Guia da J.League 2024


A temporada 2024 da J.League, a “Liga Profissional de Futebol do Japão” que existe desde 1993, está prestes a começar. Será a penúltima com o calendário atual de fevereiro a dezembro. Já está decidido que a liga vai migrar para o calendário europeu a partir da temporada 2026-27. Este ano marca a transição de 18 para 20 clubes na J1, aumentando o campeonato de 34 para 38 rodadas. Outra mudança é no número de rebaixados, que ano passado foi de apenas um e agora volta para três, que cairão automaticamente (sem playoff). Campeão e vice se classificam para a AFC Champions League Elite (ACLE), enquanto o terceiro colocado ganha a chance de disputar a nova AFC Champions League 2 (ACL2).

Pela primeira vez na história, a J.League começa sem nenhum técnico brasileiro contando as três divisões. Entre os 20 clubes da J1, as nacionalidades dos treinadores são: Japão (12), Austrália (2), Sérvia (2), Alemanha (1), Coreia do Sul (1), Espanha (1) e Noruega (1). Já entre os atletas estrangeiros, o Brasil continua como o país mais representativo, com mais de 50% dos inscritos até este momento. E mais: tem jogador brasileiro em TODOS os times.

Número de jogadores estrangeiros inscritos (total = 83):
44 – Brasil
17 – Coreia do Sul
3 – Austrália
2 – Dinamarca, Holanda, Noruega, Tailândia
1 – Bélgica, Chile, Chipre, Espanha, França, Israel, Kosovo, Sérvia, Suécia, Suíça, Suriname, Tunísia

Calendário:
1ª rodada: 23 a 25/02
38ª (última) rodada: 08/12

Nível de expectativa:
★★★★★ Favorito (Urawa)
★★★★ Sonha com título (Yokohama FM, Kawasaki, Kobe, Hiroshima)
★★★ Corre por fora / Metade de cima da tabela (C-Osaka, Kashima, Nagoya, FC-Tokyo, Machida, Fukuoka)
★★ Zona intermediária / Risco de queda (G-Osaka, Kashiwa, Niigata, Sapporo, Tosu)
★ Candidato ao rebaixamento (Kyoto, Shonan, Iwata, Tokyo-V)

Mapa da J1 League 2024 — Foto: @Offsi_STATS

Mapa da J1 League 2024 — Foto: @Offsi_STATS

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*Nomes marcados com asterisco e em verde claro nos gráficos dos elencos é porque o jogador ainda não tem contrato profissional e está registrado como “tipo-2”, no caso dos que ainda estão na base, ou “jogador especialmente designado” no caso dos que estão na universidade. Quando aparecer escrito “em definitivo” nas transferências, é porque o jogador já estava emprestado a esse clube na temporada anterior e agora passa a pertencer em definitivo ao referido clube.

URAWA REDS – Investindo no projeto Escandinávia (+BR) para voltar a ser campeão

Urawa Reds [uráua rêdzu] - Província: Saitama - Cidade: Saitama - Mascote: Redia — Foto: Futebol no Japão

Urawa Reds [uráua rêdzu] – Província: Saitama – Cidade: Saitama – Mascote: Redia — Foto: Futebol no Japão

Em 2023:
Melhor colocação na J1: Campeão (2006)
Estádio: Saitama Stadium 2002 (62.010)
Técnico: Per-Mathias Høgmo [Noruega] (desde 01/2024)
Expectativa: ★★★★★

Em três décadas de J1, o Urawa Reds terminou no pódio oito vezes, mas só foi campeão uma vez até hoje, o que é incrível para um clube que está sempre disputando títulos e é o único japonês tricampeão asiático. Depois de um 2023 que começou de forma positiva com a conquista da ACL, mas terminou com resultados abaixo do esperado em todas as outras competições e ainda teve a saída do técnico polonês Maciej Skorża, a diretoria resolveu investir pesado na continuação do “projeto Escandinávia” para voltar a levantar a salva de prata da J.League depois de 18 anos. Dá para dizer que o Urawa é o time que mais se reforçou nesta janela e por isso chega com mais favoritismo (é importante lembrar, no entanto, que em vários outros anos o Reds era favorito e não foi campeão). A torcida está confiante e, pela primeira vez desde 2019, mais de 20 mil “season tickets” (pacote de ingressos para a temporada inteira) foram vendidos até janeiro.

Enquanto a maioria dos clubes japoneses conta apenas com sua rede de agentes para buscar novos jogadores, o Urawa tem feito um trabalho minucioso de scouting para buscar novos atletas em mercados alternativos. Com o sucesso primeiro de Kasper Junker e mais recentemente de Alexander Scholz e Marius Høibråten, a Escandinávia virou o principal alvo. É de lá que vem o novo comandante, o norueguês Per-Mathias Høgmo (que no Japão tem sido chamado apenas de “Hegumo”), que tem 64 anos e já treinou as seleções masculina, feminina e de base da Noruega, além de clubes noruegueses e suecos. Em seu último trabalho, no Häcken, da Suécia, foi campeão da liga e da copa nacional. De lá também veio Samuel Gustafson, uma espécie de “homem de confiança” de Høgmo. Os dois trabalharam juntos no Häcken e Gustafson era o capitão da equipe. Apesar de passagens não tão marcantes pelas Séries A e B italianas (tirando um acesso com o Hellas Verona em 2018-19), seu desempenho recente na liga sueca o levou para a seleção nacional, onde vinha sendo titular na marioria dos jogos pelas Eliminatórias da Euro. Outra novidade escandinava é Ola Solbakken, um ponta da seleção norueguesa, ainda com 25 anos, que se destacou no local Bodø/Glimt, mas que foi reserva nas passagens recentes por Roma e Olympiacos.

A defesa do Urawa Reds foi a menos vazada da J1 2023 e quase todos os titulares do setor foram mantidos. Só na lateral esquerda que o time sofreu baixas, com as duas primeiras opções no setor, Takahiro Akimoto e Takuya Ogiwara, buscando o sonho de jogar na Europa. É possível que chegue mais alguém para a posição, já que Ayumu Ohata ainda não convence e o retorno de Tomoya Ugajin, aos 35 anos e vindo de duas temporadas na J3 pelo Gifu, foi uma surpresa. A princípio, Ugajin apenas compõe elenco e fará uma “last dance” no clube onde passou 12 anos desde o início da carreira, mas com a saída de Ogiwara e Akimoto para a Europa ele pode acabar jogando mais que o esperado, assim como aconteceu com Koroki ano passado. Na lateral direita, Hirokazu Ishihara vai suprir uma deficiência do elenco que era a falta de um reserva para o capitão Hiroki Sakai. Ishihara é um jogador de muita energia que era adorado pela torcida do Shonan Bellmare e pode atuar pela esquerda se necessário. Rikito Inoue, que era o principal zagueiro do Kyoto Sanga, chega para ficar de suplente à dupla Scholz-Høibråten, assim como Yota Sato, um dos poucos que se salvou na desastrosa última campanha do Gamba Osaka.

O ataque era o grande problema em 2023 e do meio para a frente vieram reforços com condição de ser titular para todas as posições. O maior problema era o centroavante e a chegada de Thiago Santana deve resolver isso. O brasileiro, que o Urawa já tentava contratar há algum tempo, sempre atingiu dois dígitos em gols marcados nos três anos em que defendeu o Shimizu S-Pulse e foi até artilheiro da J1 em 2022. Outra contratação de impacto é o driblador Yusuke Matsuo, destaque do Urawa em 2022, incluindo a campanha até a final da ACL, que está de volta após um ano sem muito sucesso na Bélgica em que não conseguiu marcar nenhum gol (mas deu três assistências).

O meio-campo ganhou mais opções com nomes como Naoki Maeda, um meia habilidoso que viveu grandes momentos no Nagoya Grampus e por isso foi até para a Holanda, mas jogou pouco no Utrecht por causa de uma grave lesão na canela e, de volta a Nagoya ano passado, também não recuperou a boa forma. Aos 29 anos, ele vai defender pela primeira vez um time da sua terra natal (Maeda é nascido na antiga cidade de Urawa, atualmente Saitama). Ou Ryoma Watanabe, mais um meia de nível “seria titular na maioria dos times da J1” que vem direto de um concorrente local, o FC Tokyo. Além do ex-seleção japonesa Shoya Nakajima e do recentemente convocado Atsuki Ito, outro nome interessante é Ekanit Panya, uma estrela em ascensão do futebol tailandês que deixou uma impressão positiva no primeiro semestre que passou em Saitama, tanto que seu vínculo de empréstimo com o Muangthong United foi renovado por mais um ano. Ekanit está tão focado em dar certo no Japão que até abriu mão de disputar a Copa da Ásia pela Tailândia para não perder a pré-temporada com o Urawa.

O destaque: Alexander Scholz (zagueiro, 24/10/1992) – Ele já foi MVP do Campeonato Dinamarquês e ano passado ficou em segundo lugar na votação de MVP da J.League, só atrás de Yuya Osako. Foi o principal responsável pela defesa do Urawa ser a melhor do campeonato e também mostrou qualidade na saída de bola e nas subidas ao ataque, além de ser o cobrador oficial de pênaltis e ter sido vice-artilheiro da equipe em 2023.

Fique de olho: Hidetoshi Takeda (meia, 15/09/2001) – Começou a carreira profissional no Urawa em 2020 após ser duas vezes campeão nacional colegial na prestigiada escola Aomori Yamada. Takeda está de volta ao Reds depois de três anos de “musha shugyou” (literalmente, “treinamento de guerreiro”, expressão que era usada antigamente quando um samurai partia em uma viagem em busca de aperfeiçoamento) na J2, onde jogou por FC Ryukyu, Omiya Ardija e Mito HollyHock e tem evoluído a cada ano. Em 2023 foi um dos destaques do Mito, com dois gols e nove assistências. Curiosidade: seu nome é uma homenagem ao craque japonês Hidetoshi Nakata.

A promessa: Jumpei Hayakawa (meia, 05/12/2005) – Como o clube não subiu ninguém da base nem fez contratações do futebol colegial, Hayakawa continua como mais jovem do elenco. De qualquer forma, o normal seria ele ser promovido apenas agora, mas ano passado ele já começou a ganhar minutos no profissional, principalmente na Copa da Liga, onde até faturou o prêmio “New Hero” de revelação do torneio. Também chegou a entrar em campo na final da ACL. A verdade, porém, é que ele ainda está muito “verde” para render na J1 e vai precisar de uma certa rodagem até ficar mais “vermelho”.

»» A diretoria aposta no orgulho local também na hora de fazer contratações. Quatro dos recém-chegados são naturais da província de Saitama: Matsuo, Ugajin, Maeda e Watanabe. Entre os que já estavam no elenco, mais sete nativos: Yoshida, Ito, Sekine, Yasui, Horiuchi, Hayakawa e Takahashi.

Saíram:
Zion Suzuki (goleiro, 2002) -> Sint-Truinden-BEL, em definitivo
Kazuaki Mawatari (lateral, 1991) -> Matsumoto Yamaga
Ryuya Fukushima (lateral, 2002) -> fim de contrato [estava emprestado ao Kochi United]
Takahiro Akimoto (lateral/meia, 1998) -> OH Leuven-BEL, empréstimo
Takuya Ogiwara (lateral, 1999) -> Dinamo Zagreb-CRO, empréstimo
Yuta Miyamoto (lateral, 1999) -> Kyoto Sanga, empréstimo
Kota Kudo (zagueiro, 2003) -> Giravanz Kitakyushu, empréstimo [estava emprestado ao Fujieda MYFC]
Takuya Iwanami (zagueiro, 1994) -> Vissel Kobe
Tetsuya Chinen (zagueiro, 1997) -> Vegalta Sendai
Tomoya Inukai (zagueiro, 1993) -> Kashiwa Reysol, em definitivo
Yudai Fujiwara (zagueiro, 2002) -> Oita Trinita [estava emprestado ao Machida Zelvia]
Kai Shibato (volante, 1995) -> Machida Zelvia, empréstimo
Yuichi Hirano (volante, 1996) -> Cerezo Osaka
Kai Matsuzaki (meia, 1997) -> Shimizu S-Pulse [estava emprestado ao Vegalta Sendai]
Alex Schalk (atacante, 1992) -> ADO Den Haag-HOL
José Kanté (atacante, 1990) -> aposentou-se
Kasper Junker (atacante, 1994) -> Nagoya Grampus, em definitivo
Rei Kihara (atacante, 2003) -> Nagano Parceiro, empréstimo

Chegaram:
Hirokazu Ishihara (lateral, 1999) <- Shonan Bellmare
Tomoya Ugajin (lateral, 1998) <- FC Gifu
Rikito Inoue (zagueiro, 1997) <- Kyoto Sanga
Yota Sato (zagueiro, 1998) <- Gamba Osaka
Samuel Gustafson (volante, 1995) <- Häcken-SUE
Ekanit Panya (meia, 1999) <- Muangthong United, empréstimo renovado
Hidetoshi Takeda (meia, 2001) <- Mito HollyHock, retorno de empréstimo
Naoki Maeda (meia, 1994) <- Nagoya Grampus
Ryoma Watanabe (meia, 1998) <- FC Tokyo
Yusuke Matsuo (meia, 1997) <- Westerlo-BEL, retorno de empréstimo
Ola Solbakken (atacante, 1998) <- Roma-ITA, empréstimo [estava emprestado ao Olympiacos-GRE]
Thiago Santana (atacante, 1993) <- Shimizu S-Pulse

Elenco do Urawa Reds para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Urawa Reds para 2024 — Foto: Futebol no Japão

YOKOHAMA F-MARINOS – Chegou a terceira geração do ‘angeball’

Yokohama F-Marinos [yokorrama êfu marínossu] - Província: Kanagawa - Cidade: Yokohama - Mascote: Marinos-kun — Foto: Futebol no Japão

Yokohama F-Marinos [yokorrama êfu marínossu] – Província: Kanagawa – Cidade: Yokohama – Mascote: Marinos-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023:
Melhor colocação na J1: Campeão (1995, 2003, 2004, 2019, 2022)
Estádios: Nissan Stadium (71.822) e Nippatsu Mitsuzawa (15.444)
Técnico: Harry Kewell [Austrália] (desde 01/2024)
Expectativa: ★★★★

O Yokohama F-Marinos foi campeão em 2019 com Ange Postecoglou (hoje no Tottenham) e em 2022 com Kevin Muscat (hoje no Shanghai Port). Para continuar com a filosofia que vem dando certo, chegou o terceiro australiano em sequência para treinar o clube: Harry Kewell, que como jogador foi um dos melhores da história do seu país e agora tenta deslanchar na carreira de técnico. Ele ainda não teve muito sucesso em passagens por clubes da quarta e quinta divisões da Inglaterra, mas depois de um ano e meio como assistente no Celtic aprendendo com o próprio Postecoglou, Kewell chega a Yokohama com a missão de manter o Tricolore disputando títulos e conquistar o hexa da J.League.

O melhor ataque do Japão em 2023 não perdeu nenhum jogador importante e continua tendo como base o trio brasileiro formado pelo artilheiro Anderson Lopes e pelos campeões de assistências Élber e Yan Matheus. No apoio a eles, Takuma Nishimura caiu de rendimento e foi embora e Nam Tae-hee não emplacou ainda, então veio um reforço bem conhecido pela torcida: Jun Amano, que no Japão só jogou pelo Marinos desde que começou a carreira e está de volta após dois anos na Coreia do Sul jogando pelos dois maiores clubes de lá (em 2022 pelo Ulsan, quando foi até campeão da K League, e em 2023 pelo Jeonbuk). É um discípulo de Shunsuke Nakamura e tem a bola parada como ponto forte. Takuya Kida e Kota Watanabe continuam como a dupla de volantes, mas o jovem Riku Yamane vem ganhando espaço e Kaina Yoshio, que vinha sendo lateral esquerdo no improviso, pode ser mais utilizado no meio-campo onde é sua função de origem. Correndo por fora está Keita Ueda, um jovem meia formado na base do Marinos que ainda não jogou pelo Tricolore desde que subiu do profissional, pois passou os últimos três anos emprestado ao Tochigi SC na J2, onde foi reserva a maior parte do tempo.

O grande problema em 2023 foi a defesa, que desmoronou após uma grave lesão no joelho do seu principal zagueiro, Shinnosuke Hatanaka, em agosto. Ele pode ainda não estar recuperado no início da campanha e o setor preocupa ainda mais porque Ryotaro Tsunoda, visto como potencial jogador de seleção, se transferiu para a Europa. Vieram dois reforços para a zaga, mas que não são necessariamente melhores do que os que já vinham jogando: Taiki Watanabe, um lateral esquerdo que foi convertido em zagueiro no Albirex Niigata, e Kazuya Yamamura, um veterano multitarefas que já jogou também como volante, meia e até centroavante e participou das duas últimas conquistas do Kawasaki Frontale na liga, mas como reserva.

As laterais, que precisaram de improvisos em boa parte da temporada passada por causa de lesões, ganharam na esquerda o polivalente Ren Kato, que pode jogar até no meio-campo, mas que ainda não tem nenhuma experiência na J1; e na direita Manato Yoshida, que estreou pelo Marinos ano passado nesse momento de lesões e agora, depois de se formar na faculdade, junta-se ao grupo integralmente. Yoshida chegou a disputar os Jogos Asiáticos de Hangzhou-2023, quando o Japão foi medalha de prata. No gol, Jun Ichimori, que era o titular absoluto, retornou para o Gamba Osaka e fica a questão: Será que William Popp vai dar conta de ser o novo número 1? Aos 29 anos, a experiência do nipo-americano como titular na J1 se limita a 14 jogos em 2021, quando era reserva de Shun Takagi no Oita Trinita. Ele vem como campeão da J2 pelo Machida Zelvia, mas perdeu a posição para Koki Fukui no fim da campanha.

No papel, o time não está mais forte que ano passado, mas o F-Marinos já estava entre os favoritos desde o início. Com todo o ataque mantido, Kewell terá que se preocupar mais em arrumar a defesa. Se as lesões não atrapalharem, o Yokohama tem tudo para continuar disputando troféus.

O destaque: Anderson Lopes (atacante, 15/09/1993) – O ex-Avaí e Athletico Paranaense vai para sua oitava temporada no Japão. A última foi a melhor de todas, com 22 gols marcados e artilharia da liga ao lado de Yuya Osako (Vissel Kobe), além de uma vaga no Best Eleven do campeonato. Ele até recusou uma proposta da Arábia Saudita na última janela de verão. “Em primeiro lugar, o Marinos é um time que me dá muitas coisas. Eu também gosto muito do futebol do Marinos. O time briga por títulos e eu consigo brigar pela artilharia. Não é sobre dinheiro. Acho que vale a pena ficar no Japão e no Marinos”, disse Lopes na ocasião.

Fique de olho: Riku Yamane (volante, 17/08/2003) – Formado em casa, está no Marinos desde a categoria infantil e vai para seu terceiro ano no profissional. Vem ganhando cada vez mais espaço e, se continuar evoluindo, pode até virar titular de vez. Além disso, este ano tem Olimpíadas e ele está na disputa por um lugar na seleção que tentará se classificar para Paris-2024.

A promessa: Kento Shiogai (atacante, 26/03/2005) – Uma contratação para 2027. Pensando no futuro, o Yokohama F-Marinos já garantiu a assinatura da promessa Kento Shiogai, de 18 anos, que em 2023 destacou-se pela seleção sub-19 no Torneio Maurice Revello em Toulon, na França. Veloz, com um chute forte e que costuma desequilibrar nas jogadas individuais, Shiogai vai para o segundo ano na Universidade e Keio e se juntará ao elenco do F-Marinos quando se formar, em 2027. Mas já está registrado na liga e pode aparecer em campo antes do planejado, como “estagiário”.

»» Campeões de vendas. O Marinos divulgou em janeiro o ranking com os jogadores que tiveram o maior número de uniformes vendidos (na pré-venda) e o primeiro colocado foi Élber. Ryo Miyaichi foi o segundo e Riku Yamane o terceiro. O outro brasileiro a aparecer no top-10 foi Anderson Lopes, em sétimo lugar.

Saíram:
Jun Ichimori (goleiro, 1991) -> fim de empréstimo com o Gamba Osaka
Powell Obinna Obi (goleiro, 1997) -> Vissel Kobe
Tomoki Tagawa (goleiro, 2002) -> Kataller Toyama, empréstimo renovado
Takuto Kimura (lateral/volante, 2000) -> Ventforet Kofu, empréstimo [estava emprestado ao Ehime FC]
Yusuke Nishida (lateral, 2003) -> Nagano Parceiro, empréstimo renovado
Ryotaro Tsunoda (zagueiro, 1999) -> Cardiff City-GAL [emprestado ao KV Kortrijk-BEL]
Shunsuke Hirai (zagueiro, 2002) -> Reilac Shiga, em definitivo
Eitaro Matsuda (meia, 2001) -> Albirex Niigata, empréstimo renovado
Takuma Nishimura (meia, 1996) <- Servette-SUI, empréstimo
Takumi Tsukui (meia, 2002) -> Azul Claro Numazu, em definitivo
Takuto Minami (meia, 2002) -> Reilac Shiga [estava emprestado ao Iwate Grulla Morioka]
Kenyu Sugimoto (atacante, 1992) -> fim de empréstimo com o Júbilo Iwata

Chegaram:
Riku Terakado (goleiro, 2002) <- Renofa Yamaguchi, retorno de empréstimo
William Popp (goleiro, 1994) <- Machida Zelvia
Manato Yoshida (lateral, 2001) <- Universidade Kanoya Taiiku
Ren Kato (lateral, 1999) <- Tokyo Verdy
Taiki Watanabe (lateral/zagueiro, 1999) <- Albirex Niigata
Kazuya Yamamura (zagueiro, 1989) <- Kawasaki Frontale
Jun Amano (meia, 1991) <- Jeonbuk Hyundai Motors-COR, retorno de empréstimo
Keita Ueda (meia, 2002) <- Tochigi SC, retorno de empréstimo

Elenco do Yokohama F-Marinos para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Yokohama F-Marinos para 2024 — Foto: Futebol no Japão

KAWASAKI FRONTALE – O Golfinho quer voltar para o caminho dos títulos

Kawasaki Frontale [kauassáki furontáre] - Província: Kanagawa - Cidade: Kawasaki - Mascote: Fron-ta — Foto: Futebol no Japão

Kawasaki Frontale [kauassáki furontáre] – Província: Kanagawa – Cidade: Kawasaki – Mascote: Fron-ta — Foto: Futebol no Japão

Em 2023:
Melhor colocação na J1: Campeão (2017, 2018, 2020, 2021)
Estádio: Uvance Todoroki Stadium by Fujitsu (26.827)
Técnico: Toru Oniki (desde 01/2017)
Expectativa: ★★★★

O oitavo lugar em 2023 foi o pior resultado de Toru Oniki desde que assumiu o comando do Kawasaki Frontale, mas ele se redimiu ao conquistar a Copa do Imperador e se classificar na fase de grupos da ACL com uma campanha irretocável, fechando bem o ano. De forma parecida, 2024 já começou instável. Ao vencer a Supercopa, Oniki chegou a dez títulos em sete anos, ultrapassando Oswaldo de Oliveira como técnico com mais títulos na história do futebol japonês, mas em seguida veio uma vexatória eliminação em casa nas oitavas de final da Liga dos Campeões da Ásia para o Shandong Taishan depois de ter vencido a ida na China. O sonho de ser campeão continental pela primeira vez foi novamente adiado, então o foco agora é buscar o penta na J.League.

O elenco teve baixas importantes, como Miki Yamane, que foi ser companheiro de Maya Yoshida na MLS; Kyohei Noborizato, que havia passado todas as 15 temporadas da carreira até agora no Todoroki; e Leandro Damião, que encerrou um ciclo vitorioso – todos nomes que vão deixar saudades na torcida. Para repor a perda na lateral direita, veio Sai van Wermeskerken; filho de pai holandês e mãe japonesa, ele jogou na base do Ventforet Kofu e chegou a atuar na seleção olímpica da geração Rio-2016, mas como profissional só tinha atuado na Holanda até agora. No seu último clube, o NEC Nijmegen, ele era apenas reserva. Caso ele não dê certo, há outros jogadores acostumados a essa função, como Takuma Ominami. Asahi Sasaki também tem sido testado ali. Para a lateral esquerda, veio Sota Miura, que impressionou desde que virou titular no Ventforet Kofu e ganhou até sua primeira convocação para a seleção. Para preencher a lacuna no ataque, o principal candidato é um brasileiro que o Kawasaki tinha interesse em contratar desde 2019: “El Toro” Erison, que ano passado sofreu com lesões e não jogou tanto assim no São Paulo, mas em 2022 teve um primeiro semestre muito bom no Botafogo. “Ele é forte, à primeira vista lembra o Hulk”, disse o ex-zagueiro e atual diretor técnico do Frontale, Hiroki Ito, que viajou até o Brasil para observar os três novos reforços brasileiros.

O segundo é Zé Ricardo, um volante bom nos passes e na marcação que jogou por Goiás na Série A e Tombense na Série B ano passado. “Ele tem técnica e sabe receber a bola sob a pressão que vai encontrar no Japão. Consegue distribuir o jogo e pode se tornar um ótimo atleta caso se adapte ao estilo de jogo japonês”, avaliou Ito. Fechando o pacote, Patric Verhon era uma joia na base do Bahia que “estreou no profissional com 17 anos e tem boa atitude. Pode se tornar ainda maior se der certo no Japão”, segundo Ito. Contando Jesiel e Marcinho, já bem estabelecidos como titulares, são cinco brasileiros no elenco.

Há dúvidas na defesa, já que Shintaro Kurumaya operou o joelho em janeiro. No lugar dele, podem entrar tanto Kota Takai, um dos mais promissores zagueiros da sua geração, ou o veterano Yuichi Maruyama, que tem um currículo sólido com muitos anos como titular no Nagoya Grampus e no FC Tokyo. O meio-campo pode subir de patamar com o talento de Yuki Yamamoto, que tem tudo para formar um trio invejável com o craque do time, Yasuto Wakizaka, e o carregador de piano Kento Tachibanada. Aí resta ver como o ataque vai funcionar e se Akihiro Ienaga, aos 37 anos, terá fôlego para continuar jogando a maioria dos minutos.

O destaque: Yasuto Wakizaka (meia, 11/06/1995) – Tem feito jus ao posto de sucessor do maior ídolo da história do clube, Kengo Nakamura, vestindo a mesma camisa 14 e brilhando entre os melhores meias da J.League – ano passado ele foi artilheiro e líder de assistências do Frontale e foi eleito para o Best Eleven pelo terceiro ano consecutivo.

Fique de olho: Yuki Yamamoto (volante, 06/11/1997) – Era o pilar do sistema de jogo do Gamba Osaka, um jogador de muita técnica com a bola no pé, visão de jogo e qualidade no passe. Pode ser a peça que faltava no meio-campo para o Frontale voltar a jogar um futebol dominante e eficiente.

A promessa: Patrick Verhon (meia, 08/09/2004) – Conquistou títulos em todas as categorias no Bahia – sub-15, sub-17, sub-20 e profissional. É destro, mas tem treinado a canhota e deixou uma boa impressão na pré-temporada com a precisão dos cruzamentos com as duas pernas, além de ter sido testado em várias posições. “Conheço a cultura e o futebol do Japão desde pequeno. Aceitei vir para cá sem pensar. Quando recebi a proposta, pensei que poderia crescer como jogador e como pessoa”, disse Patrick, que enfatizou ter como pontos fortes “o chute de média distância e o último passe”.

»» Torcida crescendo. O Kawasaki Frontale teve em 2023 a maior taxa de ocupação do seu estádio entre todos os times da J1, J2 e J3 (74%). O Todoroki Stadium (que vai se chamar “Uvance Todoroki Stadium by Fujitsu” pelos próximos cinco anos – Uvance é uma nova marca lançada pela Fujitsu para trabalhar com iniciativas ligadas à sustentabilidade) teve o setor da arquibancada principal reformado em 2015 e a prefeitura aprovou uma nova reforma que deve começar até o fim desta década e vai ampliar a capacidade para 35 mil.

Saíram:
Kyohei Noborizato (lateral, 1990) -> Cerezo Osaka
Miki Yamane (lateral, 1993) -> Los Angeles Galaxy-EUA
Yuto Matsunagane (lateral, 2004) -> Fukushima United, empréstimo
Kaito Kamiya (zagueiro, 1997) -> Ventforet Kofu, em definitivo
Kazuya Yamamura (zagueiro, 1989) -> Yokohama F-Marinos
João Schmidt (volante, 1993) -> Santos
Koki Harada (volante, 2000) -> ReinMeer Aomori [estava emprestado ao Nagano Parceiro]
Taiyo Igarashi (meia, 2003) -> Renofa Yamaguchi, empréstimo renovado
Takatora Einaga (meia, 2003) -> Thespa Gunma, empréstimo [estava emprestado ao Mito HollyHock]
Toya Myogan (meia, 2004) -> Vegalta Sendai, empréstimo
Yuto Ozeki (meia, 2005) -> Fukushima United, empréstimo
Leandro Damião (atacante, 1989) -> Coritiba
Taisei Miyashiro (atacante, 2000) -> Vissel Kobe

Chegaram:
Sai van Wermeskerken (lateral, 1994) <- NEC Nijmegen-HOL
Sota Miura (lateral, 2000) <- Ventforet Kofu
Yuichi Maruyama (zagueiro, 1989) <- Nagoya Grampus
Kota Yui (volante, 2005) <- promovido da base
Renji Matsui (volante, 2000) <- Machida Zelvia, retorno de empréstimo
Yuki Yamamoto (volante, 1997) <- Gamba Osaka
Zé Ricardo (volante, 1999) <- Tombense
Hinata Yamauchi (meia, 2001) <- Universidade Yokohama Toin
Patrick Verhon (meia, 2004) <- Bahia
Ten Miyagi (meia, 2001) <- Montedio Yamagata, retorno de empréstimo
Erison (atacante, 1999) <- Botafogo [estava emprestado ao São Paulo]
Soma Kanda (atacante, 2005) <- Colégio Shizuoka Gakuen

Elenco do Kawasaki Frontale para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Kawasaki Frontale para 2024 — Foto: Futebol no Japão

VISSEL KOBE – Como melhorar um time campeão?

Vissel Kobe [vísseru kôbe] - Província: Hyogo - Cidade: Kobe - Mascote: Movi — Foto: Futebol no Japão

Vissel Kobe [vísseru kôbe] – Província: Hyogo – Cidade: Kobe – Mascote: Movi — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: Campeão
Melhor colocação na J1: Campeão (2023)
Estádio: Noevir Stadium Kobe (29.913)
Técnico: Takayuki Yoshida (desde 06/2022)
Expectativa: ★★★★

Depois de anos investindo quantias muito acima da realidade de todos os outros clubes da J.League para trazer estrelas internacionais, o Vissel Kobe, por ironia do destino, conquistou sua primeira salva de prata justamente no ano em que Andrés Iniesta foi embora. Além de que Juan Mata, contratado para o lugar dele, foi “campeão” tendo apenas 10 minutos em campo na campanha (e já foi embora). Não que Iniesta não tenha sido importante. Muito pelo contrário, o espanhol foi responsável por subir de patamar um time que só frequentava a parte de baixo da tabela. Mas o técnico Takayuki Yoshida encontrou a fórmula vencedora abandonando a “barcelonização” que o clube promovia em prol de um futebol de mais “pressão e intensidade” focado em quatro nomes com experiência de seleção japonesa e Europa, mas que ainda estão em grande forma: Yuya Osako, Yoshinori Muto, Hotaru Yamaguchi e Gotoku Sakai. Todos os quatro foram eleitos para o Best Eleven de 2023.

Para defender seu título e ainda competir na ACL – conquistar a Ásia é, a princípio, a grande meta do clube -, o Vissel manteve todos os titulares e trouxe reforços com o objetivo de ter “pelo menos dois jogadores para cada posição” nas palavras de Yoshida. O selecionável Daiya Maekawa segue absoluto no gol, mas tanto Powell Obinna Obi quanto o veterano Shota Arai podem fazer sombra a ele. A zaga tem o retorno de Takuya Iwanami, que começou a carreira no próprio Vissel, e também de Ryuho Kikuchi, que ficou fora de toda a campanha passada com uma lesão no joelho, mas antes disso estava entre os melhores zagueiros da J1. Rikuto Hirose, que vinha sendo titular no Kashima Antlers, chega para cobrir as laterais.

No meio, Mitsuki Saito, ainda se recuperando das lesões múltiplas que sofreu no joelho, deve ser desfalque pelo menos até agosto. Enquanto isso, Takahiro Ogihara tem dado conta do recado, mas o setor agora tem também Yuya Kuwasaki, um sólido volante que era titular na J2 pelo V-Varen Nagasaki (onde trabalhou com o técnico Yoshida) desde que começou a carreira em 2021; Tatsunori Sakurai, que evoluiu técnica e fisicamente durante o empréstimo ao Tokushima Vortis; Kakeru Yamauchi, vindo da prestigiada Universidade Tsukuba e com suas habilidades de criação e distribuição elogiadas; e o ex-seleção Yosuke Ideguchi, que finalmente voltou a ter um ano positivo na carreira emprestado ao Avispa Fukuoka e foi contratado do Celtic por um valor estimado em um milhão de euros (R$ 5,3 milhões).

O setor ofensivo é onde o Vissel mais brilha, com a melhor dupla de ataque da última J.League: Osako e Muto. Porém, é também o setor que mais preocupa, pois não há um substituto à altura para nenhum deles. Taisei Miyashiro é um atacante versátil que pode cobrir qualquer posição na frente, mas o time pode sentir caso uma das estrelas se lesione.

O destaque: Yuya Osako (atacante, 18/05/1990) – Aos 33 anos, viveu a temporada mais goleadora da carreira. Foi o artilheiro da última J1, com 22 gols, e faturou com sobras o prêmio de MVP. É um tipo raro de jogador no Japão, pois tem força para fazer o pivô e segurar a bola na frente, presença de área para fazer gols e senso de posicionamento e visão para servir os companheiros. Tem sido tanto o 9 quanto o 10 do Vissel, tamanha a influência dele em campo. Também foi o jogador com mais duelos aéreos vencidos no último campeonato (169).

Fique de olho: Taisei Miyashiro (atacante, 26/05/2000) – Era uma grande joia do Kawasaki Frontale, mas que ainda não evoluiu como se projetava, tanto que o Golfinho abriu mão dele mesmo com os oito gols marcados na última temporada. Oportunidade que o Vissel Kobe aproveitou para ganhar um coringa no ataque. Miyashiro, além de jogar pelas pontas, pode se tornar também um substituto de Osako a longo prazo.

A promessa: Justin Homma (lateral, 26/08/2005) – Jogou no sub-15 do Gamba Osaka e estava no sub-18 do Vissel Kobe. É membro da seleção sub-19 e foi até “convocado” para a Copa da Ásia para participar dos treinos da seleção principal e ganhar experiência. Frequentemente acham que ele é irmão de Gotoku Sakai por causa da semelhança física, além de que eles jogam na mesma posição. Homma foi até apelidado de “kagemusha” (dublê) de Sakai.

»» O Vissel Kobe fez um amistoso de pré-temporada contra o Inter Miami de Lionel Messi, Luis Suárez, Sergio Busquets e Jordi Alba no dia 7 de fevereiro no Estádio Nacional de Tóquio (a 500 km de Kobe!) e venceu nos pênaltis depois de um empate em 0x0 no tempo normal. O goleiro Shota Arai saiu como herói por defender duas cobranças. Apesar das críticas quanto ao preço exorbitante dos ingressos, o público foi de 28.614 pessoas.

Saíram:
Phelipe Megiolaro (goleiro, 1999) -> Yokohama FC
Ryotaro Hironaga (goleiro, 1990) -> fim de contrato
Yuya Tsuboi (goleiro, 1999) -> Júbilo Iwata, empréstimo
Leo Osaki (zagueiro/volante, 1991) -> Emirates-EAU
Shohei Takahashi (zagueiro, 1991) -> fim de empréstimo com o Machida Zelvia
Yusei Ozaki (zagueiro, 2003) -> Ehime FC, empréstimo
Bálint Vécsei (volante, 1993) -> fim de contrato
Shuto Adachi (volante, 2004) -> Iwate Grulla Morioka, empréstimo
Juan Mata (meia, 1988) -> fim de contrato
Mizuki Arai (meia, 1997) -> Yokohama FC, empréstimo
Toya Izumi (meia, 2000) -> Omiya Ardija, empréstimo [estava emprestado ao Montedio Yamagata]
Shuhei Kawasaki (meia, 2001) -> fim de empréstimo com o Portimonense-POR
Niina Tominaga (atacante, 2004) -> Kamatamare Sanuki, empréstimo

Chegaram:
Powell Obinna Obi (goleiro, 1997) <- Yokohama F-Marinos
Shioki Takayama (goleiro, 2001) <- Universidade Tsukuba
Shota Arai (goleiro, 1988) <- JEF United Ichihara Chiba
Justin Homma (lateral, 2005) <- promovido da base
Rikuto Hirose (lateral, 1995) <- Kashima Antlers
Shogo Terasaka (zagueiro, 2004) <- FC Ryukyu, retorno de empréstimo
Takuya Iwanami (zagueiro, 1994) <- Urawa Reds
Kakeru Yamauchi (volante, 2002) <- Universidade Tsukuba
Mitsuki Saito (volante, 1999) <- Shonan Bellmare, em definitivo
Tatsunori Sakurai (volante, 2002) <- Tokushima Vortis, retorno de empréstimo
Yosuke Ideguchi (volante, 1996) <- Celtic-ESC [estava emprestado ao Avispa Fukuoka]
Yuya Kuwasaki (volante, 1998) <- V-Varen Nagasaki
Taisei Miyashiro (atacante, 2000) <- Kawasaki Frontale

Elenco do Vissel Kobe para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Vissel Kobe para 2024 — Foto: Futebol no Japão

SANFRECCE HIROSHIMA – Enfim, o tão sonhado novo estádio

Sanfrecce Hiroshima [sanfurêtche riroxima] - Província: Hiroshima - Cidade: Hiroshima - Mascote: Sancce — Foto: Futebol no Japão

Sanfrecce Hiroshima [sanfurêtche riroxima] – Província: Hiroshima – Cidade: Hiroshima – Mascote: Sancce — Foto: Futebol no Japão

Em 2023:
Melhor colocação na J1: Campeão (2012, 2013, 2015)
Estádio: Edion Peace Wing Hiroshima (28.520)
Técnico: Michael Skibbe [Alemanha] (desde 01/2022)
Expectativa: ★★★★

Um antigo sonho do torcedor do Sanfrecce Hiroshima vai se realizar quando começar a temporada 2024 da J.League. Será inaugurado o Edion Peace Wing Hiroshima, novo estádio que tem tudo para fazer o clube crescer e popularizar mais o futebol em uma cidade dominada pelo beisebol que tem um dos times mais famosos do país, o Hiroshima Toyo Carp, e onde o futebol às vezes fica em segundo plano. O novo estádio está localizado no centro da cidade, no Parque Memorial da Paz, e vai facilitar o acesso ao público, o que era um dos problemas do antigo Big Arch, que fica a 10 km de distância. Ser uma arena exclusiva para futebol, sem pista de atletismo, é mais um diferencial que deve contribuir para aumentar a média de público do Sanfrecce, que nunca foi das mais altas – o recorde é de 17.721 em 2012, ano da primeira conquista na J1.

O próximo sonho agora é voltar a ser campeão da J.League, o que não acontece desde quando o treinador era Hajime Moriyasu. Para isso, a diretoria acredita no trabalho a longo prazo do alemão Michael Skibbe, que em dois anos levou o Três Flechas a dois pódios na J1 e duas finais de copa nacional (com o título da Levain 2022). O elenco é um dos que menos mudou entre os 20 participantes da J1. Todos os titulares foram mantidos e veio apenas um reforço para disputar posição no onze inicial: Yuki Ohashi, a esperança de o time enfim ter um homem-gol. O atacante não tinha fama de goleador, pois só balançou as redes sete vezes nas cinco primeiras temporadas da carreira na J1, mas ano passado virou artilheiro do Shonan Bellmare com 13 gols. Veremos se ele enfim evoluiu ou se teve apenas uma boa fase.

A defesa é uma das mais seguras da J1 (a que menos cedeu finalizações em 2023 – 239, média de apenas sete por jogo) e segue incontestável com o selecionável Keisuke Osako no gol e o trio defensivo Shiotani-Araki-Sasaki. Pode haver problemas caso um zagueiro se lesione, pois Taichi Yamasaki ainda tem pouca experiência e Osamu Henry Iyoha, um prata da casa que está de volta depois de vários anos emprestado, passou a maior parte da carreira até agora na J2 e J3 e ano passado era reserva no Kyoto Sanga. Do meio-campo para frente também o time continua o mesmo, com reforços só para compor elenco: Motoki Ohara, um jovem meia que se destacou no Ehime FC pela J3, foi contratado pelo Sanfrecce e ano passado foi bem na J2 emprestado ao Mito HollyHock; e Kohei Hosoya, um volante canhoto que tem a precisão do passe como característica e está de volta ao clube onde fez a base depois de quatro anos na universidade.

Os três brasileiros – Ezequiel, Marcos Júnior e Douglas Vieira – tiveram o contratado renovado. Apesar de não serem usuais titulares, têm sido úteis à equipe e dão uma profundidade necessária ao elenco. A falta de um goleador confiável foi a principal razão para o Hiroshima não ter forças para disputar o título nos últimos anos. Caso Ohashi se torne a solução desse problema, Mitsuta continue saudável e não seja vendido e a defesa não tenha desfalques, o time pode ir mais longe este ano.

O destaque: Makoto Mitsuta (meia, 20/07/1999) – O maior talento desde Mitoma a surgir no futebol universitário japonês, é incrível como Mitsuta ainda não foi contratado por um clube europeu (talvez a lesão que ele teve ano passado, bem na época da janela de transferências, possa ter influenciado). Bom para o Sanfrecce, que mantém o melhor jogador do time dos últimos dois anos; um meia versátil (ele ainda pode atuar nas pontas e em 2023 fez várias partidas também como volante) que tem sido sempre decisivo. O aproveitamento do Hiroshima na temporada anterior da J1 foi de 24,3% nos 11 jogos sem Mitsuta e de 72,5% (maior até que o do campeão Vissel Kobe, que foi de 69,6%) nos 23 jogos com Mitsuta.

Fique de olho: Keisuke Osako (goleiro, 28/07/1999) – Provavelmente ele teria sido o número 1 do Japão na Copa da Ásia, não fosse por uma fratura na mão que sofreu em dezembro. É titular no Sanfrecce desde os 19 anos e agora, com a aposentadoria de Takuto Hayashi, finalmente trocou o número da camisa de 38 para 1. Vale acompanhar seu desenvolvimento para ver se ele vai seguir os passos do senpai Shusaku Nishikawa e se tornar “apenas” um grande goleiro na J1 ou se vai se destacar a ponto de se transferir para a Europa e se firmar na seleção.

A promessa: Yotaro Nakajima (volante, 22/04/2006) – Nascido em Hiroshima (seu pai é Koji Nakajima, que também jogava como volante e e foi campeão da J1 pelo Sanfrecce em 2012 e 2013), fez toda a base no Sanf e assinou um contrato profissional em setembro do ano passado. Chegou a ficar no banco em alguns jogos da J1, mas ainda não estreou. Foi destaque na seleção sub-17 campeã asiática e que participou do Mundial da categoria em 2023. É um volante que antevê as jogadas tanto na marcação quanto para buscar um passe decisivo, aos moldes de Aoyama e Notsuda.

»» A Edion, rede varejista de produtos eletrônicos e principal patrocinadora do Sanfrecce Hiroshima, tinha os naming rights do antigo estádio, o Big Arch, que se chamou “Edion Stadium Hiroshima” de 2013 a 2023. A partir deste ano e até 2034 a empresa vai pagar 100 milhões de ienes (R$ 3,3 milhões) por ano para dar seu nome ao novo estádio, o Edion Peace Wing Hiroshima. Nome que em japonês será abreviado como “E-Peace” (i-píssu).

Saíram:
Takuto Hayashi (goleiro, 1982) -> aposentou-se
Jelani Reshaun Sumiyoshi (zagueiro, 1997) -> Shimizu S-Pulse, empréstimo
Kodai Dohi (volante, 2001) -> Tochigi SC, empréstimo [estava emprestado ao FC Imabari]
Kosei Shibasaki (meia, 1984) -> aposentou-se
Taishi Semba (meia, 1999) -> Fagiano Okayama, empréstimo renovado
Nassim Ben Khalifa (atacante, 1992) -> Avispa Fukuoka
Ryo Tanada (atacante, 2003) -> Iwaki FC, empréstimo
Shun Ayukawa (atacante, 2001) -> Oita Trinita, empréstimo

Chegaram:
Haruto Usui (goleiro, 1999) <- Matsumoto Yamaga, empréstimo
Osamu Henry Iyoha (zagueiro, 1998) <- Kyoto Sanga, retorno de empréstimo
Kohei Hosoya (volante, 2001) <- Universidade Hosei
Yotaro Nakajima (volante, 2006) <- promovido da base
Motoki Ohara (meia, 2000) <- Mito HollyHock, retorno de empréstimo
Yuki Ohashi (atacante, 1996) <- Shonan Bellmare

Elenco do Sanfrecce Hiroshima para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Sanfrecce Hiroshima para 2024 — Foto: Futebol no Japão

CEREZO OSAKA – Esperando a hora de florescer

Cerezo Osaka [ceresso ôssaka] - Província: Osaka - Cidade: Osaka - Mascote: Noble Valiente Hache Lobito de Cerezo, mais conhecido como Lobby — Foto: Futebol no Japão

Cerezo Osaka [ceresso ôssaka] – Província: Osaka – Cidade: Osaka – Mascote: Noble Valiente Hache Lobito de Cerezo, mais conhecido como Lobby — Foto: Futebol no Japão

Em 2023:
Melhor colocação na J1: 3º (2010, 2017)
Estádio: Yodoko Sakura Stadium (24.481)
Técnico: Akio Kogiku (desde 08/2021)
Expectativa: ★★★

O Cerezo Osaka vem de um 2023 em que chegou a ficar na quarta colocação no terço final do campeonato, mas terminou a campanha em um frustrante nono lugar. Já não é de hoje que a torcida sonha com o inédito título da J.League e deve ter ficado uma pontinha de inveja porque ano passado quem quebrou a hegemonia da dupla de Kanagawa, Frontale-Marinos, e conquistou a salva de prata pela primeira vez foi o vizinho Vissel Kobe. O Cerezo tem sido aquele time que dá trabalho a qualquer candidato ao título, mas que também sofre contra qualquer candidato ao rebaixamento. Joga um futebol pragmático, cauteloso, forte na defesa, mas que cria e converte poucas chances de gol. Se por um lado a defesa foi a quarta menos vazada na temporada anterior, o ataque foi só o 13º melhor.

Se quiser disputar títulos, a Cerejeira vai ter que jogar um futebol mais solto e eficiente. A começar por municiar melhor o artilheiro Léo Ceará. Para isso, Vitor Bueno chega como contratação de peso que custou 3,2 milhões de euros (R$ 17 milhões). O meia era destaque no Athletico Paranaense, onde marcou 11 gols e nove assistências em 2023 (foi seu ano com melhores números na carreira) e promete fazer uma parceria de sucesso com o ídolo local Shinji Kagawa, que deve ser adiantado no meio-campo agora que veio Shunta Tanaka, que sempre jogou como zagueiro no Consadole Sapporo (inclusive, ano passado foi um dos melhores da posição), mas que quer agora atuar como volante. Tanaka tinha várias outras propostas, mas escolheu o Cerezo porque o clube queria um volante alto e forte no jogo aéreo, além de oferecer um contrato com uma “multa baixa” em caso de oferta do exterior. E ainda por cima deram para ele a camisa 10.

O ataque também ganhou um dos melhores dribladores da liga, Lucas Fernandes, que tem a versatilidade de atuar pelas duas pontas. O setor ainda tem o velocista Capixaba (ou “Capi” para os torcedores mais íntimos), o mais técnico Jordy Croux e jovens promessas que podem despontar como os habilidosos Masaya Shibayama, Reiya Sakata e principalmente Sota Kitano. Já a defesa permanece quase a mesma, apenas com um upgrade na lateral esquerda graças a Kyohei Noborizato que, apesar de veterano, vinha jogando em alto nível no Kawasaki Frontale e deve melhorar o setor, já que Kakeru Funaki tem sido apenas mediano. Pode-se dizer que o elenco não perdeu nenhum titular (considerando as últimas rodadas do campeonato anterior) e que chegaram reforços que podem entrar direto no 11 inicial e aumentar o nível da equipe. Resta ver se Kogiku vai aproveitar melhor o potencial que tem à disposição.

O destaque: Shinji Kagawa (meia, 17/03/1989) – Ano passado ele retornou ao clube que o revelou depois de 12 anos e meio na Europa. Não teve um desempenho brilhante, mas recuperou a forma física, jogou em todas as rodadas (quase sempre 90 minutos) e voltou às origens atuando como primeiro volante, posição em que jogava antes de ser convertido em meia-atacante por Levir Culpi, destacando-se na saída de bola e na distribuição, além de ter sido o quinto com mais bolas recuperadas no campeonato (132). Será que este ano veremos uma versão mais ofensiva de Kagawa?

Fique de olho: Seiya Maikuma (lateral, 16/10/1997) – Jogava como atacante na universidade e até vestia a camisa 9, mas quando se profissionalizou, no V-Varen Nagasaki, foi convertido em lateral direito (posição em que nunca tinha jogado antes) pelo técnico Makoto Teguramori. No Cerezo, ele vinha sendo usado muitas vezes como ponta por causa de seus atributos ofensivos, enquanto Kogiku escalava o mais defensivo Riku Matsuda na lateral. Com a saída de Matsuda e a contratação de Lucas Fernandes, Maikuma deve se fixar de vez na lateral, até porque se encaixou bem nessa função na seleção japonesa e vem de uma boa Copa da Ásia. Se continuar a jogar em alto nível, pode até ir para a Europa em breve.

A promessa: Sota Kitano (atacante, 13/08/2004) – Em 2022, tornou-se o terceiro mais jovem a assinar um contrato profissional com o Cerezo Osaka, atrás de Yoichiro Kakitani e Shinji Kagawa. Desde então tem aos poucos ganhado rodagem no time principal como substituto enquanto atua também pelas seleções de base. É o mais promissor dos talentos que saíram da base do clube recentemente e, para o bem e para o mal, lembra o seu “senpai” Takumi Minamino e alterna momentos em que praticamente desaparece com outros em que é decisivo. Por exemplo, seu primeiro gol na J.League, em junho de 2023, foi marcado nos acréscimos e decidiu a vitória por 2×1 no dérbi contra o Vissel Kobe.

»» Rei do fair play? O Cerezo Osaka foi o time com menos cartões na última J.League (27 amarelos e um vermelho). Também foi o terceiro que menos cometeu faltas – 405, média de 11,9 por jogo.

Saíram:
Kohei Maki (goleiro, 1998) -> Thespa Gunma
Riku Matsuda (lateral, 1991) -> Gamba Osaka
Ryosuke Yamanaka (lateral, 1993) -> Nagoya Grampus
Yusuke Maruhashi (lateral, 1990) -> Sagan Tosu [estava emprestado ao BG Pathum United-TAI]
Matej Jonjic (zagueiro, 1991) -> Incheon United-COR
Nagi Matsumoto (volante, 2001) -> Montedio Yamagata, empréstimo [estava emprestado ao Ventforet Kofu]
Nelson Ishiwatari (volante, 2005) -> Ehime FC, empréstimo
Riki Harakawa (volante, 1993) -> FC Tokyo, em definitivo
Rui Osako (volante, 2004) -> Iwaki FC, empréstimo
Tokuma Suzuki (volante, 1997) -> Gamba Osaka
Haruki Arai (meia, 1998) -> Mito HollyHock
Hikaru Nakahara (meia, 1996) -> Sagan Tosu [estava emprestado ao Tokyo Verdy]
Jun Nishikawa (meia, 2002) -> Iwaki FC, empréstimo [estava emprestado ao Sagan Tosu]
Kosei Okazawa (meia, 2003) -> FC Ryukyu, empréstimo renovado
Motohiko Nakajima (meia, 1999) -> Vegalta Sendai, empréstimo renovado
Ryuji Sawakami (atacante, 1993) -> Fukushima United, em definitivo
Shota Fujio (atacante, 2001) -> Machida Zelvia, em definitivo

Chegaram:
Hayato Okuda (lateral, 2001) <- Universidade Momoyama Gakuin
Kyohei Noborizato (lateral, 1990) <- Kawasaki Frontale
Shunta Tanaka (zagueiro, 1997) <- Hokkaido Consadole Sapporo
Yuichi Hirano (volante, 1996) <- Urawa Reds
Lucas Fernandes (meia, 1994) <- Hokkaido Consadole Sapporo
Vitor Bueno (meia, 1994) <- Athletico-PR
Hiroto Yamada (atacante, 2000) <- Vegalta Sendai, retorno de empréstimo

Elenco do Cerezo Osaka para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Cerezo Osaka para 2024 — Foto: Futebol no Japão

KASHIMA ANTLERS – Um novo rumo para acabar com o jejum

Kashima Antlers [káxima antorázu] - Província: Ibaraki - Cidade: Kashima - Mascote: Shikao — Foto: Futebol no Japão

Kashima Antlers [káxima antorázu] – Província: Ibaraki – Cidade: Kashima – Mascote: Shikao — Foto: Futebol no Japão

Em 2023:
Melhor colocação na J1: Campeão (1996, 1998, 2000, 2001, 2007, 2008, 2009, 2016)
Estádio: Kashima Soccer Stadium (38.620)
Técnico: Ranko Popovic [Sérvia] (desde 01/2024)
Expectativa: ★★★

Já são cinco temporadas sem nenhum título. O Kashima Antlers vive o jejum mais longo de sua história. Um desastre para quem estava acostumado a levantar quase uma taça por ano em média. Nos últimos quatro anos, o time terminou só em quarto ou quinto na J1 e chegou no máximo nas quartas de final de uma copa nacional. E a última participação na ACL foi em 2020, eliminado de forma vexatória na fase preliminar. Com a tendência recente de ter Marinos e Frontale disputando o título, a soberania do Kashima como maior campeão do futebol japonês está ameaçada. Muito da crítica por esse período de fracassos caiu em cima do gerenciamento da Mercari, empresa de comércio eletrônico que se tornou a principal acionista do clube em 2019 – coincidentemente (ou não?), o ano em que começou a seca de títulos.

O time não teve tantas mudanças em relação a 2023, mas a filosofia está ficando cada vez mais europeia e menos brasileira. Como os últimos técnicos japoneses, todos ex-jogadores do clube, e o último brasileiro (Zago, em 2020) não deram tão certo assim, a diretoria olha agora para o Velho Continente. Em 2022 veio o suíço René Weiler e agora chegou o sérvio Ranko Popovic, que pelo menos conhece bem o futebol japonês e já treinou Oita Trinita, Machida Zelvia (duas vezes), FC Tokyo e Cerezo Osaka. Mas o torcedor japonês que o conhece tem motivos para ficar é preocupado, pois os resultados de Popovic no futebol nipônico estão longe de impressionar, tirando um quinto lugar com o Machida na J2 em 2021. Pouco para um clube com tanta ambição.

O novo rumo que a diretoria escolheu se reflete também nas contratações e pela primeira vez o Antlers tem um jogador europeu. A princípio seria o zagueiro croata Josip Ćalušić, que vinha se destacando na liga sérvia e chegou indicado por Popovic. Porém, depois de ser até anunciado oficialmente nas redes sociais, o negócio foi cancelado porque ele acabou reprovado no exame médico. E então veio Aleksandar Čavrić, centroavante nascido na Croácia, que tem nacionalidade sérvia e é o atual vice-artilheiro da liga da Eslováquia (e também foi vice-artilheiro na temporada anterior). Ele vai concorrer com Kei Chinen e companhia por um lugar ao lado do craque do time, Yuma Suzuki, que reforçou o status de ídolo ao recusar uma proposta do arquirrival Urawa Reds.

O meio-campo tem jogadores técnicos e de nível de seleção, como Gaku Shibasaki, Kaishu Sano e Yuta Higuchi (este que foi o líder de assistências da liga ano passado, mas que lamentavelmente nunca ganhou uma chance com Moriyasu), além de Yuta Matsumura que é da seleção olímpica. Shibasaki, outro ídolo da torcida que começou a carreira no Antlers e ano passado retornou da Europa, vai vestir a lendária camisa 10 e deve ser titular com a saída de Diego Pituca. Há muita expectativa em relação ao desempenho dele. O elenco perdeu a joia Ryotaro Araki, que foi procurar um novo rumo em Tóquio, mas mantém um mínimo da tradição brasileira com a chegada de Guilherme Parede, que anotou seis gols e seis assistências na última Série B pelo Vila Nova-GO.

A defesa tem Ueda e Sekigawa bem estabelecidos como dupla de zaga, mas deve vir ainda um reforço para o setor, que só tem o inexperiente Keisuke Tsukui como reserva. É possível que o clube precise também ir atrás de outro volante em breve, já que Kaishu Sano está na seleção e há boatos de interesse de times europeus. Tomoki Hayakawa deve continuar como goleiro titular (ele até mudou o número na camisa de 29 para 1) com a saída de Yuya Oki e a aposentadoria de Kwon Sun-tae. Reforços no setor devem ficar apenas como suplentes: Yuji Kajikawa, que é um goleiro rodado e era reserva no Júbilo Iwata, e Taiki Yamada, retornando de um empréstimo ao Fagiano Okayama na J2 onde teve poucas oportunidades. A novidade pode pintar na lateral direita, onde Hidehiro Sugai terá a sombra do novato Kimito Nono, que tem sido bastante elogiado.

O destaque: Yuma Suzuki (atacante, 26/04/1996) – O polêmico centroavante que abriu mão da seleção japonesa para focar no clube aumentou ainda mais o prestígio com a torcida ao recusar uma proposta do arquirrival Urawa Reds. Yuma já é um símbolo do Antlers e vem de uma temporada frustrante, mas que foi a sua mais produtiva em Ibaraki em questão de gols, com 14 marcados na última J1.

Fique de olho: Kaishu Sano (volante, 30/12/2000) – Se tivesse nascido dois dias mais tarde, poderia estar na atual seleção olímpica. Começou a carreira no Machida Zelvia e, depois de quatro anos como titular na J2, chegou na J1 já como um dos melhores volantes do campeonato, tanto que foi convocado por Hajime Moriyasu para as Eliminatórias e Copa da Ásia. Seu ponto forte é a marcação, mas também tem qualidade nos pés para fazer a ligação com o ataque. Sua referência é o francês N’Golo Kanté. Vale ficar de olho também no seu irmão mais novo, Kodai Sano, que já está na Europa, defendendo o holandês NEC Nijmegen.

A promessa: Kimito Nono (lateral, 26/03/2002) – Elogiado pela movimentação, tomada de decisões e habilidade no apoio ao ataque, é um atacante/ponta de origem que virou lateral no terceiro ano da universidade e deve continuar como defensor no profissional. Gostava de jogar com a camisa 7 por causa dessa inclinação ofensiva. Tem sido capitão desde o colegial e é frequentemente chamado de “novo Uchida”. Kunihito Shiimoto, o olheiro do Antlers que o descobriu, disse: “Já faz um tempo que não vejo um lateral típico do Kashima como ele. Ele consegue correr todo o campo e tem qualidade na definição. Ele se parece com o Atsuto Uchida quando estreou.”

»» Kaishu Sano não poderia ter um nome melhor para um volante. Afinal, “kaishu” em japonês significa “recuperar”, então é comum ouvir por lá trocadilhos sobre a habilidade de Sano em recuperar a bola (piada que até Atsuto Uchida já mandou ao vivo quando ele estreou pela seleção). Um nome incomum no Japão, foi escolhido pelo pai dele, que era fã de Katsu Kaishu, um famoso samurai, político, e engenheiro naval do século 19.

Saíram:
Kwon Sun-tae (goleiro, 1984) – aposentou-se
Yuya Oki (goleiro, 1999) -> Shimizu S-Pulse
Rikuto Hirose (lateral, 1995) -> Vissel Kobe
Gen Shoji (zagueiro, 1992) -> Machida Zelvia
Kim Min-tae (zagueiro, 1993) -> Shonan Bellmare, em definitivo
Naoki Hayashi (zagueiro, 1998) -> Tokyo Verdy, empréstimo renovado
Diego Pituca (volante, 1992) -> Santos
Ryotaro Nakamura (volante, 1997) -> Shimizu S-Pulse, empréstimo [estava emprestado ao Ventforet Kofu]
Yusuke Ogawa (volante, 2002) -> FC Ryukyu
Ryotaro Araki (meia, 2002) -> FC Tokyo, empréstimo
Arthur Caíke (atacante, 1992) -> Sport
Blessing Eleke (atacante, 1996) -> fim de contrato
Itsuki Someno (atacante, 2001) -> Tokyo Verdy, empréstimo renovado

Chegaram:
Taiki Yamada (goleiro, 2002) <- Fagiano Okayama, retorno de empréstimo
Yuji Kajikawa (goleiro, 1991) <- Júbilo Iwata
Kimito Nono (lateral, 2002) <- Universidade Kwansei Gakuin
Aleksandar Čavrić (atacante, 1994) <- Slovan Bratislava-SVK, empréstimo
Guilherme Parede (atacante, 1995) <- CA Talleres-ARG, empréstimo [estava emprestado ao Vila Nova-GO]

Elenco do Kashima Antlers para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Kashima Antlers para 2024 — Foto: Futebol no Japão

NAGOYA GRAMPUS – Emblema novo e time cheio de novidades

Nagoya Grampus [nagôia gurámpas] - Província: Aichi - Cidades: Nagoya e Toyota - Mascote: Grampus-kun — Foto: Futebol no Japão

Nagoya Grampus [nagôia gurámpas] – Província: Aichi – Cidades: Nagoya e Toyota – Mascote: Grampus-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023:
Melhor colocação na J1: Campeão (2010)
Estádio: Toyota Stadium (43.739)
Técnico: Kenta Hasegawa (desde 01/2022)
Expectativa: ★★★

O Nagoya Grampus vem de uma temporada que começou promissora, disputando a liderança e passando várias rodadas em segundo ou terceiro, mas que terminou de forma frustrante – do total de 52 pontos conquistados, apenas 17 foram no segundo turno. O rendimento da equipe despencou principalmente após a saída do craque brasileiro Matheus Castro, vendido ao saudita Al Taawoun em agosto. E a saída de vários outros jogadores-chave nesta janela (o lateral Ryoya Morishita, que vinha sendo convocado para a seleção; o zagueiro Haruya Fujii, um dos melhores da posição na J1 2023; e o líder da defesa, Shinnosuke Nakatani), somando à chegada de reforços que não vinham jogando em um nível mais alto, faz com que o clube da província de Aichi comece a temporada 2024 com expectativas mais moderadas.

É verdade que a defesa, ponto forte do Grampus, vinha caindo de rendimento e os 36 gols sofridos em 2023 foram a pior marca do time desde 2019. O australiano Mitchell Langerak segue com grandes atuações e entre os melhores goleiros da liga, mas a defesa sofreu uma reformulação completa. Ha Chang-rae (fala “rá tchan-ré”) vem do sul-coreano Pohang Steelers trazendo experiência, altura (1,88 m) e força no jogo aéreo tanto no ataque quanto na defesa e deve ser a peça central da linha de três zagueiros. Shion Inoue, uma revelação do Ventforet Kofu, pode ganhar um lugar também já que Yuki Nogami e Akinari Kawazura estão longe de serem presença incontestável. Outra opção é Kennedy Egbus Mikuni, que tem a altura (1,92 m) como arma, mas que deve só compor elenco já que nunca se firmou como titular no Avispa Fukuoka.

Nas alas também as novidades são muitas. Ryosuke Yamanaka chega para ser o substituto de Morishita na esquerda, mas saiu em baixa no Cerezo Osaka. Ele terá a concorrência de Masahito Ono, um lateral que vinha se destacando pelo Omiya Ardija e depois pelo Montedio Yamagata e agora vai estrear na J1, e de Haruto Suzuki, uma promessa recém-saída da base. Na direita, o velocista Katsuhiro Nakayama vem de um bom 2023 na J2 pelo Shimizu S-Pulse, mas não teve tanto destaque nos anos anteriores quando atuou na J1. E Shumpei Naruse é um jovem da casa que está de volta de empréstimos na J2 onde passou por Fagiano Okayama, Montedio Yamagata e Mito HollyHock.

Com tantas opções para as pontas, jogadores polivalentes como Ryuji Izumi e Takuya Uchida podem se concentrar mais no meio-campo, apesar de que a concorrência também está forte por ali. Keiya Shiihashi vem de três anos como titular no Kashiwa Reysol e deve brigar por um lugar entre os volantes ou ficar como suplente da dupla Inagaki-Yonemoto. Mais à frente, Tsukasa Morishima é aquele meia que pode fazer a diferença, mas que ainda não mostrou seu melhor futebol desde que trocou Hiroshima por Nagoya. Ken Masui e Kyota Sakakibara, vindos do futebol universitário, podem dar um fôlego novo ao setor. Um reforço que cria expectativa é Yuya Yamagishi, um atacante de muita entrega que foi o artilheiro do Avispa Fukuoka nos últimos três anos e tem tudo para se encaixar bem no sistema de Kenta Hasegawa como um segundo atacante. Mas a grande contratação mesmo foi a manutenção do artilheiro Kasper Junker, que estava emprestado pelo Urawa Reds e agora assinou um vínculo definitivo com o Nagoya. E ainda veio o brasileiro Patric, veterano de 36 anos que teve um bom 2023 no Kyoto Sanga em que mesmo como reserva marcou dez gols e foi o artilheiro do time.

O destaque: Kasper Junker (atacante, 05/04/1994) – O dinamarquês pode não primar no aspecto técnico, mas tem faro de gol e tem se destacado balançando as redes desde que chegou ao Japão. No Nagoya Grampus ele foi ainda melhor que no Urawa Reds, com 16 gols na última J1 e em terceiro lugar na artilharia do campeonato.

Fique de olho: Shion Inoue (zagueiro, 25/04/2000) – Nascido em Aichi e formado no sub-18 do Nagoya Grampus, está de volta ao clube depois de quatro anos na Universidade Senshu e uma impressionante temporada de estreia como profissional defendendo o Ventforet Kofu na J2. Em 2023 também foi destaque na incrível campanha do Kofu na fase de grupos da Liga dos Campeões da Ásia. O que ainda precisa melhorar no aspecto técnico ele compensa com garra e dedicação.

A promessa: Haruto Suzuki (meia, 17/05/2005) – Está na base do Grampus desde que tinha nove anos e passou por todas as categorias desde o infantil. Também tem sido convocado para as seleções de base do Japão. É um ponta de apenas 1,64 m que se sobressai pela velocidade e jogadas individuais. “Ele tem uma arma bem distinta e tenho a impressão de que ele está começando a entender como fazer uso dessa arma”, declarou o general manager Motohiro Yamaguchi, que elogiou também seu aspecto mental. “Ele foi promovido com a expectativa de que desempenhará um papel central no Grampus”, completou.

»» Ryoga Kida, que subiu da base do Nagoya Grampus e assinou seu primeiro contrato profissional no maio do ano passado, seguiu uma rota incomum na carreira e foi para o outro lado do mundo jogar no Argentinos Juniors em um empréstimo de dois anos com opção de compra. O atacante, que em 2023 marcou dois gols na Copa Levain e um na Copa do Imperador, vai atuar a princípio no time reserva do clube argentino. Convocado para as seleções de base desde o sub-15, Kida fez parte de um grupo de cinco jovens selecionados para participar dos treinos da seleção principal na Copa da Ásia para ganhar experiência. Junto com ele estavam o goleiro Keisuke Nakamura (Colégio Shizuoka Gakuen e Tokyo Verdy), o lateral Justin Homma (Vissel Kobe), o zagueiro Rion Ichihara (Omiya Ardija) e o meia Yuto Ozeki (Kawasaki Frontale).

Saíram:
John Higashi (goleiro, 2002) -> SC Sagamihara, empréstimo [estava emprestado ao Mito HollyHock]
Ryoya Morishita (lateral, 1997) -> Legia Warsaw-POL, empréstimo
Haruya Fujii (zagueiro, 2000) -> Kortrijk-BEL, empréstimo
Shinnosuke Nakatani (zagueiro, 1996) -> Gamba Osaka
Yuichi Maruyama (zagueiro, 1989) -> Kawasaki Frontale
Riku Yamada (volante, 1998) -> V-Varen Nagasaki
Hidemasa Koda (meia, 2003) -> Mito HollyHock, empréstimo [estava emprestado ao Tokyo Verdy]
Koki Toyoda (meia, 2003) -> Iwate Grulla Morioka, empréstimo [estava emprestado ao Nagano Parceiro]
Naoki Maeda (meia, 1994) -> Urawa Reds
Ryoga Kida (atacante, 2005) -> Argentinos Juniors B-ARG, empréstimo
Ryotaro Ishida (meia, 2001) -> Tochigi SC, empréstimo renovado
Taika Nakashima (atacante, 2002) -> fim de empréstimo com o Hokkaido Consadole Sapporo

Chegaram:
Alexandre Pisano (goleiro, 2006) <- promovido da base
Masahito Ono (lateral, 1996) <- Montedio Yamagata
Ryosuke Yamanaka (lateral, 1993) <- Cerezo Osaka
Shumpei Naruse (lateral, 2001) <- Mito HollyHock, retorno de empréstimo
Ha Chan-rae (zagueiro, 1994) <- Pohang Steelers-COR
Kennedy Egbus Mikuni (zagueiro, 2000) <- Avispa Fukuoka
Shion Inoue (zagueiro, 2000) <- Ventforet Kofu
Keiya Shiihashi (volante, 1997) <- Kashiwa Reysol
Haruto Suzuki (meia, 2005) <- promovido da base
Katsuhiro Nakayama (meia, 1996) <- Shimizu S-Pulse
Ken Masui (meia, 2001) <- Universidade Kwansei Gakuin
Kyota Sakakibara (meia, 2001) <- Universidade Rissho
Takuya Uchida (meia, 1998) <- FC Tokyo, em definitivo
Kasper Junker (atacante, 1994) <- Urawa Reds, em definitivo
Patric (atacante, 1987) <- Kyoto Sanga
Yuya Yamagishi (atacante, 1993) <- Avispa Fukuoka

Elenco do Nagoya Grampus para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Nagoya Grampus para 2024 — Foto: Futebol no Japão

FC TOKYO – Novo escudo, nova era?

FC Tokyo [êfu xi tôquio] - Província: Tóquio - Cidade: Tóquio - Mascote: Tokyo Dorompa — Foto: Futebol no Japão

FC Tokyo [êfu xi tôquio] – Província: Tóquio – Cidade: Tóquio – Mascote: Tokyo Dorompa — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 11º
Melhor colocação na J1: 2º (2019)
Estádio: Ajinomoto Stadium (47.851)
Técnico: Peter Cklamovski [Austrália] (desde 06/2023)
Expectativa: ★★★

Nos últimos anos, o FC Tokyo tem criado muita expectativa e entregado pouco desempenho. Começou 2023 sonhando até com o inédito título, mas terminou na pior colocação dos últimos seis anos. O projeto do espanhol Albert Puig não deu certo e a aposta agora é em Peter Cklamovski, um dos “discípulos de Postecoglou”. O australiano teve bons resultados quando assumiu no meio do ano passado e depois terminou a campanha em baixa, mas ganha a chance de ter uma pré-temporada inteira para introduzir seus conceitos. A esperança é de que o clube entre em uma nova era, marcada pela inauguração do novo escudo.

Talvez ainda seja cedo para pensar em título, pois o time tem muitos jovens se firmando entre os titulares, como Kashif Bangnagande (22 anos), Taishi Brandon Nozawa (21), Kuryu Matsuki (20) e Kota Tawaratsumida (19) – todos da geração Paris-2024 -, enquanto outros já são veteranos demais, como Yuto Nagatomo (37) e Masato Morishige (36). Cklamovski terá trabalho para mudar a impressão mista deixada em 2023 de um time com potencial, que muitas vezes joga um futebol bonito, mas que também é frágil e inconsistente.

De qualquer forma, talento e versatilidade não faltam ao elenco. O centroavante Diego Oliveira pode ter em Tsuyoshi Ogashiwa não só um reserva de luxo, mas um parceiro de ataque, pois Ogashiwa é aquele atacante que se movimenta bastante, abre espaços, troca passes e aparece para concluir – era um dos principais nomes do ultraofensivo Consadole Sapporo. Nas pontas, além dos incisivos Teruhito Nakagawa e Tawaratsumida, chegou Keita Endo, que era uma estrela em ascensão quando jogava no Yokohama F-Marinos e foi decisivo no título de 2019, mas não deu certo em três temporadas e meia na Alemanha – hora de recolocar a carreira nos trilhos? Ryotaro Araki é outro talento quase perdido que busca a redenção. Caso ele não recupere seu melhor futebol, a joia Matsuki deve fazer a função do 10 – ele também pode atuar como segundo volante, onde os experientes Riki Harakawa e Kei Koizumi disputam um lugar. Soma Anzai, que jogou junto com Matsuki na escola Aomori Yamada, chegou um ano mais cedo que o esperado (ele ainda tem mais um ano de faculdade, mas o clube julgou que ele já está pronto para o profissional) e pode aparecer por ali também, assim como na ponta ou lateral direita, posição em que atuou quando estreou pelo Tokyo ano passado. Takahiro Ko, que era o coração do meio-campo do Albirex Niigata, pode ser titular já de cara como primeiro volante.

A defesa, que tem o sólido Henrique Trevisan na zaga, tem dois laterais esquerdos “titulares”, já que Bangnagande é quem mais joga por lá e o ex-seleção Yuto Nagatomo tem atuado mais na direita que na esquerda. A lateral direita tem sido a maior dúvida, já que Hotaka Nakamura passou a maior parte da última temporada lesionado e Kosuke Shirai veio mais para compor elenco, por isso Koizumi era frequentemente improvisado na posição. No gol, Nozawa acabou de virar titular, vem ganhando pontos na seleção olímpica e foi convocado até pela principal, como terceiro goleiro na Copa da Ásia. Mas não é como se o lugar dele estivesse garantido, porque no primeiro deslize ele pode perder o lugar para Go Hatano, que retornou de empréstimo.

O destaque: Diego Oliveira (atacante, 22/06/1990) – O homem-gol do FC Tokyo recuperou-se de um fraco 2022 com um ótimo 2023 e não só voltou a ser o artilheiro do time como também bateu seu recorde pessoal de gols na J1 (15). Vai para a sétima temporada no FC Tokyo e já soma 78 gols com a camisa azul e vermelha – será que ele alcança a marca centenária?

Fique de olho: Ryotaro Araki (meia, 29/01/2002) – Surgiu como uma estrela no Kashima Antlers e foi eleito revelação da temporada 2021, mas no ano seguinte teve uma lesão de hérnia de disco e não recuperou mais a boa forma. O Kashima praticamente desistiu dele (mas não totalmente, já que só o emprestou), mas uma mudança de ares pode ser tudo que ele precisa para reviver a carreira.

A promessa: Ryunosuke Sato (meia, 16/10/2006) – Foi um dos destaques da seleção japonesa sub-17 campeã asiática e que participou da última Copa do Mundo Sub-17. Ainda está no ensino médio, mas já vai para sua segunda temporada no time adulto. Ele fez sua estreia em agosto de 2023 e se tornou o primeiro japonês desde Takefusa Kubo a assinar um contrato profissional aos 16 anos. É um talento fora de série capaz de decidir em jogadas individuais, além de elogiado pelas tomadas de decisão e noção defensiva.

»» A ressurreição do Dérbi de Tóquio. Por mais de uma década, o FC Tokyo tem sido o único time da capital na J1. Agora a situação mudou com o Tokyo Verdy de volta e o Machida Zelvia como estreante. Ano passado, os duelos entre Machida x Verdy na J2 e entre FCT x Verdy na Copa do Imperador pegaram fogo. Agora, com pelo menos seis clássicos na cidade garantidos, a disputa para ser o “time número um de Tóquio” promete acirrar as rivalidades locais.

Saíram:
Jakub Slowik (goleiro, 1991) -> Konyaspor-TUR
Baek In-hwan (lateral, 2005) -> contratado do Colégio Cheonan Jeil-COR e imediatamente emprestado ao Zweigen Kanazawa
Shuto Okaniwa (lateral, 1999) -> JEF United Ichihara Chiba, empréstimo [estava emprestado ao Omiya Ardija]
Rio Omori (zagueiro, 2002) -> Iwaki FC, empréstimo [estava emprestado ao Omiya Ardija]
Seiji Kimura (zagueiro, 2001) -> Sagan Tosu, empréstimo
Sodai Hasukawa (zagueiro, 1998) -> Shimizu S-Pulse, empréstimo [estava emprestado ao Ventforet Kofu]
Arthur Silva (volante, 1995) -> Omiya Ardija [estava emprestado ao Kataller Toyama]
Takuya Aoki (volante, 1989) -> fim de contrato
Yuki Kajiura (volante, 2004) -> Zweigen Kanazawa, empréstimo renovado
Hisatoshi Nishido (meia, 2001) -> Kagoshima United, empréstimo [estava emprestado ao JEF United Ichihara Chiba]
Koki Tsukagawa (meia, 1994) -> Kyoto Sanga, empréstimo
Ryoma Watanabe (meia, 1998) -> Urawa Reds
Takuya Uchida (meia, 1998) -> Nagoya Grampus, em definitivo
Adailton (atacante, 1990) -> Ventforet Kofu
Naoki Kumata (atacante, 2004) -> Genk B-BEL, empréstimo
Pedro Perotti (atacante, 1997) -> fim de empréstimo com a Chapecoense

Chegaram:
Go Hatano (goleiro, 1998) <- V-Varen Nagasaki, retorno de empréstimo
Masataka Kobayashi (goleiro, 2005) <- promovido da base
Renta Higashi (zagueiro, 2004) <- SC Sagamihara, retorno de empréstimo
Teppei Oka (zagueiro, 2001) <- Universidade Meiji
Manato Shinada (volante, 1999) <- Ventforet Kofu, retorno de empréstimo
Riki Harakawa (volante, 1993) <- Cerezo Osaka, em definitivo
Takahiro Ko (volante, 1998) <- Albirex Niigata
Keita Endo (meia, 1997) <- Union Berlin-ALE, empréstimo [estava emprestado ao Eintracht Braunschweig-ALE]
Kojiro Yasuda (meia, 2003) <- Tochigi SC, retorno de empréstimo
Ryotaro Araki (meia, 2002) <- Kashima Antlers, empréstimo
Soma Anzai (meia, 2002) <- Universidade Waseda
Leon Nozawa (atacante, 2003) <- Matsumoto Yamaga, retorno de empréstimo
Tsuyoshi Ogashiwa (atacante, 1998) <- Hokkaido Consadole Sapporo

Elenco do FC Tokyo para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do FC Tokyo para 2024 — Foto: Futebol no Japão

MACHIDA ZELVIA – Um estreante que promete fazer barulho

Machida Zelvia [mátida zêrubia] - Província: Tóquio - Cidade: Machida - Mascote: Zelvy — Foto: Futebol no Japão

Machida Zelvia [mátida zêrubia] – Província: Tóquio – Cidade: Machida – Mascote: Zelvy — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: Campeão da J2 (promovido)
Melhor colocação na J1: Estreante
Estádios: Machida Gion Stadium (15.320)
Técnico: Go Kuroda (desde 01/2023)
Expectativa: ★★★

O Machida Zelvia é um clube que nunca havia chamado muita atenção dentro da J.League. Passou a maior parte da sua curta existência (estreou na liga profissional em 2012) na parte de baixo da tabela da J2 e já foi até rebaixado para a J3 e JFL. Tudo mudou em 2023, quando a Cyber Agent, empresa de mídia digital do ramo de publicidade, entretenimento e games que havia comprado o clube em 2018, começou a investir pesado em contratações. Foi aí que Susumu Fujita, dono e fundador da Cyber Agent (que chegou a investir no Sagan Tosu na época em que Fernando Torres foi jogar lá), assumiu o cargo de presidente do Zelvia.

O primeiro passo foi trazer o técnico Go Kuroda, que ainda não tinha treinado um clube profissional, mas era renomado no futebol colegial por ter transformado a escola Aomori Yamada em referência no país, com um estilo de jogo baseado em uma defesa forte, rápidas transições para o ataque e até fazendo uso de cobranças de lateral na área. Kim Myung-hwi, ex-técnico do Sagan Tosu, foi contratado para ser auxiliar. Com vários reforços de peso, o Machida passou de figurante a candidato ao título e sagrou-se campeão da J2 com certa folga, com 12 pontos a mais que o vice Júbilo Iwata, além de ter o melhor ataque. Agora a meta é fazer barulho também na J1 e, para isso, o clube foi um dos que mais investiu, trazendo novos jogadores que podem ser titulares na maioria das posições. O slogan do Zelvia neste ano resume suas ambições: “Make a New History” (fazer uma nova história).

A defesa ganhou nomes de peso com um potencial futuro goleiro da seleção, Kosei Tani, além de um zagueiro que já foi titular do Japão em Copa do Mundo, Gen Shoji. Para o gol, também veio o franco-japonês Louis Takaji Julien Thébault Yamaguchi, que participou do último ciclo olímpico. Nascido em Tóquio, ele formou-se na base do francês Lorient e passou pela segunda e terceira divisões da Espanha antes de defender o Mito HollyHock na J2. Para jogar ao lado de Shoji, veio Ibrahim Drešević, um zagueiro nascido na Suécia que joga pela seleção do Kosovo e foi contratado por 800 mil euros (segundo o site TransferMarkt). Para as laterais, a novidade é Kotaro Hayashi, agressivo e de muita energia, formado na base do Sagan Tosu e vindo do futebol universitário, que teve momentos de destaque como novato ano passado no limitado Yokohama FC. A princípio, Kuroda joga com dois zagueiros em um tradicional 4-4-2, mas ele tem testado uma formação com três zagueiros e há peças para isso no elenco, já que Jang Min-gyu e Jurato Ikeda, que eram os titulares ano passado, renovaram contrato.

No meio-campo a concorrência é forte, pois não há titulares absolutos e o setor ganhou dois nomes com experiência na J1: Kai Shibato, que até então só havia defendido o Urawa Reds em seis anos de carreira, e Keiya Sento, que pode atuar em várias funções, de volante a atacante, que brilhava pelo Kyoto Sanga na J2, mas vai para seu quinto clube diferente de J1 em cinco anos. Em condições ideais pode até ser titular, mas não foi bem nas passagens por Kashiwa Reysol (2023) e Nagoya Grampus (2022). Nas pontas, há jovens talentos como o chileno Byron Vasquez, que está no Japão desde o ensino fundamental, foi treinado por Kuroda durante o ensino médio na Aomori Yamada e está em processo de se naturalizar japonês, e Yu Hirakawa, da atual seleção olímpica. O reforço do setor é Kazuki Fujimoto, um ponta driblador que vinha evoluindo jogando na J2 pelo Oita Trinita.

No ataque, além da manutenção da dupla Erik-Duke (na J2 passada, foram 18 gols de Erik e 10 de Duke, além de que ambos ficaram empatados como líderes de assistências da equipe, com seis cada), a maior contratação é o sul-coreano Na Sang-ho, que já passou pelo FC Tokyo em 2019 e vem de uma grande temporada na K League pelo FC Seoul, com 12 gols marcados (ficou em terceiro na artilharia) e duas vezes eleito jogador do mês. Ele pode atuar na ponta ou no ataque enquanto Erik não se recupera da lesão no joelho que sofreu ano passado. Outras novidades são Atsushi Kurokawa, um meia-atacante criativo que surgiu como grande promessa na base do Omiya Ardija, mas que até agora só brilhou na J2; e Oh Se-hun, um centroavante de 1,93 m que passou pelas seleções coreanas de base. Shunta Araki é um polivalente atacante que tem mostrado poder de decisão com seis gols e três assistências na campanha do acesso e outro jovem que busca espaço é Shota Fujio, um centroavante que tem sido sempre convocado para a atual seleção olímpica e que tem ido bem nos empréstimos na J2, primeiro por Mito HollyHock (oito gols), depois Tokushima Vortis (10 gols) e ano passado Machida Zelvia (oito gols). Apesar de estreante na J1, o Machida Zelvia tem qualidade no elenco para fazer muito mais do que não ser rebaixado e para deixar de ser conhecido apenas como “o terceiro time de Tóquio”.

O destaque: Erik (atacante, 18/07/1994) – O ex-Goiás, Palmeiras, Atlético-MG e Botafogo já tem história no futebol japonês. Na primeira passagem, em 2019, contribuiu com o título do Yokohama F-Marinos na J.League. Na segunda, em 2023, depois de passar dois anos na China, foi o principal nome da campanha do acesso do Machida Zelvia e eleito MVP da J2, mesmo tendo jogado só até agosto por causa de uma ruptura nos ligamentos do joelho. É aquele que faz a diferença no time, mas o brasileiro não deve estar disponível nas primeiras rodadas. Seu retorno é previsto apenas para abril.

Fique de olho: Kosei Tani (goleiro, 22/11/2000) – Era o mais promissor entre os goleiros da geração Tóquio-2020 e vinha frequentando até as convocações da seleção principal, mas sua carreira saiu dos trilhos quando, após uma grande passagem pelo Shonan Bellmare por empréstimo, retornou ao Gamba Osaka e teve que amargar o banco de reservas. Tentou então se aventurar na segunda divisão belga, mas lá também ficou só no banco. Certamente Hajime Moriyasu vai observar de perto como ele se sairá no novo clube.

A promessa: Zento Uno (volante, 20/11/2003) – Um dos discípulos de Kuroda, formou-se na Aomori Yamada em 2022 (mesmo ano em que participou do Torneio Maurice Revello pela seleção sub-19) e, no ano seguinte, reencontrou seu professor no Machida Zelvia. Tem a marcação como característica, mas também está aprendendo a jogar mais adiantado, tanto que foi até eleito jogador do mês da J2 em outubro de 2023, quando marcou três gols. Ele vem ganhando espaço no elenco e deve ter chances para ser titular.

»» Jogador profissional e advogado? Kotaro Hayashi se formou em direito em 2023 na Universidade Meiji e começou a carreira profissional no Yokohama FC com o objetivo de ser jogador e advogado ao mesmo tempo. Por isso ele tem dedicado o seu tempo livre após os treinos para estudar para o exame da ordem e se tornar advogado. “Não é fácil passar na prova, mas a minha motivação é ver o quanto eu vou ter crescido quando conquistar essa meta.”

Saíram:
Nedeljko Stojišić (goleiro, 1997) -> fim de contrato
William Popp (goleiro, 1994) -> Yokohama F-Marinos
Hijiri Onaga (lateral, 1995) -> Tokyo Verdy
Kosuke Ota (lateral, 1987) -> aposentou-se
Mizuki Uchida (lateral, 1999) -> Kamatamare Sanuki, empréstimo
Shohei Takahashi (zagueiro, 1991) -> Matsumoto Yamaga [estava emprestado ao Vissel Kobe]
Soichiro Fukaminato (zagueiro, 2000) -> Kamatamare Sanuki, empréstimo renovado
Yudai Fujiwara (zagueiro, 2002) -> fim de empréstimo com o Urawa Reds
Renji Matsui (volante, 2000) -> fim de empréstimo com o Kawasaki Frontale
Sho Fuseya (meia, 2000) -> Kataller Toyama, empréstimo
Ademilson (atacante, 1994) -> fim de contrato
Daiki Sato (atacante, 1999) -> Blaublitz Akita, empréstimo [estava emprestado ao YSCC Yokohama]
Yuya Takazawa (atacante, 1997) -> Thespa Gunma

Chegaram:
Kosei Tani (goleiro, 2000) <- Gamba Osaka, empréstimo [estava emprestado ao Dender-BEL]
Louis Yamaguchi (goleiro, 1998) <- Mito HollyHock
Henry Heroki Mochizuki (lateral, 2001) <- Universidade Kokushikan
Kotaro Hayashi (lateral, 2000) <- Yokohama FC
Yoshitaka Aoki (lateral, 1998) <- ReinMeer Aomori, retorno de empréstimo
Gen Shoji (zagueiro, 1992) <- Kashima Antlers
Ibrahim Drešević (zagueiro, 1997) <- Fatih Karagümrük-TUR
Takumi Narasaka (zagueiro, 2002) <- Kamatamare Sanuki, retorno de empréstimo
Kai Shibato (volante, 1995) <- Urawa Reds, empréstimo
Ken Higuchi (volante, 2003) <- Okinawa SV, retorno de empréstimo
Atsushi Kurokawa (meia, 1998) <- Omiya Ardija, retorno de empréstimo
Keiya Sento (meia, 1994) <- Kashiwa Reysol
Kosei Ashibe (meia, 2001) <- Universidade Kanto Gakuin
Na Sang-ho (meia, 1996) <- FC Seoul-COR
Tenshiro Takasaki (meia, 2006) <- Quon Football Development
Kazuki Fujimoto (atacante, 1998) <- Oita Trinita
Oh Se-hun (atacante, 1999) <- Shimizu S-Pulse
Shota Fujio (atacante, 2001) <- Cerezo Osaka, em definitivo
Shunta Araki (atacante, 1999) <- Sagan Tosu, em definitivo

Elenco do Machida Zelvia para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Machida Zelvia para 2024 — Foto: Futebol no Japão

AVISPA FUKUOKA – Dificuldades financeiras fora de campo e superação dentro de campo

Avispa Fukuoka [abísupa fukuôka] - Província: Fukuoka - Cidade: Fukuoka - Mascote: Avie-kun — Foto: Futebol no Japão

Avispa Fukuoka [abísupa fukuôka] – Província: Fukuoka – Cidade: Fukuoka – Mascote: Avie-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023:
Melhor colocação na J1: 7º (2023)
Estádio: Best Denki Stadium (21.562)
Técnico: Shigetoshi Hasebe (desde 01/2020)
Expectativa: ★★★

É a primeira vez neste século que o Avispa Fukuoka disputa a J1 por quatro anos seguidos. Nos últimos três, sempre teve a menor média de posse de bola do campeonato. Apesar de não jogar bonito, a Vespa de Kyushu tem sido o mais eficiente dos times retranqueiros da J.League. Ano passado teve o quarto pior ataque e apenas a nona melhor defesa, mas soube como poucos vencer por placares apertados e não só terminou na melhor colocação da história do clube (em sétimo, superando o oitavo lugar de 2021) como também conquistou um título pela primeira vez, a Copa da Liga. O responsável por isso é Shigetoshi Hasebe, já uma lenda do Avispa com seu estilo bem diferente do típico toque de bola japonês, mas que tem dado certo e tirado o máximo de rendimento do elenco.

Este é um ano para o Avispa provar que realmente subiu de patamar e continuar a brigar bem longe da zona de rebaixamento, mas as dificuldades ainda são grandes fora de campo, com finanças limitadas (a folha salarial é a quarta menor da J1, segundo o jornal Nishi Nippon) e jogadores de destaque indo embora para equipes como Vissel Kobe, Nagoya Grampus e até Shonan Bellmare.

A maior preocupação é: quem vai ocupar a lacuna deixada por Yuya Yamagishi, que vinha sendo o mais decisivo no ataque? Yuto Iwasaki é esforçado, voluntarioso e tem tudo para se encaixar como uma luva no estilo de Hasebe, mas ele está longe de ser decisivo e não fez nenhum gol na temporada passada. Nassim Ben Khalifa deixou o Sanfrecce Hiroshima justamente porque não fez muitos gols (apenas dois) e vem como substituto direto de Lukian, que atuava mais como um “atacante defensivo”, passando a maior parte do tempo se sacrificando na defesa. Com os veteranos Wellington e Hisashi Jogo com não mais tanto gás no tanque e o retorno de Ryoga Sato, que rompeu os ligamentos do joelho, esperado só para maio, o ataque vai precisar de uma boa dose da mágica de Hasebe, até para não sobrecarregar Kazuya Konno, o mais talentoso do elenco e que pode decidir em uma jogada individual ou bola parada. A torcida também bota fé no seu xodó Takeshi Kanamori e no potencial de Reiji Tsuruno. E o retorno do prata da casa Yuji Kitajima, que estava ganhando experiência na J2, é mais que bem-vindo.

O meio-campo ainda conta com a liderança e a garra de Hiroyuki Mae, um dos maiores ladrões de bolas da liga, mas a saída de Yosuke Ideguchi foi lamentada – estava tudo certo para que o garoto de Hakata fosse contratado em definitivo do Celtic, mas aí veio o Vissel Kobe com uma proposta melhor. Para ocupar o setor, veio um recém-formado na universidade, Masato Shigemi, que já fez várias partidas como titular ano passado e ainda participou dos Jogos Asiáticos com a seleção olímpica B – nesse torneio, Shigemi teve como parceiro de meio-campo Daiki Matsuoka, que tenta reviver a carreira depois de uma frustrante passagem pelo Brasil, onde ficou no banco na maioria dos jogos do Novorizontino pela Série B, mas não ganhou um único minuto em campo.

A defesa, ponto forte do Avispa, não teve nenhuma mudança. Hasebe tem alternado entre o 3-4-2-1 e o 4-4-2 dependendo do adversário e do momento, mas a princípio o trio Douglas Grolli, Tatsuki Nara (o capitão) e Daiki Miya são as primeiras opções, enquanto no gol há uma espécie de revezamento entre Takumi Nagaishi e Masaaki Murakami – ambos costumam corresponder.

O destaque: Kazuya Konno (meia, 11/07/1997) – Em um time onde os homens de frente são muitas vezes mais defensores do que atacantes de fato, Konno é aquele que pode desequilibrar nos contra-ataques e nas jogadas individuais. Por ser baixinho e driblador, sempre foi comparado a Lionel Messi. Na Universidade Hosei, ele era o “Messi da Hosei”. No FC Tokyo, ele era o “Messi de Tóquio”. E agora é o “Messi de Hakata” (Hakata é um bairro no centro da cidade de Fukuoka onde fica a sede do governo, o aeroporto, a principal estação de trem e também o Best Denk Stadium).

Fique de olho: Daiki Matsuoka (volante, 01/06/2001) – Natural de Kumamoto e formado na base do Sagan Tosu, era tido como um potencial jogador de seleção, pois virou titular no Tosu com apenas 18 anos. Porém, a transferência para o Shimizu S-Pulse, que deveria ser uma subida de degrau na carreira, não deu tão certo e ele também começou a perder espaço na seleção olímpica, além de uma tentativa frustrada de se transferir para a Europa. Depois de virar reserva na J2, foi emprestado ao Novorizontino, onde não teve oportunidades. Quem sabe agora, de volta a Kyushu, não seja o momento de dar a volta por cima?

A promessa: Yu Hashimoto (lateral, 07/06/2002) – Pelo terceiro ano seguido, o Avispa não promoveu ninguém da base. Também não contratou ninguém com menos de 22 anos, mantendo-se entre os elencos com maior média de idade da liga (27,3 anos). Mas já anunciou para 2025 a chegada de Yu Hashimoto, que passou pela base do Sagan Tosu e vai começar o último ano na Universidade Fukuoka. Um lateral direito que gosta de apoiar o ataque, Hashimoto já vai participar dos treinos do Avispa este ano e está registrado como “jogador especialmente designado”.

»» Risco de perder a licença? Na temporada passada, o Avispa Fukuoka teve um prejuízo financeiro de 333 milhões de ienes (R$ 11 milhões) e ficou no vermelho pelo quarto ano consecutivo. Se a situação não se resolver até o fim de 2025, o clube vai perder sua licença da J.League. O presidente Takashi Kawamori está cauteloso quanto à expectativa de ter lucro nesta temporada: “Não será fácil”, declarou.

Saíram:
Takumi Yamanoi (goleiro, 1998) -> Zweigen Kanazawa
Kennedy Egbus Mikuni (zagueiro, 2000) -> Nagoya Grampus
Shun Nakamura (volante, 1994) -> Júbilo Iwata
Yosuke Ideguchi (volante, 1996) -> fim de empréstimo com o Celtic
Sotan Tanabe (meia, 1990) -> aposentou-se
Lukian (atacante, 1991) -> Shonan Bellmare
Yuya Yamagishi (atacante, 1993) -> Nagoya Grampus

Chegaram:
Kazuaki Suganuma (goleiro, 2001) <- Universidade Fukuoka
Daiki Matsuoka (volante, 2001) <- Shimizu S-Pulse [estava emprestado ao Novorizontino]
Masato Shigemi (volante, 2001) <- Universidade Fukuoka
Yuji Kitajima (meia, 2000) <- Tokyo Verdy, retorno de empréstimo
Nassim Ben Khalifa (atacante, 1992) <- Sanfrecce Hiroshima
Yuto Iwasaki (atacante, 1998) <- Sagan Tosu

Elenco do Avispa Fukuoka para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Avispa Fukuoka para 2024 — Foto: Futebol no Japão

GAMBA OSAKA – Fé no ‘poyatismo’

Gamba Osaka [gámba ôssaka] - Província: Osaka - Cidade: Suita - Mascote: Moflem — Foto: Futebol no Japão

Gamba Osaka [gámba ôssaka] – Província: Osaka – Cidade: Suita – Mascote: Moflem — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 16º
Melhor colocação na J1: Campeão (2005, 2014)
Estádio: Panasonic Stadium Suita (39.694)
Técnico: Dani Poyatos [Espanha] (desde 01/2023)
Expectativa: ★★

O Gamba Osaka fez simplesmente a pior campanha de sua história em 2023. Pior até que a do ano do rebaixamento, em 2012 (a sorte é que ano passado só caía um time). E mesmo assim renovou o contrato do técnico Dani Poyatos. Quando o time sofreu cinco derrotas seguidas e caiu para a lanterna em maio, parecia de fato ser o pior do campeonato. Ter terminado a campanha com sete derrotas seguidas e a defesa mais vazada (junto com a do Sapporo) deixou a sensação de que vai ter que melhorar demais para não passar vergonha em 2024. Entretanto, o que dá esperança é que o futebol mostrado do fim de maio até agosto, quando conquistou 25 de 30 pontos possíveis e esteve momentaneamente entre os times mais impressionantes da J.League, apareça com mais frequência. A diretoria tem bancado Poyatos para fazer um trabalho a longo prazo e estabelecer um estilo de jogo próprio ao Gamba, dominante e de muitos gols.

Até agora, os muitos gols têm sido dos adversários, mas Shinnosuke Nakatani, um zagueiro quase do nível de seleção, deve dar mais estabilidade ao caos que tem sido a defesa do Gamba, e também compensar a saída de Yota Sato, o único do setor que se salvou ano passado. Para resolver o problema que tem sido o gol, foi chamado de volta Jun Ichimori; ele está no Gamba desde 2020 e sempre como reserva, mas depois de um bom ano emprestado ao Yokohama F-Marinos, deve finalmente se tornar titular, ainda mais porque Masaaki Higashiguchi, que já vinha falhando além de conta, operou o joelho e deve ficar mais alguns meses de fora.

A maior perda foi Yuki Yamamoto, que era a engrenagem central do meio-campo. Toda a forma de o time jogar girava em torno dele. Por não ter vindo nenhum reforço com as mesmas características, Poyatos implementa uma mudança na formação do 4-3-3 para o 4-2-3-1. O meio passa a ter uma dupla de volantes, a princípio Neta Lavi e Dawhan (Tokuma Suzuki, que já conhece bem o poyatismo dos tempos de Tokushima Vortis e trocou o lado rosa pelo azul da força, disputa posição ali), e um armador central para focar o ataque no talento do ídolo local e capitão Takashi Usami. Quem sabe assim Usami, que vem de uma temporada ruim e chegou até a ir para o banco, reencontre o bom futebol. Kota Yamada, outro que está em baixa depois de um ano de pouco rendimento no Kashiwa Reysol, também tenta se reencontrar na mesma posição. Ainda tem Hideki Ishige com seus momentos de brilho esporádicos e o veterano Shu Kurata que pode fazer qualquer função no meio.

Nas pontas, Juan Alano tem sido destaque e ele ganhou a companhia de outro brasileiro, Welton Felipe, um driblador ambidestro que fez três gols e quatro assistências no atual Campeonato Búlgaro e interessava ao Botafogo e ao Standard Liége-BEL. Também chegaram para o setor Ryoya Yamashita, aquele ponta incisivo que entra para botar velocidade e fazer fumaça, e Takeru Kishimoto (outro que foi treinado por Poyatos no Tokushima), um atacante que foi convertido em lateral, mas que deve jogar na ponta por ter caracaterísticas mais ofensivas que Riku Handa e também Riku Matsuda, mais um que pulou a cerca vindo do lado rosa de Osaka. O ataque segue contando com o tunisiano Issam Jebali, que alterna partidas ótimas e desastrosas, tendo como alternativas duas promessas vindas da base: Isa Sakamoto, que estava emprestado na J2, e Shoji Toyama, que ainda não deu certo depois de vários empréstimos e pode ter agora sua última chance.

O destaque: Juan Alano (meia, 02/09/1996) – Conseguiu recuperar seu melhor futebol ao se transferir do Kashima Antlers para o Gamba Osaka e tornou-se o jogador mais eficiente do ataque dos nerazzuri, além de artilheiro da equipe na J1, fazendo diversas funções no meio-campo, mas principalmente jogando pela ponta direita. Esteve entre os melhores brasileiros da última temporada.

Fique de olho: Riku Handa (lateral, 01/01/2002) – Estreou na J1 ano passado já como titular e deu um “upgrade” na lateral direita do Gamba. Tem como características a marcação e apoiar mais na construção de jogadas pelo meio do que com ultrapassagens. Disputa um lugar na seleção olímpica e já tem até uma convocação para a seleção principal, em março de 2023 (ainda não estreou).

A promessa: Isa Sakamoto (atacante, 26/08/2003) – Começou a jogar bola em um time infantil na província de Kumamoto chamado “Sorriso Kumamoto”. Depois foi para a base do Gamba Osaka e em 2022 se profissionalizou. No último ano, jogou a J2 emprestado ao Fagiano Okayama e marcou quatro gols. Ano passado também disputou a Copa do Mundo Sub-20 e fez um gol. Como reserva imediato de Jebali, deve ganhar minutos na J1 desde o início da campanha.

»» Yatto de volta! Yasuhito Endo, um dos maiores jogadores da história do futebol japonês, que jogou no Gamba de 2001 a 2020 e pendurou as chuteiras ao fim da temporada passada no Júbilo Iwata, retornou ao clube, agora como membro da comissão técnica de Poyatos. Futuro técnico do Gamba?

Saíram:
Akinori Ichikawa (goleiro, 1998) -> fim de empréstimo com o Yokohama FC
Kosei Tani (goleiro, 2000) -> Machida Zelvia, empréstimo [estava emprestado ao Dender-BEL]
Hiroki Fujiharu (lateral, 1988) -> FC Ryukyu
Ko Yanagisawa (lateral, 1996) -> Tokushima Vortis
Ryu Takao (lateral/zagueiro, 1996) -> Hokkaido Consadole Sapporo
Kwon Kyung-won (zagueiro, 1992) -> Suwon FC-COR
Yota Sato (zagueiro, 1998) -> Urawa Reds
Kohei Okuno (volante, 2000) -> Shonan Bellmare, em definitivo
Yuki Yamamoto (volante, 1997) -> Kawasaki Frontale
Dai Tsukamoto (meia, 2001) -> Zweigen Kanazawa
Hiroto Yamami (meia, 1999) -> Tokyo Verdy, empréstimo
Naohiro Sugiyama (meia, 1998) -> Montedio Yamagata, empréstimo
Ryuta Takahashi (meia, 2004) -> Giravanz Kitakyushu, empréstimo [estava emprestado ao Nara Club]
Harumi Minamino (atacante, 2004) -> Tochigi SC, empréstimo [estava emprestado ao Tegevajaro Miyazaki]
Musashi Suzuki (atacante, 1994) -> Hokkaido Consadole Sapporo, empréstimo

Chegaram:
Jun Ichimori (goleiro, 1991) <- Yokohama F-Marinos, retorno de empréstimo
Zhang Aolin (goleiro, 2005) <- promovido da base
Ibuki Konno (lateral, 2001) <- Universidade Hosei
Riku Matsuda (lateral, 1991) <- Cerezo Osaka
Shinya Nakano (lateral, 2003) <- Sagan Tosu, em definitivo
Takeru Kishimoto (lateral/meia, 1997) <- Shimizu S-Pulse
Keisuke Saka (zagueiro, 1995) <- Oita Trinita
Shinnosuke Nakatani (zagueiro, 1996) <- Nagoya Grampus
Rin Mito (volante, 2002) <- Universidade Kwansei Gakuin
Tokuma Suzuki (volante, 1997) <- Cerezo Osaka
Kota Yamada (meia, 1999) <- Kashiwa Reysol
Ryoya Yamashita (meia, 1997) <- Yokohama FC
Welton Felipe (meia, 1997) <- Levski Sofia-BUL
Isa Sakamoto (atacante, 2003) <- Fagiano Okayama, retorno de empréstimo

Elenco do Gamba Osaka para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Gamba Osaka para 2024 — Foto: Futebol no Japão

KASHIWA REYSOL – O mesmo time que quase caiu ano passado

Kashiwa Reysol [kaxíua reissôru] - Província: Chiba - Cidade: Kashiwa - Mascote: Rey-kun — Foto: Futebol no Japão

Kashiwa Reysol [kaxíua reissôru] – Província: Chiba – Cidade: Kashiwa – Mascote: Rey-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 17º
Melhor colocação na J1: Campeão (2011)
Estádio: Sankyo Frontier Kashiwa Stadium (15.109)
Técnico: Masami Ihara (desde 05/2023)
Expectativa: ★★

O Kashiwa Reysol teria sido rebaixado com o 17º lugar (penúltimo) ano passado se fosse uma temporada “normal”. A expansão da liga para 20 clubes acabou ajudando o Reysol, que ainda não encontrou estabilidade desde que voltou da J2 pela última vez, em 2020. Tem sempre alternado anos bons, na parte de cima da tabela, com anos ruins, lutando para não cair. Para os supersticiosos, agora seria a hora de fazer uma boa campanha, mas a movimentação no mercado não deu motivo para tanto otimismo assim. A melhor notícia da janela de inverno foi a permanência dos dois principais jogadores, que têm feito a diferença: o brasileiro Matheus Sávio, que está entre os mais eficientes meias da J.League, e o promissor centroavante Mao Hosoya, que anotou 14 gols e tem sido até convocado para a seleção.

Entre os que foram embora, o único titular de fato era o volante Keiya Shiihashi. Ausência que pode não ser sentida porque ainda há Tomoki Takamine para fazer o trabalho mais defensivo no meio-campo e para a outra vaga chegou Eiji Shirai, que apesar de nunca ter jogado na J1 tem sido um volante muito regular na J2, aquele típico meio-campista que cadencia o jogo e está sempre presente – nos últimos dois anos, ele não perdeu nenhuma rodada por lesão ou suspensão. E ainda tem o polivalente Sachiro Toshima, além do jovem Takumi Tsuchiya, que podem ganhar espaço no setor.

A defesa tem sido um grande problema do Reysol, principalmente a zaga, onde apenas o capitão Taiyo Koga é (quase) incontestável. Com a instabilidade de Yugo Tatsuta e Tomoya Inukai, pode acabar sobrando um lugar para Hiroki Noda, que nunca ganhou chances quando estava no Gamba Osaka no início da carreira, mas na J2 tornou-se um zagueiro bastante regular e foi titular absoluto no Montedio Yamagata nos últimos quatro anos. Na lateral esquerda, o brasileiro Diego Jara tem correspondido e Hiromu Mitsumaru também pode dar conta no recado, mas a direita tem sido terra de ninguém – quem sabe até o novato Hiroki Sekine, vindo do futebol universitário, ganhe chances. No gol, muito se apostava se Masato Sasaki, que vinha jogando pela seleção olímpica, mas ele foi para o banco depois de algumas falhas no início do ano passado e desde então Kenta Matsumoto, que era sempre reserva, tomou conta da posição mesclando atuações seguras e outras nem tanto.

O ataque, segundo pior da J1, precisa encontrar soluções para não depender tanto de Matheus Sávio e Hosoya (os dois marcaram 63% dos gols da equipe no campeonato anterior). Até porque Hosoya tem tudo para ir jogar na Europa em breve. Pontas que costumam fazer fumaça como Takuya Shimamura (um destaque do Roasso Kumamoto na J2) e Fumiya Unoki (de volta após um ano e meio emprestado ao Mito HollyHock na J2, onde anotou cinco gols e três assistências) podem dar um novo gás no setor. A disputa para ser o parceiro de Hosoya na frente está em aberto. Tomoya Koyamatsu é quem geralmente joga, mas ele não tem sido tão eficiente, então Kosuke Kinoshita, que tem um biotipo de centroavante, mas que tem jogado mais aberto, pode ganhar chances ali. Outra esperança é que algum dos vários jovens do elenco evolua e mostre serviço.

Segundo o técnico Masami Ihara, a meta é ficar pelo menos em sétimo lugar e conquistar 50% dos pontos. Ou seja, 57 é o número mágico, que seria um aumento incrível em relação aos 33 pontos (32% dos possíveis) da temporada anterior. Porém, o time é praticamente o mesmo de 2023. Ihara, que foi assistente de Nelsinho Baptista por vários anos, ganhou um voto de confiança da diretoria porque o time mostrou uma leve melhora no fim da campanha passada, mas agora o nível de exigência será maior e se o desempenho não tiver uma melhora considerável vai ser sofrimento até o fim.

O destaque: Matheus Sávio (meia, 15/04/1997) – Vem de duas ótimas temporadas em que esteve entre os melhores estrangeiros da liga e tem carregado nas costas o ataque do Kashiwa. Em questão de números, 2023 foi o melhor dos cinco anos que passou no Japão, com sete gols e dez assistências na J1, além de ter sido o jogador com mais chances de gol criadas em todo o campeonato (86, média de 2,8 por jogo). Enquanto ele está em campo, o torcedor sempre tem esperança que ele possa decidir em um momento de inspiração.

Fique de olho: Takuya Shimamura (meia, 06/03/1999) – Formado na base do Kyoto Sanga, não chegou a jogar pelo time principal e foi emprestado várias vezes. Jogou até no Londrina, em 2019, quando participou da campanha do título do Paranaense de Juniores. Depois de três anos na J3 pelo Imabari, destacou-se com o Roasso Kumamoto na J2 (anotou dois gols e sete assistências) e agora ganha a primeira chance na J1. É um ponta canhoto e agressivo que gosta de driblar.

A promessa: Takumi Tsuchiya (volante, 25/10/2003) – Um dos mais jovens do elenco, mas já vai para o terceiro ano como profissional e ganhando cada vez mais minutos. É um meio-campista versátil, com características defensivas e que também tem jogado como lateral e zagueiro.

»» Um tradicional amistoso de pré-temporada que acontece (quase) anualmente na província de Chiba desde 1995 é a Chibagin Cup, normalmente chamada em inglês de Chiba Derby Match (o nome é por causa do patrocinador, o Chiba Bank – chamado em japonês de Chiba Ginkou e abreviado para Chibagin). É o confronto entre os dois clubes profissionais da província, o Kashiwa Reysol e o JEF United Ichihara Chiba, que se alternam como mandantes. Como o JEF está na J2 desde 2010, muitas vezes esse amistoso acaba sendo a única chances de os rivais se enfrentarem na temporada. A edição 2024, a 28ª da história, aconteceu em Kashiwa e o JEF venceu pela 11ª vez, com um placar de 2×1. O gol do Reysol foi marcado nos acréscimos por Matheus Sávio.

Saíram:
Takuma Otake (lateral, 2002) -> Edo All United [estava emprestado ao Verspah Oita]
Wataru Iwashita (lateral, 1999) -> Roasso Kumamoto, empréstimo
Bueno (zagueiro, 1995) -> fim de contrato
Emerson Santos (zagueiro, 1995) -> Inter de Limeira, empréstimo [estava emprestado ao Atlético-GO]
Hayato Tanaka (zagueiro, 2003) -> V-Varen Nagasaki, empréstimo
Keiya Shiihashi (volante, 1997) -> Nagoya Grampus
Masatoshi Mihara (volante, 1988) -> fim de contrato
Takuto Kato (volante, 1999) -> Fukushima United, empréstimo
Keiya Sento (meia, 1994) -> Machida Zelvia
Kota Yamada (meia, 1999) -> Gamba Osaka
Riku Ochiai (meia, 1999) -> Mito HollyHock, empréstimo
Douglas (atacante, 1987) -> aposentou-se
Kaito Mori (atacante, 2000) -> Yokohama FC [estava emprestado ao Tokushima Vortis]
Rodrigo Angelotti (atacante, 1998) -> FC Imabari [estava emprestado ao Omiya Ardija]

Chegaram:
Hiroki Sekine (lateral, 2002) <- Universidade Takushoku
Hiroki Noda (zagueiro, 1997) <- Montedio Yamagata
Tomoya Inukai (zagueiro, 1993) <- Urawa Reds, em definitivo
Eiji Shirai (volante, 1995) <- Tokushima Vortis
Koki Kumasaka (volante, 2001) <- Universidade Internacional de Tóquio
Fumiya Unoki (meia, 2001) <- Mito HollyHock, retorno de empréstimo
Takuya Shimamura (meia, 1999) <- Roasso Kumamoto
Yugo Masukake (meia, 2003) <- Ehime FC, retorno de empréstimo
Kosuke Kinoshita (atacante, 1994) <- Kyoto Sanga

Elenco do Kashiwa Reysol para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Kashiwa Reysol para 2024 — Foto: Futebol no Japão

ALBIREX NIIGATA – O Cisne quer voar mais alto

Albirex Niigata [arubirêkkussu niígata] - Província: Niigata - Cidade: Niigata - Mascote: Albi-kun — Foto: Futebol no Japão

Albirex Niigata [arubirêkkussu niígata] – Província: Niigata – Cidade: Niigata – Mascote: Albi-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 10º
Melhor colocação na J1: 6º (2007)
Estádio: Denka Big Swan Stadium (41.684)
Técnico: Rikizo Matsuhashi (desde 01/2022)
Expectativa: ★★

O primeiro objetivo no retorno à elite, que era a permanência, foi alcançado sem muito sofrimento com um décimo lugar ano passado que pode ser considerado um grande sucesso. Nem mesmo a saída do astro Ryotaro Ito para o Sint-Truiden-BEL no meio do ano atrapalhou muito e Rikizo Matsuhashi, que começou a carreira como técnico no próprio Albirex Niigata na campanha do acesso em 2022, esteve entre os mais elogiados treinadores. Havia o receio de que Matsuhashi voltasse para o Yokohama F-Marinos, onde passou a maior parte da carreira como jogador e 16 anos como assistente e técnico da base, mas no fim ele renovou o contrato, para a sorte do Albi.

O que mais preocupa agora é a saída de dois jogadores-chave: Shunsuke Mito, que havia assumido o papel de substituto de Ryotaro Ito e levou o prêmio de melhor jogador jovem de 2023, mas já foi levado pela Europa; e Takahiro Ko, o pulmão do meio-campo. Motoki Hasegawa, um meia acima do nível da J2 que vinha brilhando pelo Ventforet Kofu, chega para ser o novo craque do time. Ele vinha jogando pela ponta esquerda, mas também pode atuar centralizado. Para o lugar de Ko, Eiji Miyamoto é uma aposta – um coringa que faz várias funções na defesa e meio-campo e vai disputar uma das posições como volante com Hiroki Akiyama e Yuzuru Shimada, que a princípio são os titulares. A defesa perdeu seu principal zagueiro, Taiki Watanabe, e trouxe como reforço Ryo Endo, que volta de um ano e meio de empréstimo ao Iwaki FC onde virou titular absoluto na J3 e J2, mas talvez ainda seja reserva na J1. Thomas Deng, que estava com a seleção australiana na Copa da Ásia, é agora o principal nome no setor, mas a disputa com Michael James e Kazuhiko Chiba é apertada.

Apesar de jogar um futebol no geral propositivo, que toma a iniciativa e teve a maior média de posse de bola da J1 (56%), o Albirex tem sido pouco eficiente no ataque. Foi o quarto com mais finalizações em 2023 (356, média de 10,5 por jogo), mas marcou apenas 36 gols em 34 jogos (foi o terceiro pior ataque). O centroavante que marcou mais gols foi Koji Suzuki, com apenas quatro. Quem sabe Yuji Ono, que teve em 2023 no Sagan Tosu os melhores números ofensivos da carreira (nove gols) jogando como uma espécie de falso nove, seja a solução. Além disso, Ono já conhece bem Matsuhashi, que foi seu técnico na base do Marinos.

O Cisne começa a temporada com um otimismo cauteloso, pensando primeiro em ficar longe do Z-3, mas se as peças se encaixarem é possível até melhorar a campanha passada e brigar por um lugar na metade de cima da tabela. Apoio da torcida, que tem uma das maiores médias de público do Japão, também não vai faltar.

O destaque: Ryosuke Kojima (goleiro, 30/01/1997) – No início da carreira, mostrava potencial no futebol universitário e na seleção olímpica, mas não deu certo no seu primeiro clube profissional, o Oita Trinita. No Albirex, porém, ele evoluiu e se tornou um goleiro seguro embaixo das traves que também sabe jogar com os pés. Canhoto, tem a precisão nos passes e lançamentos como característica. Lembra Shusaku Nishikawa, do Urawa Reds.

Fique de olho: Motoki Hasegawa (meia, 10/12/1998) – Um dos jogadores mais talentosos da J2. Foi uma vitória o Albirex tê-lo contratado, quando ele poderia tranquilamente ir para times maiores. É aquele meia habilidoso e criativo que faz jogadas inesperadas – de certa forma, lembra até Ryotaro Ito. Também contribuiu com a histórica campanha do Ventforet Kofu na fase de grupos da Liga dos Campeões da Ásia ano passado.

A promessa: Aozora Ishiyama (meia, 27/01/2006) – Único com menos de 20 anos no elenco, jogou no Albirex sub-15 e sub-18, passou o ano passado treinando com o elenco profissional e agora foi incorporado de vez. É um meio-campista de muita movimentação que tem o passe como característica e costuma jogar na função do 10, mas também tem aprendido a marcar e tem treinado bastante como volante.

»» O Albirex Niigata Singapore, time-satélite do Albirex em Singapura que existe desde 2004, vai passar por uma grande reformulação em 2024 e deixar de ser “um time japonês participando da liga singapurense” para se tornar um clube local, adaptando-se às regras de jogadores estrangeiros e com a maioria de jogadores singapurenses no elenco, tornando-se assim elegível para participar das competições continentais da AFC. O time tem sido um dos maiores vencedores da Singapore Premier League, com seis conquistas (2016, 2017, 2018, 2020, 2022 e 2023).

Saíram:
Kazuki Fujita (goleiro, 2001) -> JEF United Ichihara Chiba, empréstimo [estava emprestado ao Tochigi SC]
Takuya Seguchi (goleiro, 1988) -> aposentou-se
Daichi Tagami (lateral/zagueiro, 1993) -> Fagiano Okayama
Taiki Watanabe (lateral/zagueiro, 1999) -> Yokohama F-Marinos
Shosei Okamoto (zagueiro, 2000) -> Kagoshima United, empréstimo renovado
Jimpei Yoshida (volante, 2003) -> Kamatamare Sanuki, empréstimo
Takahiro Ko (volante, 1998) -> FC Tokyo
Kazuyoshi Shimabuku (meia, 1999) -> Fujieda MYFC, empréstimo
Shunsuke Mito (meia, 2002) -> Sparta Rotterdam-HOL
Yushin Otake (meia, 2005) -> promovido da base e imediatamente emprestado ao YSCC Yokohama
Gustavo Nescau (atacante, 2000) -> Cuiabá
Ken Yamura (atacante, 1997) -> Fujieda MYFC, empréstimo renovado

Chegaram:
Daisuke Yoshimitsu (goleiro, 1993) <- Renofa Yamaguchi
Riita Mori (lateral, 2001) <- Universidade Waseda
Ryo Endo (zagueiro, 1998) <- Iwaki FC, retorno de empréstimo
Eiji Miyamoto (volante, 1998) <- Iwaki FC
Aozora Ishiyama (meia, 2006) <- promovido da base
Eitaro Matsuda (meia, 2001) <- Yokohama F-Marinos, empréstimo renovado
Jin Okumura (meia, 2001) <- Universidade Kansai Fukushi
Motoki Hasegawa (meia, 1998) <- Ventforet Kofu
Yuji Ono (atacante, 1992) <- Sagan Tosu

Elenco do Albirex Niigata para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Albirex Niigata para 2024 — Foto: Futebol no Japão

HOKKAIDO CONSADOLE SAPPORO – E agora, para onde crescer?

Hokkaido Consadole Sapporo [rokkaidô consadôre sappôro] - Província: Hokkaido - Cidade: Sapporo - Mascote: Dole-kun — Foto: Futebol no Japão

Hokkaido Consadole Sapporo [rokkaidô consadôre sappôro] – Província: Hokkaido – Cidade: Sapporo – Mascote: Dole-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 12º
Melhor colocação na J1: 4º (2018)
Estádios: Sapporo Dome (38.794) e Atsubetsu Park (17.597)
Técnico: Mihailo Petrovic [Sérvia] (desde 01/2018)
Expectativa: ★★

É fato que o Consadole Sapporo subiu de patamar nos últimos anos. Deixou de ser aquele time que só aparecia na J1 para ser rebaixado logo de cara e se estabilizou na elite, mas o problema agora é como fazer para ir além disso. O responsável por essa estabilidade é Mihailo Petrovic (Mischa para os mais íntimos), um dos técnicos mais longevos da J1 e que vai para a sétima temporada no comando do Consa. Nas últimas cinco, sempre terminou em 10º ou 12º, ou seja, na metade de baixo da tabela, longe de brigar por qualquer coisa na parte de cima e sem muito risco de rebaixamento. O problema é que fica difícil almejar algo maior quando os recursos são limitados e o time perde a maioria dos seus jogadores de destaque.

Quem mais brilhou ano passado em Hokkaido foi o ponta Takuro Kaneko, que no meio do ano já fez as malas para a Croácia (Dinamo Zagreb). Dos que permaneceram até o fim da campanha, quem mais se destacou foi o zagueiro Shunta Tanaka, que agora é do Cerezo Osaka. Os próximos da lista de melhores do time – Lucas Fernandes e Tsuyoshi Ogashiwa – também foram embora para clubes que teoricamente podem brigar por mais. Além dos quatro principais destaques, a torcida se despediu do ídolo Akito Fukumori, que passou as últimas nove temporadas em Hokkaido. Petrovic tem um desafio e tanto para remontar a equipe podendo contar praticamente só com reforços vindo da base, de universidades ou times de divisões inferiores.

A defesa tem dois novos candidatos a ocupar o vazio deixado por Shunta Tanaka. Ryu Takao é o substituto natural por já estar acostumado com a J1, mas seria um enorme downgrade pelo que ele rendia no Gamba Osaka. Rei Ieizumi é a tentativa de repetir o conto de fadas de Toya Nakamura, que foi pinçado direto da liga amadora (JFL, quarta divisão). Ieizumi chegou a disputar a quarta e quinta divisões pelo time da Universidade Ryutsu Keizai e nos últimos dois anos destacou-se na J3 e na J2 pelo pequeno Iwaki FC. Conhecido pela força nos duelos físicos e aéreos, resta ver se ele vai se adaptar ao estilo mais técnico de Petrovic. Yamato Okada é um defensor que foi MVP da liga universitária de Kyushu em 2023, ano em que também estreou pelo Consadole como “estagiário” na Copa Levain, jogando como zagueiro e ala esquerdo.

Na ponta direita, Tomoki Kondo é um driblador que mostrou potencial no Yokohama FC e a esperança de continuar com um jogador incisivo na posição após as saídas de Takuro Kaneko e Lucas Fernandes. Outros jovens recém-chegados são Katsuyuki Tanaka, um meia canhoto com precisão nos passes e que pode ajudar na criação de jogadas, e Shido Izuma, uma promessa da base que é muito bem avaliado pela comissão técnica. Hiromu Tanaka é um ponta que se profissionalizou no próprio Sapporo em 2021, mas desde então nunca teve espaço e mesmo em 2023, emprestado ao Fujieda MYFC Na J2, teve pouquíssimos minutos em campo, por isso é, a princípio, uma peça para compor elenco. Tatsuya Hasegawa é uma nova opção para o lado esquerdo do ataque, um meia que teve bons momentos nos quatro títulos do Kawasaki Frontale, mas que vem de duas temporadas de pouco destaque no Yokohama FC e no Tokyo Verdy. E um nome bem conhecido que está de volta é Musashi Suzuki; pode-se dizer que a última temporada boa dede foi com o próprio Consadole, em 2019. Depois de passagens frustradas pela Bélgica (Beerschot) e Gamba Osaka, o centroavante tentará recuperar a boa forma no clube que o levou à seleção japonesa.

2023 foi o ano em que o Consa de Petrovic marcou o maior número de gols (56) e chegou até a ter o melhor ataque da liga – terminou como o terceiro melhor. Foi um dos times mais empolgantes para se assistir ano passado, mas talvez nem tanto para o torcedor, porque a defesa foi a mais vazada (61 gols sofridos, empatada com a do Gamba Osaka), mais pelo estilo de jogo de alto risco, sempre tentando bater de frente até com os times mais fortes, do que por incompetência dos defensores. Não são raras as partidas em que o Sapporo joga bem, mas não consegue o resultado. Jogar com a bola no pé desde o goleiro, adiantar as linhas, dominar e pressionar o adversário são conceitos típicos dos maiores clubes europeus, mas que Petrovic tem usado no Japão já há quase duas décadas (ele chegou ao Sanfrecce Hiroshima em 2006). Quem sabe com um pouquinho mais de equilíbrio e principalmente sorte (não é à toa que chamamos Mischa de “o gênio azarado”) a Coruja de Hokkaido possa alçar voos mais altos.

O destaque: Yuya Asano (meia, 17/02/1997) – Irmão mais novo do Asano da seleção, Yuya trocou o Sanfrecce Hiroshima pelo Consadole ano passado e viveu em Hokkaido o melhor ano da carreira até então. Foi o artilheiro do time e teve algumas atuações tão boas que valeriam até uma convocação para a seleção se não fosse pela enorme concorrência na posição atualmente. Com a saída de vários destaques da equipe, ele assume agora uma posição de mais responsabilidade como jogador que pode fazer a diferença.

Fique de olho: Tomoki Kondo (meia, 21/03/2001) – Talvez o reforço de quem se espera mais. Apesar de ter sido mais reserva do que titular no rebaixado Yokohama FC, Kondo foi um dos jogadores que mais mostrou potencial no Fulie e seus números modestos (dois gols e três assistências) podem ter sido mais em função de jogar em um time que precisava se defender na maioria do tempo. Quem sabe agora, com mais liberdade para atacar, ele mostre tudo que é capaz.

A promessa: Shido Izuma (atacante, 15/06/2005) – Na base era considerado um protótipo de centroavante ideal para o futuro do clube. Mesmo com apenas 1,75 m, destaca-se pela força física, pelo chute de esquerda e no posicionamento dentro da área. Até no jogo aéreo ele tem confiança. Além de ter “nome de anime”, tem personalidade. “Eu sou o centroavante! Quero ser o artilheiro, quero ser o jogador que mais se destaca. Eu gosto de estar nos holofotes” é o tipo de coisa que ele costuma falar nos treinos segundo um staff do clube. Izuma já estreou pelo time principal ano passado nas copas nacionais e brilhou em um jogo da Copa do Imperador contra o Verspah Oita quando entrou em campo aos 83′ e marcou dois gols.

»» Sincero. Essa foi a declaração de Shido Izuma ao ser promovido das categorias de base: “Não tinha intenção de ir para a faculdade. Não gosto de estudar e se não subisse no Consa eu iria procurar outro time para poder jogar profissionalmente. É claro, ser promovido no Consa foi o melhor, foi o máximo. Ser um jogador profissional era o meu sonho e quero dar o primeiro passo o mais rápido possível. Queria ir direto para o profissional sem passar pela universidade.”

Saíram:
Gu Sung-yun (goleiro, 1994) -> Kyoto Sanga, em definitivo
Koki Otani (goleiro, 1989) -> Giravanz Kitakyushu
Shuhei Matsubara (goleiro, 1992) -> Mito HollyHock
Daigo Nishi (lateral, 1987) -> Iwate Grulla Morioka, em definitivo
Akito Fukumori (zagueiro, 1992) -> Yokohama FC, empréstimo
Shunta Tanaka (zagueiro, 1997) -> Cerezo Osaka
Lucas Fernandes (meia, 1994) -> Cerezo Osaka
Shinji Ono (meia, 1979) -> aposentou-se
Sora Igawa (meia, 2000) -> Fagiano Okayama, em definitivo
Milan Tučić (atacante, 1996) -> fim de contrato
Taika Nakashima (atacante, 2002) -> Fujieda MYFC, empréstimo [estava emprestado ao Nagoya Grampus]
Tsuyoshi Ogashiwa (atacante, 1998) -> FC Tokyo

Chegaram:
Kojiro Nakano (goleiro, 1999) <- Zweigen Kanazawa, retorno de empréstimo
Shunta Awaka (goleiro, 1995) <- Suzuka Point Getters
Ryu Takao (lateral/zagueiro, 1996) <- Gamba Osaka
Yamato Okada (lateral/zagueiro, 2001) – <- Universidade Fukuoka
Rei Ieizumi (zagueiro, 2000) <- Iwaki FC
Hiromu Tanaka (meia, 1999) <- Fujieda MYFC, retorno de empréstimo
Katsuyuki Tanaka (meia, 2002) <- Universidade Meiji
Kosuke Hara (meia, 2005) <- Colégio Nagoya
Tatsuya Hasegawa (meia, 1994) <- Yokohama FC
Tomoki Kondo (meia, 2001) <- Yokohama FC
Musashi Suzuki (atacante, 1994) <- Gamba Osaka, empréstimo
Shido Izuma (atacante, 2005) <- promovido da base

Elenco do Hokkaido Consadole Sapporo para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Hokkaido Consadole Sapporo para 2024 — Foto: Futebol no Japão

SAGAN TOSU – Como sempre, querendo surpreender

Sagan Tosu [sagán tôssu] - Província: Saga - Cidade: Tosu - Mascote: Wintosu — Foto: Futebol no Japão

Sagan Tosu [sagán tôssu] – Província: Saga – Cidade: Tosu – Mascote: Wintosu — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 14º
Melhor colocação na J1: 5º (2012, 2014)
Estádio: Ekimae Real Estate Stadium (24.130)
Técnico: Kenta Kawai (desde 01/2022)
Expectativa: ★★

Apesar de ser um dos clubes mais pobres da J1, o Sagan Tosu desafia as probabilidades ano após ano com campanhas que superam a expectativa, às vezes até brigando na parte de cima da tabela. Muito por causa da capacidade do seu scouting em encontrar talentos em mercados menores e universidades, além da qualidade da sua categoria de base que já está entre as melhores do país. Em 2023 o time chegou a ficar algumas rodadas na metade de cima da tabela, mas caiu de rendimento e terminou só em 14ª, a pior colocação desde 2019. O que deixou parte da torcida frustrada, mas ainda assim um resultado satisfatório já que não houve ameaça de rebaixamento em nenhum momento.

Pelo menos desta vez não vai ser preciso montar praticamente um novo time já que apenas três titulares foram embora. Um alívio considerando as últimas janelas de inverno. Hwang Seok-ho, veterano que era o líder da defesa, foi embora para a Coreia do Sul defender o Ulsan e justamente do Ulsan veio seu substituto, Kim Tae-hyeon, que passou os últimos dois anos no Japão disputando a J2 emprestado ao Vegalta Sendai, onde atuou tanto na zaga quanto na lateral esquerda. Apesar de não ter a experiência do compatriota, é visto como um zagueiro de potencial.

O ataque é o setor que preocupa porque não tem mais duas referências, Yuji Ono e Yuto Iwasaki. Hikaru Nakahara, vindo de uma boa J2 na campanha do acesso do Tokyo Verdy, deve tomar conta da meia direita, enquanto na outra ponta tem o artilheiro do time, Yoichi Naganuma. A dúvida é: Vinícius Araújo pode ser o novo centroavante titular? O brasileiro teve ótima passagem pelo Montedio Yamagata na J2, quando marcou 14 gols em 2020 e 14 de novo em 2021, mas em 2022 não foi bem no Machida Zelvia, com só dois gols, e ano passado não balançou as redes nenhuma vez jogando o primeiro semestre no Catar pelo Umm Salal e o segundo na J3 pelo Imabari. Outra nova opção é Marcelo Ryan, que passou os últimos dois anos no Yokohama FC, mas só marcou um total de seis gols lá.

O Sagan é o time que mais corre na J.League. Liderou o ranking de distância percorrida nos últimos três anos e o volante So Kawahara foi o jogador com mais quilômetros na temporada passada (438 km, média de 12,9 km por jogo – e ele jogou em todas as 34 rodadas). Ao seu lado, geralmente atua um meio-campista mais técnico como Kohei Tezuka ou Naoyuki Fujita. A defesa está entre as que mais cedem finalizações e o fato de ter sido “apenas” a quinta mais vazada evidencia o bom trabalho do goleiro Park Il-gyu, que agora terá a sombra de Arnau Riera, que trocou a quarta divisão espanhola pela quarta divisão japonesa, onde defendeu o Nara Club primeiro na JFL e depois na J3 antes de se transferir para Saga. Por fim, a lateral esquerda se reforçou com Yusuke Maruhashi, que já esteve entre os melhores da posição na liga, mas ano passado foi jogar por empréstimo na Tailândia no primeiro semestre e, no segundo, de volta ao Cerezo Osaka, não disputou nenhuma partida.

O destaque: Park Il-gyu (goleiro, 22/12/1989) – Para um time que cede tantas finalizações, não ter a pior defesa é um feito. Park, que se naturalizou japonês em 2022 (ele nasceu e cresceu no Japão, mas tinha a cidadania sul-coreana por ser descendente de coreanos) tem sido aquele goleiro que salva o Sagan Tosu rodada após rodada com o maior número de defesas na liga. Além de ter o jogo com os pés como característica. Jogando adiantado quase como um líbero, é como se ele fosse um décimo segundo jogador de linha. Desde que chegou ao Tosu, em outubro de 2020, ele jogou todos os minutos de todos os jogos da J1.

Fique de olho: Seiji Kimura (zagueiro, 24/08/2001) – Revelado pelo FC Tokyo e membro das seleções de base desde o sub-16, este será um ano de “ou vai ou racha” para o defensor, que já passou por vários empréstimos e ano passado não conseguiu um lugar no 11 inicial do FCT. Agora vai jogar em um clube que sabe desenvolver jovens talentos também com o objetivo de conseguir um lugar na seleção olímpica.

A promessa: Shota Hino (meia, 16/10/2002) – A princípio, ele só iria se juntar ao elenco oficialmente em 2025, após se formar na universidade, mas assinou seu contrato profissional um ano antes do programado. Tem muita técnica com a bola no pé e capacidade de liderar o ataque como um camisa 10. Promete acirrar a disputa por posição com Yuki Horigome e Fuchi Honda.

»» O incaível. O Sagan Tosu faz parte de um seleto grupo de times que nunca foram rebaixados desde que chegou à primeira divisão e está na J1 de forma ininterrupta desde 2012. Esse grupo também tem Kashima Antlers e Yokohama F-Marinos, os únicos membros fundadores da liga (1993) que nunca caíram. E a partir deste ano tem o estreante Machida Zelvia também.

Saíram:
Kei Uchiyama (goleiro, 1993) -> Fujieda MYFC, empréstimo
Ueom Ye-hoon (goleiro, 2002) -> fim de contrato
Shinya Nakano (lateral, 2003) -> Gamba Osaka, em definitivo
Anthony Akumu (zagueiro/volante, 1992) -> fim de contrato
Dai Hirase (zagueiro, 2001) -> Renofa Yamaguchi, empréstimo renovado
Hwang Seok-ho (zagueiro, 1989) -> Ulsan HD-COR
Kiriya Sakamoto (zagueiro, 2003) -> fim de empréstimo com o Montedio Yamagata
Koma Osato (zagueiro, 2004) -> Reilac Shiga, empréstimo
Ryotaro Takeuchi (zagueiro, 2004) -> Criacao Shinjuku, empréstimo renovado
Taiga Son (zagueiro, 1999) -> Ventforet Kofu [estava emprestado ao Zweigen Kanazawa]
Toshio Shimakawa (zagueiro/volante, 1990) -> Tokushima Vortis
Shunya Sakai (volante, 2004) -> Tegevajaro Miyazaki, empréstimo
Jun Nishikawa (meia, 2002) -> fim de empréstimo com o Cerezo Osaka
Ouji Kawanami (meia, 2001) -> FC Gifu, empréstimo
Ryunosuke Sagara (meia, 2002) -> Vegalta Sendai, em definitivo
Ryo Wada (atacante, 1995) -> Hong Kong Rangers FC-HKG [estava emprestado ao Reilac Shiga]
Shunta Araki (atacante, 1999) -> Machida Zelvia, em definitivo
Yuji Ono (atacante, 1992) -> Albirex Niigata
Yukihito Kajiya (atacante, 2000) -> Blaublitz Akita, em definitivo
Yuta Fujihara (atacante, 1999) -> Ehime FC
Yuto Iwasaki (atacante, 1998) -> Avispa Fukuoka

Chegaram:
Arnau Riera (goleiro, 1997) <- Nara Club
Lee Yoon-sung (goleiro, 2005) <- Uijeongbu-COR
Fumiya Kitajima (lateral, 2005) <- promovido da base
Shiva Tafari Nagasawa (lateral, 2001) <- Universidade Kanto Gakuin
Yusuke Maruhashi (lateral, 1990) <- Cerezo Osaka [estava emprestado ao BG Pathum United-TAI]
Katsunori Ueebisu (zagueiro, 1996) <- Oita Trinita
Kim Tae-hyeon (zagueiro, 2000) <- Ulsan HD-COR [estava emprestado ao Vegalta Sendai]
Seiji Kimura (zagueiro, 2001) <- FC Tokyo, empréstimo
Ryohei Watanabe (volante, 2002) <- Universidade Hosei
Hikaru Nakahara (meia, 1996) <- Cerezo Osaka [estava emprestado ao Tokyo Verdy]
Shota Hino (meia, 2002) <- Universidade Takushoku
Keisuke Sakaiya (atacante, 2005) <- promovido da base
Marcelo Ryan (atacante, 2002) <- Yokohama FC
Vinícius Araújo (atacante, 1993) <- FC Imabari

Elenco do Sagan Tosu para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Sagan Tosu para 2024 — Foto: Futebol no Japão

KYOTO SANGA – Sonhando alto demais?

Kyoto Sanga [quiôto sanga] - Província: Kyoto - Cidade: Kyoto - Mascote: Pursa-kun — Foto: Futebol no Japão

Kyoto Sanga [quiôto sanga] – Província: Kyoto – Cidade: Kyoto – Mascote: Pursa-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 13º
Melhor colocação na J1: 5º (2002)
Estádio: Sanga Stadium by Kyocera (21.623)
Técnico: Cho Kwi-jae [Coreia do Sul] (desde 01/2021)
Expectativa: ★

Depois de passar uma década na J2, o plano do Kyoto Sanga de se estabelecer como um time de primeira divisão corre bem (por enquanto). Em 2022, escapou do rebaixamento por pouco, no playoff. Em 2023, ficou 11 pontos acima do único rebaixado. O objetivo declarado agora é fazer 60 pontos, o que seria 20 a mais que na última campanha – ficar na metade de cima da tabela na J1 é algo que o clube só conseguiu uma vez, em 2002.

Montar o Kyoto mais forte da história é uma meta ousada, quando simplesmente melhorar o 13º lugar do ano passado já poderia ser considerado um sucesso. O entrosamento e o trabalho a médio prazo do técnico Cho Kwi-jae, que vai para o quarto ano no comando (nunca o Sanga teve um treinador que ficou tanto tempo), são as esperanças para uma boa campanha. Muito vai depender também do desempenho de Taichi Hara, que tem sido o nome mais decisivo seja como centroavante ou na ponta esquerda. Para amenizar a saída do artilheiro Patric e ajudar Hara e Yuta Toyokawa na frente, veio um brasileiro direto da Austrália: Marco Túlio, que se destacou com 17 gols e seis assistências entre liga e copa na atual temporada e em 2022-23 foi até eleito para a seleção da A-League.

Para o meio-campo, chegou o versátil Koki Tsukagawa, mas a concorrência vai ser dura porque já tem dois jogadores quase equivalentes para cada posição no setor e o capitão Temma Matsuda pode atuar por ali também caso Hara seja escalado na ponta. A defesa, que tem falhado demais e ainda perdeu seu melhor zagueiro, Rikito Inoue, ganhou um novo pilar em Yoshinori Suzuki, um defensor balanceado que sempre foi regular e seguro na carreira, além de ter sido escolhido para o Best Eleven da última J2. Também podem pintar na posição a promessa Kazunari Kita e Keita Matsuda, que é quase um local, pois nasceu em Osaka e fez o ensino médio na escola Kyoto Tachibana antes de se profissionalizar no Mito HollyHock, onde era titular na J2.

Na lateral esquerda, onde Kyo Sato e Yuto Misao têm revezado, a competição aumentou com Toichi Suzuki, que tenta dar a volta por cima depois de três anos sem tanto sucesso na Suíça. Para a direita, chegou Yuta Miyamoto, que estava sem espaço no Urawa Reds, mas Shinnosuke Fukuda vem crescendo na posição. O gol é um caso curioso, pois Gakuji Ota, que chegou a ser quarta opção, tem feito vários jogos como titular na disputa com o selecionável sul-coreano Gu Sung-yun, enquanto Warner Hahn, que é titular na seleção do Suriname, desde que chegou ao Japão só jogou pela Copa Levain e não tem sido relacionado para a maioria das partidas da J.League.

O destaque: Taichi Hara (atacante, 05/05/1999) – Depois de rodar pela Europa (Croácia, Espanha e Bélgica), o ex-FC Tokyo chegou ao Kyoto em julho de 2023 e tornou-se o principal responsável por salvar o time do rebaixamento, com sete gols e quatro assistências em apenas 13 jogos (nove como titular). E mesmo com seus 1,91 m de altura ele atuou mais na ponta esquerda do que como centroavante.

Fique de olho: Shinnosuke Fukuda (lateral, 04/09/2000) – Começou a carreira profissional ano passado vindo da Universidade Meiji, virou titular no segundo semestre depois que Kosuke Shirai se transferiu para o FC Tokyo e rapidamente fez a torcida esquecer do seu antigo lateral direito. Forte no apoio ao ataque, marcou três gols e deu uma assistência. Tem sido elogiado na pré-temporada. Ainda precisa melhorar na marcação.

A promessa: Kazunari Kita (zagueiro, 16/09/2005) – Revelado na base do Kyoto, tem jogado pela seleção sub-19. Com 1,89 m, seu ponto forte é o jogo aéreo, mas também é elogiado pela forma como antecipa as jogadas para fazer uma interceptação ou um bloqueio. É canhoto e tem boa saída de bola. Um defensor que lembra Koki Machida, da seleção principal. Kita já estreou pelo profissional do Kyoto quando jogou 90 minutos pela Copa Levain em março de 2023.

»» Takumi Miyayoshi pode se tornar este ano o jogador com mais partidas na história do Kyoto Sanga na J.League. Em 13 temporadas no clube, ele soma 233 jogos de J1 e J2 e está em terceiro no ranking encabeçado pelo ex-zagueiro Kazuki Teshima, que fez 242 partidas pelo Sanga na liga entre 1999 e 2009. O problema é que Miyayoshi não tem sido muito aproveitado e ano passado só entrou em campo uma vez pela J1…

Saíram:
Michael Woud (goleiro, 1999) -> fim de contrato [estava emprestado ao Ventforet Kofu]
Tomoya Wakahara (goleiro, 1999) -> V-Varen Nagasaki, empréstimo
Takahiro Iida (lateral, 1994) -> Ventforet Kofu, empréstimo [estava emprestado ao Omiya Ardija]
Yuta Ueda (lateral, 2004) -> Omiya Ardija, empréstimo
Osamu Henry Iyoha (zagueiro, 1998) -> fim de empréstimo com o Sanfrecce Hiroshima
Rikito Inoue (zagueiro, 1997) -> Urawa Reds
Daigo Araki (meia, 1994) -> FC Gifu
Fuki Yamada (meia, 2001) -> Tokyo Verdy, empréstimo
Kazuki Tanaka (meia, 2000) -> JEF United Ichihara Chiba, em definitivo
Naoto Misawa (meia, 1995) -> Ventforet Kofu
Kosuke Kinoshita (atacante, 1994) -> Kashiwa Reysol
Origbaajo Ismaila (atacante, 1998) -> Tochigi SC, empréstimo [estava emprestado ao FC Sheriff Tiraspol-MOL)
Patric (atacante, 1987) -> Nagoya Grampus
Yudai Kimura (atacante, 2001) -> Tokyo Verdy, empréstimo [estava emprestado ao Zweigen Kanazawa]

Chegaram:
Akira Fantini (goleiro, 1998) <- Fukushima United
Gu Sung-yun (goleiro, 1994) <- Hokkaido Consadole Sapporo, em definitivo
Rikuto Iida (lateral, 2005) <- promovido da base
Toichi Suzuki (lateral, 2000) <- Lausanne-SUI
Yuta Miyamoto (lateral, 1999) <- Urawa Reds
Kazunari Kita (zagueiro, 2005) <- promovido da base
Keita Matsuda (zagueiro, 2000) <- Mito HollyHock
Yoshinori Suzuki (zagueiro, 1992) <- Shimizu S-Pulse
Koki Tsukagawa (meia, 1994) <- FC Tokyo, empréstimo
Yuto Anzai (meia, 2005) <- Colégio Shoshi
Marco Túlio (atacante, 1998) <- Central Coast Mariners-AUS

Elenco do Kyoto Sanga para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Kyoto Sanga para 2024 — Foto: Futebol no Japão

SHONAN BELLMARE – O Rei dos Mares continua rindo na cara do perigo

Shonan Bellmare [xônan berumáre] - Província: Kanagawa - Cidade: Hiratsuka - Mascote: Rei Bell Primeiro — Foto: Futebol no Japão

Shonan Bellmare [xônan berumáre] – Província: Kanagawa – Cidade: Hiratsuka – Mascote: Rei Bell Primeiro — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 15º
Melhor colocação na J1: 5º (1994)
Estádio: Lemon Gas Stadium Hiratsuka (15.380)
Técnico: Satoshi Yamaguchi (desde 09/2021)
Expectativa:

O Shonan Bellmare é aquele time que está sempre vivendo perigosamente. Vai para a sétima temporada consecutiva na J1 (nunca passou tanto tempo sem ser rebaixado), sempre escapando da degola por pouco. Mesmo com tanta instabilidade e tendo passado a maior parte do segundo semestre de 2023 na lanterna, Satoshi Yamaguchi segue firme no cargo. Tudo indica que vem mais sufoco pela frente, já que o elenco teve poucas mudanças, mas as dificuldades devem aumentar agora que o número de rebaixados volta para três e não tem mais playoff para salvar o antepenúltimo.

O clube da cidade de Hiratsuka já havia perdido seu astro no meio da temporada passada, quando o goleador Shuto Machino foi se aventurar na Alemanha. E agora foi a vez de perder justamente quem vinha se destacando no lugar dele, Yuki Ohashi, autor de 13 gols na última J1 e que foi buscar voos mais altos em Hiroshima. Para recompor o ataque, foi contratado o brasileiro Lukian, que no Avispa Fukuoka passava mais tempo defendendo do que atacando e não fez tantos gols assim, mas quando estava no Júbilo Iwata foi artilheiro da J2. A ver como vai funcionar a parceria com Hiroyuki Abe, mas muito dependerá também do talentoso mas instável Kosuke Onose, que teve um início de campanha explosivo ano passado e depois caiu de rendimento. O meio-campo pode subir de nível caso jovens como Taiyo Hiraoka e Satoshi Tanaka continuem se desenvolvendo.

A ala direita perdeu o esforçado Hirokazu Ishihara, mas compensou ao trazer o líder de assistências da J2, Yuto Suzuki. Pela esquerda, Daiki Sugioka é um dos pilares da equipe, que às vezes atua também na zaga. A defesa teve dois sul-coreanos como protagonistas: o goleiro selecionável Song Bum-keun e o zagueiro Kim Min-tae, que chegou no meio do ano depois de uma passagem não muito boa no Kashima Antlers, mas que no Shonan melhorou uma defesa que estava entre as mais vazadas da liga e teve atuações importantíssimas na reta final do campeonato. A aposta na continuidade do trabalho de Yamaguchi e no entrosamento de um elenco que pouco mudou é a esperança do Bellmare se manter na J1.

O destaque: Song Bum-keun (goleiro, 15/10/1997) – Perdeu a maior parte da pré-temporada porque estava com a seleção sul-coreana na Copa da Ásia, mas continua como primeira opção de Yamaguchi. Ano passado foi o segundo goleiro com mais defesas na J1 (95) e teve participação fundamental para evitar o rebaixamento. Com 1,96 m, também se destaca nas saídas pelo alto.

Fique de olho: Naoya Takahashi (zagueiro, 28/05/2001) – Formado na base do Gamba Osaka, chegou a jogar pelo extinto “Gamba Osaka Sub-23” na J3 em 2019, mas não foi promovido ao time de cima e seguiu para a universidade. Agora que se graduou, enfim vai começar a carreira profissional, mas ele já fez algumas partidas pelo Shonan Bellmare ano passado como “estagiário” e deixou uma boa impressão jogando como zagueiro pelo lado direito, principalmente nas subidas para apoiar o ataque e no jogo aéreo. Apesar de ter sido utilizado na zaga, ele prefere jogar como volante arquitetando as jogadas ofensivas, inspirado no estilo do holandês Frenkie de Jong.

A promessa: Hisatsugu Ishii (atacante, 07/07/2005) – Tem sido sempre convocado para as seleções de base e ano passado foi um dos artilheiros do Torneio Maurice Revello, na França, com três gols. Vem de um ano de transição em que passou mais tempo treinando com o profissional do que jogando na base. Em julho de 2023 marcou seu primeiro gol pelo time adulto, na Copa do Imperador; por acaso, foi justo contra o time da sua terra natal, o Fagiano Okayama.

»» Últimas seis temporadas do Shonan Bellmare na J1:
2018: 13º – Escapou do rebaixamento na última rodada
2019: 16º – Escapou do rebaixamento no playoff
2020: 18º (último) – Por causa da covid-19, não teve rebaixamento
2021: 16º – Escapou do rebaixamento na última rodada (campeonato teve 20 times e quatro rebaixados)
2022: 12º – Escapou do rebaixamento na última rodada
2023: 15º – Escapou do rebaixamento na penúltima rodada

Saíram:
Kotaro Tachikawa (goleiro, 1997) -> Iwaki FC
Hirokazu Ishihara (lateral, 1999) -> Urawa Reds
Shuto Yamamoto (lateral, 1986) -> aposentou-se
Toru Shibata (lateral, 2001) -> Fukushima United, empréstimo renovado
Kodai Minoda (zagueiro, 1999) -> Vanraure Hachinohe, empréstimo renovado
Taisei Ishii (zagueiro, 2003) -> FC Tiamo Hirakata, empréstimo [estava emprestado ao Veertien Mie]
Mitsuki Saito (volante, 1999) -> Vissel Kobe, em definitivo
Ryota Nagaki (volante, 1988) -> Tokushima Vortis, em definitivo
Sosuke Shibata (volante, 2001) -> Vanraure Hachinohe, empréstimo [estava emprestado ao Kataller Toyama]
Sho Hiramatsu (meia, 1998) -> FC Ryukyu, em definitivo
Yoshihiro Nakano (meia, 1993) -> Yokohama FC, empréstimo
Tarik Elyounoussi (atacante, 1988) -> fim de contrato
Yamato Wakatsuki (atacante, 2002) -> Renofa Yamaguchi
Yuki Ohashi (atacante, 1996) -> Sanfrecce Hiroshima

Chegaram:
Kota Sanada (goleiro, 1999) <- Veertien Mie, retorno de empréstimo
Yuto Suzuki (lateral, 1993) <- Júbilo Iwata
Kim Min-tae (zagueiro, 1993) <- Kashima Antlers, em definitivo
Naoya Takahashi (zagueiro, 2001) <- Universidade Kansai
Kohei Okuno (volante, 2000) <- Gamba Osaka, em definitivo
Hisatsugu Ishii (atacante, 2005) <- promovido da base
Lukian (atacante, 1991) <- Avispa Fukuoka
Ryo Nemoto (atacante, 2000) <- Tochigi SC, retorno de empréstimo

Elenco do Shonan Bellmare para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Shonan Bellmare para 2024 — Foto: Futebol no Japão

JÚBILO IWATA – A meta é sobreviver

Júbilo Iwata [djúbiro iuáta] - Província: Shizuoka - Cidade: Iwata - Mascote: Júbilo-kun — Foto: Futebol no Japão

Júbilo Iwata [djúbiro iuáta] – Província: Shizuoka – Cidade: Iwata – Mascote: Júbilo-kun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 2º na J2 (promovido)
Melhor colocação na J1: Campeão (1997, 1999, 2002)
Estádios: Yamaha Stadium (15.165) e Ecopa Stadium (51.697)
Técnico: Akinobu Yokouchi (desde 01/2023)
Expectativa:

J1, J2, J2, J1, J2, J1. O que o torcedor do Júbilo Iwata mais temia aconteceu. O clube, um dos mais vencedores do país, mas que deixou suas glórias lá nos anos 1990/2000, virou um time ioiô. Desde 2019, são dois rebaixamentos e dois acessos. Para recuperar um pouco do orgulho perdido, a primeira meta agora, de volta à elite, é não cair de novo. O encarregado da missão é Akinobu Yokouchi, que foi auxiliar de Hajime Moriyasu na seleção japonesa e seu primeiro clube como técnico é o próprio Júbilo Iwata, que assumiu ano passado com a missão de ser promovido na J2. Meta que foi cumprida, mesmo que a duras penas e contando com uma pipocada épica do arquirrival Shimizu S-Pulse na reta final.

Alguns dos principais destaques individuais foram embora, como o meia brasileiro Dudu Pacheco, o lateral Yuto Suzuki e o jovem centroavante Keisuke Goto. Sem falar no lendário Yasuhito Endo, que enfim pendurou as chuteiras. Preocupante. Por outro lado, terminado o período de transfer ban, a diretoria trouxe um pacotão de reforços do Brasil para tentar aumentar o nível da equipe. Matheus Peixoto chega para ser a referência na frente. É um centroavante forte e alto (1,90 m) que ano passado jogou por Goiás (Campeonato Goiano e Brasileirão Série A) e Atlético Goianiense (Brasileirão Série B) e em 2021 foi artilheiro da segunda divisão ucraniana. Bruno José é um ponta que joga pela direita e se destacou na última Série B pelo Guarani, anotando quatro gols e sete assistências. Léo Gomes é um volante de muita dedicação na marcação que foi pouco aproveitado na campanha do título do Vitória na Série B, mas que era titular no Campeonato Baiano e na Copa do Nordeste. Por fim, Weverton é uma aposta que surgiu na base do Flamengo e vinha jogando nos EUA pelo time B do New England Revolution. Os quatro se juntam ao zagueiro Ricardo Graça e o Júbilo se torna o time com mais brasileiros na liga ao lado do Kawasaki Frontale.

Outros nomes interessantes para o ataque são Rei Hirakawa, um dos destaques da última J2 jogando pelo Roasso Kumamoto e que vai competir com o veterano Hiroki Yamada pela função do 10, e Masatoshi Ishida, que retorna ao Japão depois de cinco anos na Coreia do Sul, onde atuou principalmente na K League 2, mas vem de uma boa temporada na primeira divisão em que marcou seis gols e três assistências. Ele vai disputar a J1 pela primeira vez.

A zaga deve continuar a mesma, com Ricardo Graça sempre titular e Makito Ito ou Kaito Suzuki ao seu lado. Ryuki Miura tem sido o goleiro titular, mas agora ele terá a concorrência do veteraníssimo Eiji Kawashima, que está perto de completar 41 anos e não atua no futebol japonês desde 2010. Na lateral esquerda, Ko Matsubara tem sido um dos pilares do time, mas ele perdeu a pré-temporada com uma lesão no joelho e, pelo menos no início da campanha, Keita Takahata, que vem de uma boa J2 no Oita Trinita, pode ganhar chances no setor. Já a lateral direita é terra de ninguém; Daiki Ogawa era reserva ano passado, mas pode ser chamado à ação caso Ikki Kawasaki, que só tem experiência na J3, ou Shunsuke Nishikubo, que ainda é jovem e só jogou na J2, não deem conta do recado.

O Júbilo tem sido aquele time sem estrelas que se destaca mais pelo coletivo e que vem com uma considerável reformulação. A esperança de uma boa campanha está no desempenho dos recém-chegados, principalmente os brasileiros, e que Yokouchi deixe um pouco de lado a teimosia em não dar tantas chances às jovens promessas.

O destaque: Rikiya Uehara (volante, 25/08/1996) – Considerando a temporada 2023, quem deveria ser citado aqui era Dudu Pacheco. Ou Yuto Suzuki. Ou Keisuke Goto. Como todos foram embora, vale lembrar do incansável Uehara, um prata da casa que tem se tornado um símbolo da equipe e que faz de tudo no meio-campo. Corre, marca, passa, cria e finaliza. Ano passado ele foi um dos principais goleadores do Júbilo, com oito gols.

Fique de olho: Rei Hirakawa (meia, 20/04/2000) – Quando estava na base do FC Tokyo, era considerado um talento de muito futuro e foi sempre convocado para a seleção do sub-15 até o sub-20, destacando-se ao lado de Takefusa Kubo. Mas a transição para o profissional não correu tão bem e ele não teve muito espaço no time principal do Tokyo e nem em empréstimos para Kagoshima United e Matsumoto Yamaga na J2. Só ano passado, quando se mudou para Kumamoto, seu futebol desabrochou e ele brilhou entre os principais meias do campeonato, com sete gols e nove assistências, além de ter liderado o ranking de chances de gols criadas (121). Pode se tornar um sucessor ideal de Hiroki Yamada, isso se a Europa não o levar antes – foi reportado que, ao se transferir para o Júbilo Iwata, Hirakawa tinha também uma proposta do Górnik Zabrze, da Polônia.

A promessa: Yosuke Furukawa (meia, 16/07/2003) – É o mais habilidoso e o principal driblador do time, aquele que pode fazer a diferença em uma jogada individual. Só precisa ganhar a confiança de Yokouchi, que insiste em deixá-lo na reserva (o mesmo acontecia com Keisuke Goto). Curiosidade: Furukawa é amigo de infância de Takuhiro “Pipi” Nakai, do Real Madrid; ambos nasceram na província de Shiga e jogaram juntos em um time infantil chamado Azul FC.

»» Transfer ban. O Júbilo Iwata teve que se virar para ser promovido ano passado sem poder contratar novos jogadores. O clube havia sido punido pela Fifa por irregularidades com o contrato do atacante colombiano Fabián González e só pôde reforçar o elenco com jogadores voltando de empréstimo ou vindos da base.

Saíram:
Keitaro Nakajima (goleiro, 2001) -> contratado da Universidade Tokoha e imediatamente emprestado ao Tochigi SC
Naoki Hatta (goleiro, 1986) -> aposentou-se
Yuji Kajikawa (goleiro, 1991) -> Kashima Antlers
Ryo Takano (lateral, 1994) -> SC Sagamihara
Yuto Suzuki (lateral, 1993) -> Shonan Bellmare
Norimichi Yamamoto (zagueiro, 1995) -> Zweigen Kanazawa, em definitivo
So Nakagawa (zagueiro, 1999) -> Fujieda MYFC, em definitivo
Takeaki Harigaya (volante, 1998) -> Fukushima United
Yasuhito Endo (volante, 1982) -> aposentou-se
Dudu Pacheco (meia, 1997) -> JEF United Ichihara Chiba
Kosuke Yamamoto (meia, 1989) -> Matsumoto Yamaga
Mahiro Yoshinaga (meia, 2002) -> Kamatamare Sanuki, empréstimo
Kotaro Omori (meia, 1992) -> Muangthong United-TAI, empréstimo
Naoya Seita (meia, 2001) -> Ococias Kyoto [estava emprestado ao Fukushima United]
Yuki Otsu (meia, 1990) -> aposentou-se
Fabián González (atacante, 1992) -> Ventforet Kofu
Keisuke Goto (atacante, 2005) -> Anderlecht-BEL, empréstimo
Kenyu Sugimoto (atacante, 1992) -> Omiya Ardija
Naoto Miki (atacante, 2001) -> Gainare Tottori [estava emprestado ao Fukushima United]

Chegaram:
Eiji Kawashima (goleiro, 1983) <- sem clube
Mitsuki Sugimoto (goleiro, 2001) <- Universidade Rissho
Yuya Tsuboi (goleiro, 1999) <- Vissel Kobe, empréstimo
Ikki Kawasaki (lateral, 1997) <- Kamatamare Sanuki
Keita Takahata (lateral, 2000) <- Oita Trinita
Shunsuke Nishikubo (lateral, 2003) <- JEF United Ichihara Chiba
Park Se-gi (zagueiro, 2005) <- Colégio Toho
Hiroto Uemura (volante, 2001) <- Universidade Waseda
Léo Gomes (volante, 1997) <- Vitória
Shun Nakamura (volante, 1994) <- Avispa Fukuoka
Bruno José (meia, 1998) <- Cruzeiro [estava emprestado ao Guarani]
Masatoshi Ishida (meia, 1995) <- Daejeon Hana Citizen-COR
Rei Hirakawa (meia, 2000) <- Roasso Kumamoto
Matheus Peixoto (atacante, 1995) <- Metalist-UCR [estava emprestado ao Atlético-GO]
Weverton (atacante, 2002) <- New England Revolution II-EUA

Elenco do Júbilo Iwata para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Júbilo Iwata para 2024 — Foto: Futebol no Japão

TOKYO VERDY – 15 anos depois, de volta à elite

Tokyo Verdy [tôquio vêrudi] - Província: Tóquio - Cidade: Tóquio - Mascote: Reverun — Foto: Futebol no Japão

Tokyo Verdy [tôquio vêrudi] – Província: Tóquio – Cidade: Tóquio – Mascote: Reverun — Foto: Futebol no Japão

Em 2023: 3º na J2 (promovido nos playoffs)
Melhor colocação na J1: Campeão (1993, 1994)
Estádio: Ajinomoto Stadium (47.851)
Técnico: Hiroshi Jofuku (desde 06/2022)
Expectativa:

O time que já foi o maior do Japão nos anos 1980 (como Yomiuri) e nos anos 1990 (como Verdy Kawasaki) finalmente retorna à elite do futebol japonês depois de 15 anos consecutivos na segunda divisão. Desde o momento do acesso, o Verdy já era o principal candidato a cair de novo (da última vez que subiu, em 2007, foi imediatamente rebaixado no ano seguinte) e, caso consiga a permanência, já pode-se dizer que a temporada foi um grande sucesso. Com poucos recursos financeiros (no ranking de faturamento anual divulgado em maio de 2023 o Verdy estava em 24º entre todos os clubes das três divisões), tem o menor número de estrangeiros entre os participantes da J1 (apenas um, o goleiro Matheus Vidotto, que esteve entre os melhores da posição na última J2) e não trouxe nenhum reforço que era titular na elite.

O forte do Verdy tem sido a defesa, que foi a menos vazada da última J2. O que não é novidade em um time treinado pelo pragmático Hiroshi Jofuku, que até jogou um futebol mais propositivo e de controle da bola na campanha do acesso (teve a quarta maior média de posse) em um 4-3-3, mas agora contra adversários de um nível mais alto é possível que ele volte ao 4-4-2 para deixar o time mais compacto na defesa. Como há muitos zagueiros no elenco, uma formação com três na zaga também é possível. O mais novo reforço no setor, Yutaro Hakamata, tenta quebrar um tabu: todos os times que ele jogou na carreira até hoje (Yokohama FC, Júbilo Iwata e Omiya Ardija) foram rebaixados. Kazuya Miyahara é indiscutível na lateral direita e o gráfico abaixo aparece sem nenhum substituto porque vários outros defensores (como o próprio Hakamata e Kohei Yamakoshi) podem cobrir a posição, além do novo lateral esquerdo, Hijiri Onaga, que já disputou a J1 pelo V-Varen Nagasaki.

O meio-campo ganhou os principais reforços, como Tomoya Miki, um dos melhores da última J2, e Fuki Yamada, um ponta canhoto que joga pela direita e tem sido convocado para a seleção olímpica. Hiroto Yamami é uma promessa vinda do futebol universitário que começou a carreira fazendo barulho no Gamba Osaka, mas não conquistou um espaço lá. Soma Meshino, irmão do Ryotaro Meshino do Gamba Osaka, foi MVP da liga universitária de Kansai e tem motivação extra para quando jogar contra o Gamba: “Quero enfrentar meu irmão e ganhar dele”, declarou. Na frente, Itsuki Someno, cria do Kashima Antlers, não é um goleador nato, mas tem sido o principal centroavante e marcou o dramático gol do acesso, nos acréscimos da final dos playoffs contra o Shimizu S-Pulse. Ao lado dele, quem costuma jogar é Gouki Yamada, que já se destacou no primeiro ano como profissional depois de se formar na universidade, ou o incansável Keito Kawamura.

O elenco é mais jovem da liga, com média de idade de 24,3 anos. Mas a juventude é também a maior arma, pois o Verdy tem uma das melhores categorias de base do país. É preciso, no entanto, uma mudança na política do clube pensando em se estabilizar na J1 em um futuro próximo, pois qualquer jogador jovem que se destaca é imediatamente vendido e o que poderia gerar um lucro considerável a médio prazo traz apenas um lucro pequeno a curto prazo. Alguns exemplos: Shoya Nakajima, vendido ao rival FC Tokyo com 19 anos e Joel Chima Fujita, vendido ao Tokushima Vortis com 18 anos. Outra arma é a experiência de Jofuku em tirar o máximo do rendimento de elencos mais limitados. Será que o “jofukubol” vai surpreender de novo?

O destaque: Koki Morita (meia, 08/08/2000) – Nascido em Tóquio, passou por todas as categorias de base do Verdy e é titular no time profissional desde os 18 anos. Tornou-se capitão da equipe ano passado e tem sido o pulmão do meio-campo, aquele jogador que está em todo lugar do campo. Seu contrato acabou ao fim da última temporada e ele recebeu ofertas de vários clubes como Gamba, Júbilo e Marinos, mas decidiu continuar no Verdy.

Fique de olho: Tomoya Miki (meia, 28/03/1998) – No JEF United, único clube de sua carreira até agora, que defendeu por cinco temporadas, ele era o dono do time. Camisa 10 e capitão, é um meio-campista completo que passa, dribla, chuta, defende e pode atuar em qualquer função. No Verdy também ele vai vestir a 10. Curiosidade: ele é fã de um mangá chamado Football Nation, que conta a história de um clube amador tentando vencer a Copa do Imperador.

A promessa: Joi Yamamoto (volante, 18/05/2006) – Foi titular em boa parte da campanha da seleção japonesa sub-17 no Asiático e Mundial da categoria. Tem inteligência de jogo e técnica para conectar as jogadas com o ataque. Com 1,85 m e 70 kg, ainda precisa trabalhar o aspecto físico e a marcação. Seu irmão mais velho, Rihito Yamamoto, também surgiu na base do Verdy, passou pelo Gamba Osaka e hoje joga na Bélgica pelo Sint-Truiden, além de fazer parte da seleção olímpica.

»» Entre todos os rivais desta J1, os times que o Tokyo Verdy não enfrenta há mais tempo são Kashima Antlers e Sanfrecce Hiroshima. Verdy x Antlers foi a final da primeira edição da J.League, em 1993. Na época, o confronto do “time do Zico” contra o “Dream Team” da Yomiuri virou uma forte rivalidade, mas os dois times nunca mais se enfrentaram por nenhuma competição desde a temporada 2008, ano do último rebaixamento do clube da capital. O confronto com o Sanfrecce, que foi a final de 1994 e último título do Verdy na liga, também não aconteceu mais desde 2008. Todos os outros, o Verdy já encontrou mais recentemente, seja na J2 ou na Copa do Imperador.

Saíram:
Masahiro Iida (goleiro, 2000) -> Vanraure Hachinohe, empréstimo
Toru Takagiwa (goleiro, 1995) -> JEF United Ichihara Chiba [estava emprestado ao Iwaki FC]
Pratama Arhan (lateral, 2001) -> Suwon FC-COR
Ren Kato (lateral, 1999) -> Yokohama F-Marinos
Yu Miyamoto (lateral, 1999) -> Verspah Oita, empréstimo [estava emprestado ao Kochi United]
Yuta Narawa (lateral, 1987) -> aposentou-se
Daiki Kusunoki (meia, 2000) -> Tegevajaro Miyazaki, empréstimo
Hidemasa Koda (meia, 2003) -> fim de empréstimo com o Nagoya Grampus
Hikaru Nakahara (meia, 1996) -> fim de empréstimo com o Cerezo Osaka
Junki Koike (meia, 1987) -> Criacao Shinjuku
Mahiro Ano (meia, 2003) -> Tegevajaro Miyazaki, empréstimo [estava emprestado ao Fukui United]
Rikuto Hashimoto (meia, 2005) -> YSCC Yokohama, empréstimo renovado
Ryo Nishitani (meia, 2004) -> FC Gifu, empréstimo
Ryota Kajikawa (meia, 1989) -> Fujieda MYFC
Ryuji Sugimoto (meia, 1993) -> Thespa Gunma, em definitivo
Taiga Ishiura (meia, 2001) -> Ehime FC, em definitivo
Tetsuya Hasegawa (meia, 1994) -> fim de empréstimo com o Yokohama FC
Yuji Kitajima (meia, 2000) -> fim de empréstimo com o Avispa Fukuoka
Kosuke Sagawa (atacante, 2000) -> Thespa Gunma, empréstimo

Chegaram:
Keisuke Nakamura (goleiro, 2005) <- Colégio Shizuoka Gakuen
Hijiri Onaga (lateral, 1995) <- Machida Zelvia
Takumi Kawamura (lateral, 2000) <- Iwaki FC
Naoki Hayashi (zagueiro, 1998) <- Kashima Antlers, empréstimo renovado
Yutaro Hakamata (zagueiro, 1996) <- Omiya Ardija
Yuto Yamada (zagueiro, 2001) <- Universidade Kokushikan
Joi Yamamoto (volante, 2006) <- promovido da base
Fuki Yamada (meia, 2001) <- Kyoto Sanga, empréstimo
Hiroto Yamami (meia, 1999) <- Gamba Osaka, empréstimo
Soma Meshino (meia, 2001) <- Universidade Kyoto Sangyo
Sota Nagai (meia, 1999) <- Iwaki FC
Tomoya Miki (meia, 1998) <- JEF United Ichihara Chiba
Yuan Matsuhashi (meia, 2001) <- Renofa Yamaguchi, retorno de empréstimo
Itsuki Someno (atacante, 2001) <- Kashima Antlers, empréstimo renovado
Manato Furukawa (atacante, 2001) <- Universidade Kokushikan
Ryosuke Shirai (atacante, 2005) <- promovido da base
Yudai Kimura (atacante, 2001) <- Kyoto Sanga, empréstimo [estava emprestado ao Zweigen Kanazawa]

Elenco do Tokyo Verdy para 2024 — Foto: Futebol no Japão

Elenco do Tokyo Verdy para 2024 — Foto: Futebol no Japão


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