diego Porfírio, defensor do Desportivo Aliança-AL que estava emprestado ao Guarani, mas foi afastado. Na ocasião dos cartões, ele defendia o Coritiba: eliminado do futebol e multa de 60 mil reais (a suspensão era de 360 dias mais multa de R$ 30 mil no artigo 243, ficando absolvido o artigo 191,III mais multa de R$ 40 mil no artigo 191, III pela desclassificação do artigo 242;)
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Sávio Alves, defensor do Rio Ave de Portugal, que estava emprestado ao Goiás quando recebeu o cartão: mantiveram os 360 dias de suspensão e R$ 30 mil de multa;
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Alef Manga, atacante do Coritiba que foi emprestado ao Pafos FC do Chipre: manteve a suspensão por 360 dias e multa de 50 mil reais (era de R$ 30 mil no artigo 243, ficando absolvido o artigo 191, III;)
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Sidcley, defensor do Dínamo de Kiev da Ucrânia, mas está emprestado ao Lamia, da Grécia, e em defendia o Cuiabá: segue absolvido.
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Pedrinho, zagueiro do Shakhtar Donetsk da Ucrânia, mas que antes defendia o Athletico-PR desde 2021: segue absolvido.
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Jesús Trindade, meia uruguaio que pertence ao Pachuca do México, mas está emprestado ao Barcelona-EQU. Em 2022 e até as denúncias estava emprestado ao Coritiba: segue absolvido.
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Thonny Anderson, meia do RB Bragantino que está emprestado ao ABC de Natal e em 2022 defendia o Coritiba: manteve a multa de R$ 40 mil.