Inteligência Artificial cria cerveja, da receita ao nome, em um mês; g1 experimenta novidade


Imagem criada por Inteligência Artificial para campanha da A.I.P.A. (Artificial Intelligence Pale Ale), cerveja desenvolvida por empresa de tecnologia de Campinas (SP) com o uso da ferramenta — Foto: Reprodução
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Imagem criada por Inteligência Artificial para campanha da A.I.P.A. (Artificial Intelligence Pale Ale), cerveja desenvolvida por empresa de tecnologia de Campinas (SP) com o uso da ferramenta — Foto: Reprodução

Imagem criada por Inteligência Artificial para campanha da A.I.P.A. (Artificial Intelligence Pale Ale), cerveja desenvolvida por empresa de tecnologia de Campinas (SP) com o uso da ferramenta — Foto: Reprodução

Com a intenção de mostrar que Inteligência Artificial (IA) pode ser utilizada em diferentes áreas, uma empresa de tecnologia de Campinas (SP) recorreu ao computador para criar uma nova cerveja. Da receita a escolha do nome, tudo na A.I.P.A. (Artificial Intelligence Pale Ale) ficou a cargo da ferramenta. E da ideia ao copo, foi preciso apenas um mês.

O g1 experimentou a cerveja que estará disponível para venda ao público a partir de sexta-feira (27) em apenas um local, na cidade de Holambra (SP), na cervejaria parceira que ajudou a produzir aquilo que a IA elaborou – veja abaixo preço estimado e endereço.

Um mérito da A.I.P.A. é que ela entrega o que promete. Desenvolvida para agradar ao pessoal da área de TI, em seu processo de criação foi informado à Inteligência Artificial (IA) que tal público gosta de café, e o sabor do grão está presente tanto no aroma quanto no paladar.

“A gente queria fazer uma cerveja que fizesse sentido para área de TI, inovação, então aí começou a surgir o café, a ideia de uma laranja para quebrar um pouco. A gente foi conversando com a IA e a receita, após essa interação, veio pronta”, explica Gustavo Scalzilli, responsável pela cervejaria Seo Carneiro, onde a A.I.P.A. será comercializada.

Cerveja desenvolvida por Inteligência Artificial em Campinas (SP), A.I.P.A. entrega o que promete: toque de café e casca de laranja — Foto: Fernando Evans
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Cerveja desenvolvida por Inteligência Artificial em Campinas (SP), A.I.P.A. entrega o que promete: toque de café e casca de laranja — Foto: Fernando Evans

Cerveja desenvolvida por Inteligência Artificial em Campinas (SP), A.I.P.A. entrega o que promete: toque de café e casca de laranja — Foto: Fernando Evans

‘Complexa’

Aos primeiros goles da bebida desenvolvida pela IA, é inégavel a estranha sensação que se tem ao associar como um produto vivo e com história milenar como a cerveja era, naquele copo, fruto da “criação de uma inteligência artificial”.

Entre centenas de estilos de cerveja que existem e milhões de ingredientes que combinados pela criatividade humana produzem a séculos exemplares extraordinários, coube à ferramenta desenvolver uma receita original, nova, acelerando processos – esse, aliás, era o foco da empresa, que não vê – ainda – o ramo da bebida como uma novo negócio.

Passada a estranheza de tentar estabelecer limites sobre o criação homem x máquina, o que se tem no copo da A.I.P.A. é uma proposta bem executada. Ou seja, apresenta aquilo que em sua concepção tinha intenção de entregar. Se é bom ou não, cabe a cada degustador uma avaliação pessoal.

Mas aqui vale uma ressalva. Para tentar entendê-la, recomenda-se uma dose de abertura à experimentação. Aos que não estão acostumados a bebidas complexas, os primeiros goles podem ser um desafio, uma vez que o sabor pronunciado do café domina o paladar.

Essa primeira impressão pode sugerir “peso”, mas a bebida, do estilo APA (American Pale Ale) possui uma certa refrescância por conta do cítrico da laranja e amargor suave (IBU 42), com teor alcóolico moderado (5,7% ABV) – veja, abaixo, o que as siglas significam:

  • IBU (International Bitterness Units): uma escala internacional que indica quando uma cerveja é amarga – quanto maior, mais amarga ela é;
  • ABV (Alcohol by Volume): também conhecido por graduação alcoólica da bebida.

Aos novatos e mais acostumados a cervejas menos complexas, os primeiros goles da A.I.P.A. podem ser como “receber um soco”, mas aos pacientes que a degustem no tempo certo e temperatura ideal – não tão fria – podem apreciar a bebida como uma dança: o aroma do café ameniza, e notas de frutas amarelas e cítricas surgem.

Cerveja desenvolvida por Inteligência Artificial em Campinas (SP) — Foto: Fernando Evans
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Cerveja desenvolvida por Inteligência Artificial em Campinas (SP) — Foto: Fernando Evans

Cerveja desenvolvida por Inteligência Artificial em Campinas (SP) — Foto: Fernando Evans

Como o foco dos desenvolvedores não era ter um novo negócio no ramo cervejeiro e, sim, apresentar possibilidades que a IA oferece, foram produzidos apenas 500 litros da bebida – uma parte enlatada para divulgação e outra será servida na pressão, na Cervejaria Seo Carneiro (Rua Campo do Pouso, 851, Centro, Holambra).

Segundo Gustavo Scalzilli, haverá um novo lote da A.I.P.A., que inicialmente será vendida a partir de R$ 15 no “half pint”. A ideia é sentir o retorno do público e ver se “o produto agrada”.

Foco é tecnologia

Segundo Samur Karam, sócio da Performa_IT, a proposta é mostrar como a IA pode ser utilizada em diversas áreas, por diferentes profissionais, para acelerar processos.

“Desenvolvemos uma cerveja do zero, desde a receita, definição do nome, o rótulo, embalagem e campanha, em apenas um mês. Utilizamos a Inteligência Artificial de ponta a ponta em todo o processo de criação”

Considerando a expertise do cervejeiro que ajudou a fabricar a A.I.P.A., o desenvolvimento de uma nova receita foi, no mínimo, 50% mais rápida que pelo método tradicional.

Por que a cerveja?

Apesar de parecer aleatório em um primeiro momento a escolha pela cerveja como forma de demonstrar possibilidades tecnológicas e avanços que a IA pode proporcionar, Leonardo Tristão, CEO da empresa, recorda que eles possuem o DNA “associado ao bar” e que isso inspirou a criação da A.I.P.A.

“A inspiração veio do primeiro dia de existência da empresa. A Performa_IT foi idealizada dentro de um bar, o que nos inspirou a desenvolver uma cerveja, algo nosso. O que mais tem a ver com a nossa cultura são os momentos de encontro e confraternização”, completa.

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