Jorge Henrique vira campeão de Fut-7, lembra vacilos e vê Sheik à frente de Ronaldo no Corinthians


Jorge Henrique pode dizer que foi campeão mundial duas vezes: em dezembro de 2012, pelo Corinthians de Tite, diante do Chelsea, no Japão, em setembro de 2023, aos 41 anos, num campeonato de Fut-7 representando a equipe SA Betesporte, do Recife, num campeonato em Puebla, no México.

Jorge Henrique põe Sheik acima de Ronaldo entre parceiros no Corinthians

Jorge Henrique põe Sheik acima de Ronaldo entre parceiros no Corinthians

Ao lado de Neto Baiano, outro jogador de renome que aceitou o desafio no futebol society, Jorge se empenhou com desarmes e gols em outro piso, mas ainda sem se despedir oficialmente do futebol de campo. Em 2024, pode voltar a jogar o Módulo II do Campeonato Mineiro pelo North, como fez neste ano.

– Tenho convite para voltar ao North no ano que vem. Espero correr mais um pouquinho antes de encerrar a carreira de vez. Quero fazer uma festa de despedida, chamar alguns jogadores com quem joguei no Corinthians. Vou chamar o Ronaldo… – disse o atacante, que fará 42 anos em abril de 2024.

Jorge Henrique festeja título no Fut7 — Foto: Divulgação/SA Betesporte
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Jorge Henrique festeja título no Fut7 — Foto: Divulgação/SA Betesporte

Jorge Henrique festeja título no Fut7 — Foto: Divulgação/SA Betesporte

Com 20 anos de carreira no futebol, Jorge faz um top-5 de principais jogadores com quem jogou com a seguinte ordem: um ex-Náutico (Kuki) e quatro ex-Corinthians: Roberto Carlos, Paolo Guerrero, Ronaldo e, em primeiro lugar, Emerson Sheik.

– Ronaldo era um cara sensacional, mas coloco Sheik em primeiro. Para mim, jogar com ele, pela alegria que ele tinha dentro e fora de campo. É meu amigo até hoje, o cara com quem eu mais converso, que me liga. Pelo carinho que tem por mim, é meu top-1 de toda minha carreira. Lembro que ele falou contra o Boca: não tomem gol, pois eu sempre faço na final. E aí fez dois gols.

Jorge Henrique fala sobre erro que quase o tirou do Mundial de 2012

Jorge Henrique fala sobre erro que quase o tirou do Mundial de 2012

A carreira

Nascido em Resende, no sudoeste do estado do Rio de Janeiro, Jorge jogou numa escolinha do Vasco na adolescência e teve a chance de ir a Portugal. O destino, porém, levou ele e outros garotos para um período de testes no Náutico. Só ele passou. Lá, ficou entre 2001 e 2004, criando enorme identificação.

– O Náutico para mim é tudo. Tem pessoas que me ajudaram muito lá, como o Kuki, sou grato por ter jogado com ele, que me ajudou muito dentro e fora de campo. Tenho um carinho enorme – disse ele, sobre o clube que voltou a defender entre 2019 e 2021, aos 38 anos.

Jorge Henrique domina bola no peito em treino do Náutico — Foto: Caio Falcão/CNC
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Jorge Henrique domina bola no peito em treino do Náutico — Foto: Caio Falcão/CNC

Jorge Henrique domina bola no peito em treino do Náutico — Foto: Caio Falcão/CNC

Depois do Timbu, JH passou por Athletico-PR, Ceará e Santa Cruz, um dos rivais pernambucanos, antes de ter muito destaque no Botafogo. Foi no clube carioca, entre 2007 e 2008, que estourou:

– Fui para o Athletico em 2005, mas não firmei, tinha grandes jogadores como Washington, Dagoberto, Dênis Marques e Jadson. Depois fui emprestado para o Ceará, onde fui campeão cearense, e Santa Cruz, onde cheguei com o time praticamente já rebaixado. E dali fui para o Botafogo, que foi onde me destaquei. Cuca me colocou para jogar de ala esquerda num time com três zagueiros, eu tinha resistência para marcar e atacar, então me destaquei. Eu era um segundo atacante, mas ali encarei como um desafio e deu certo – explicou o jogador.

A história no Corinthians

Dias depois de o Corinthians anunciar a bombástica contratação de Ronaldo Fenômeno, a diretoria comprou Jorge Henrique do Botafogo. Um reforço bem menos midiático para 2009…

– Assinei meu contrato no dia da apresentação do Ronaldo do Parque São Jorge. Lembro dele entrando na sala. Sem palavras. Eu só via Ronaldo pela televisão, mas no dia a dia ele era fora de série. Foi uma honra para mim, para o Dentinho e para quem jogou ao lado dele. Ele pensava sempre à frente dos outros. Era um cara parceiro, brincalhão. Vou fazer o convite para ele ir na despedida em 2024.

Jorge Henrique e Ronaldo, em Corinthians x Tolima, primeira fase da Libertadores (2011) — Foto: Daniel Augusto Jr/Ag.Corinthians
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Jorge Henrique e Ronaldo, em Corinthians x Tolima, primeira fase da Libertadores (2011) — Foto: Daniel Augusto Jr/Ag.Corinthians

Jorge Henrique e Ronaldo, em Corinthians x Tolima, primeira fase da Libertadores (2011) — Foto: Daniel Augusto Jr/Ag.Corinthians

Com muito destaque na marcação, Jorge foi campeão paulista e da Copa do Brasil de 2009 sob o comando de Mano Menezes. Depois, com Tite, foi campeão brasileiro em 2011, da Libertadores de 2012 e do Mundial de Clubes no Japão.

– Tite foi mais importante pra mim. Eu comecei a jogar mesmo com o Tite. Mano também teve seus méritos, claro, mas o Tite fez até o Douglas marcar (risos). Dentro de campo, foi quem mais marcou.

No Corinthians, Jorge disputou 216 jogos, marcou 30 gols e participou da conquista de seis títulos. No último deles, no Paulistão de 2013, foi afastado pelo Corinthians antes das finais pela repetição de atos de indisciplina. Tite, que já havia perdoado o jogador antes do Mundial, chegou ao seu limite.

– Acho que é um erro que estamos sujeitos a ter, nós jogadores, mas se eu tivesse a cabeça que tenho hoje, não faria. Quase fiquei fora do Mundial. Tite sabia da minha importância para o time, joguei a final e conquistamos um título mágico. Acabei faltando a treino. Na hora não pensei em nada e faltei num treino. Se eu ficasse fora do Mundial, ia ter jogado tudo por água abaixo do que fiz pelo clube, o que me dediquei. Mas deu certo e estive presente no Mundial. Agradeci ao Tite, ele não guarda rancor.

Jorge Henrique é abraçado por Tite no Corinthians — Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com
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Jorge Henrique é abraçado por Tite no Corinthians — Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com

Jorge Henrique é abraçado por Tite no Corinthians — Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com

Provocador, algumas vezes eleito pelos adversários como o jogador mais chato do futebol brasileiro, Jorge é até hoje lembrado por lances como o chute no vácuo que deu contra Valdivia, do Palmeiras, em dezembro de 2011, no empate sem gols que deu o título nacional para o Corinthians.

– Me destaquei muito em clássicos, né? Eu me empenhava na marcação, para mim não tinha bola perdida. Assim que conquistei o torcedor corintiano. E até hoje me marcam em alguns lances (no Instagram). Mas isso ficava dentro de campo.

Tite confirma afastamento de Jorge Henrique do elenco do Corinthians

Tite confirma afastamento de Jorge Henrique do elenco do Corinthians

Fora do Corinthians, Jorge foi para Internacional, Vasco e Figueirense, onde ficou marcado:

– Depois da saída do Corinthians, meu melhor momento foi no Figueira. Ganhamos um Estadual em cima da Chapecoense em 2018.

Após a passagem pelo Náutico, entre 2019 e 2021, Jorge Henrique rodou por clubes como Brasiliense e Democrata antes da experiência no North neste ano. Atualmente, futebol só mesmo pela TV.

– Hoje os jogos que mais vejo são os do Corinthians, até porque minha filha virou corintiana roxa. E nasceu num 1º de setembro (data da fundação), acredita? – comentou, sobre Letícia, de 12 anos.

+ Assista: tudo sobre o Corinthians na Globo, sportv e ge


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