El Paso, Elsewhere é como ‘Um Drink no Inferno’ dos games


Jogo de tiro combina música, ação incessante e visual retrô em surpresa indie de 2023

  • Alex Silva
    Alex Silva

20 out
2023
– 09h32

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El Paso, Elsewhere surpreende com narrativa envolvente e ação hipnótica

El Paso, Elsewhere surpreende com narrativa envolvente e ação hipnótica

Foto: Strange Scafold / Divulgação

O novo jogo da produtora Strange Scaffold, El Paso, Elsewhere, é uma daquelas experiências surpresas que só os desenvolvedores indies conseguem criar. O que parece só um jogo de tiro com visual retrô e câmera lenta ao estilo Max Payne rapidamente se torna uma narrativa envolvente e hipnótica, que só funciona tão bem por ser um jogo de tiro e ação retrô.

A narrativa é meio trash e me fez lembrar mais de uma vez do clássico cult ‘Um Drink no Inferno’, filme de 1996 dirigido por Robert Rodriguez com roteiro de Quentin Tarantino. O jogador controla o caçador de vampiros James Savage, viciado em comprimidos e que precisa impedir que sua ex-namorada, Draculae, uma vampira poderosa, complete um ritual em um motel de beira de estrada em El Paso, Texas. Se a vampira consumar seus planos, vai destruir o mundo.

James entra no motel e precisa atravessar múltiplos andares, de elevador em elevador, abatendo vampiros e libertando reféns antes que sejam sacrificados. O tiroteio rola em câmera lenta, com saltos no melhor estilo Max Payne (ou Matrix, para manter as referências cinematográficas).

Aventura sombria e hipnótica

O visual é bem simples, quase como o de um jogo de PS1 ou Nintendo 64. Há um certo charme no estilo ‘low poli’ que ajuda a prender a atençao do jogador no que realmente importa: a ação cada vez mais frenética, a narrativa noir com diálogos incríveis entre James e Draculae, e a trilha sonora excelente, com faixas de hard rock e rap que se mesclam perfeitamente na ação. Tudo isso gera um balé hipnótico que prende o jogador na aventura sombria e inesperadamente cósmica de El Paso, Elsewhere.

O combate é fortemente inspirado nos tiroteios em câmera lenta de Max Payne

O combate é fortemente inspirado nos tiroteios em câmera lenta de Max Payne

Foto: Strange Scafold / Divulgação

As mecânicas de jogo são simples e poderiam ser mais polidas, principalmente o movimento e o combate corpo-a-corpo, quando James usa estacas arrancadas dos móveis de madeira do cenário para abater vampiros e outros monstros.

Os cenários são corredores e quartos comuns, cercados por paisagens abstratas cada vez mais bizarras, conforme James se aprofunda no horror cósmico perpetrado por Draculae. Há algumas cenas em locais mais elaborados, como um abatedouro e um sarcófago, mas em geral, falta aquele algo a mais para tornar os 40 níveis do jogo tão memoráveis quanto a trama de El Paso, Elsewhere.

Considerações

El Paso, Elsewhere - Nota: 8

El Paso, Elsewhere – Nota: 8

Foto: Reprodução / Game On

Não é um jogo que você vá jogar mais de uma vez depois de terminar. Vale dar uma olhada antes de pensar em comprar, pois o visual pode afastar jogadores mais apegados à gráficos realistas e texturas detalhadas. Ainda assim, é uma experiência envolvente e única, que só é possível mesmo em um videogame – e por isso mesmo, altamente recomendável.

El Paso, Elsewhere está disponível para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S.


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