Flup 2023 homenageia Machado de Assis e Mãe Beata de IemanjáDivulgação
Publicado 12/10/2023 14:14 | Atualizado 12/10/2023 14:28
A 13ª edição da Festa Literária das Periferias (Flup) começou nesta quinta-feira (12) com atividades culturais gratuitas, que irão até domingo (15). O evento ocupa três espaços da chamada Pequena África, na Zona Portuária,, todos localizados ao redor do Morro da Providência, considerada a primeira favela do Brasil.
A programação musical inclui shows de Rita Benneditto, Leci Brandão, Teresa Cristina, Bia Ferreira, Linn da Quebrada, do rapper e compositor Xamã e da Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem. Na semana que vem, o evento será retomado entre os dias 18 a 22 de outubro.
O festival vai homenagear o escritor e fundador da Academia Brasileira de Letras (ABL), Machado de Assis, que nasceu e cresceu na Ladeira do Livramento, na Zona Portuária, e Mãe Beata de Iemanjá, escritora, sacerdotisa e fundadora do terreiro de Candomblé Ilê Axé Omiojuarô, em Miguel Couto, na Baixada.
“Machado de Assis, maior escritor brasileiro, não é o bruxo do Cosme Velho. Machado de Assis é cria a Providência. É uma pessoa negra de origem periférica, que nasceu no entorno no Cais do Valongo, na então primeira periferia do Rio de Janeiro”, exalta o diretor fundador da Flup, Julio Ludemir.
Mãe Beata também será homenageada, com destaque para o lançamento da biografia “Mãe do Mundo”, escrita pelo ativista Jefferson Barbosa. No dia 13 de outubro, haverá uma apresentação do babalorixá Adaílton Moreira, filho de Mãe Beata e líder do Ilê Axé Omiojuarô, que discutirá a importância do livro juntamente com Jurema Werneck, Lúcia Xavier e o próprio autor, com mediação da jornalista Maju Coutinho.
Julio Ludemir estima que cerca de 40 mil pessoas participarão do festival, que busca levar cultura, alegria e representatividade às periferias.
“A gente está trabalhando muito concentradamente e com muito foco para entregar um grandíssimo festival literário cultural multimídia para o povo periférico brasileiro e do Rio de Janeiro. Normalmente quando se chega nesses lugares [periferia], chega com a violência, com o preconceito, com tiros, com acusações, e a gente está chegando com cultura, alegria e representatividade”, diz fundador do evento.