Román Andres Burruchaga tem 21 anos e segue os passos do pai desde muito novo, mas não no futebol. Depois de ter jogado nas categorias de base River Plate, o filho do craque Jorge Burruchaga, que fez o gol do bicampeonato mundial da Argentina em 1986, escolheu ser atleta de tênis.

Román Burruchaga é promessa do tênis argentino
Román se dividia entre futebol, futsal e tênis na infância e começou a ter dificuldades para conciliar o esporte com o estudo. Apoiado pelo pai, ele investiu na modalidade que mais gostava, aprentada justamente através de Jorge, que comprou um conjunto de tênis de mesa para a família e viu o menino levar jeito.
— Ele me apoiou na minha decisão. Ele me deixou escolher, e eu escolhi o tênis. Ele gosta muito do tênis também e sempre que pode vai me ver. Se não está na quadra comigo, está por chamada, por ligação – contou Román em entrevista ao ge.
Jorge Burruchaga hoje tem 61 anos, mas será sempre lembrado pelo que fez aos 24, quando estava na seleção argentina e foi titular na Copa do Mundo no México. Burruchaga tinha marcado apenas um gol, na primeira fase, mas foi decisivo justamente na final.
A Argentina abriu 2 a 0 e viu a Alemanha alcançar o empate aos 35 do segundo tempo. O título poderia escapar, se não fosse o gol de Burruchaga, depois do lançamento perfeito de Maradona. Ele disparou pela intermediária, entrou na área e tocou na saída do goleiro para garantir o bicampeonato mundial da Argentina.
— Desde pequeno, eu convivo com isso. No futebol argentino, ele ficou muito conhecido, porque o torcedor é apaixonado. Como se fala muito da Argentina ter sido campeã da Copa do Mundo do ano passado, também se falava muito de 1986, Mas, para mim, é só meu pai. Ele está sempre comigo, nas horas boas e nas ruins. Eu procuro aprender com ele, tirar o melhor, porque ele me aconselha muito. Temos uma boa relação – reforça Román.

Román e Jorge Burruchaga — Foto: Arquivo Pessoal
Román e Jorge Burruchaga — Foto: Arquivo Pessoal
Antes da Copa do Mundo, Jorge Burruchaga fez gol do título do Independiente na Libertadores, em 1984. Depois da Copa de 86, jogou até 1998 e pendurou as chuteiras para ser treinador de vários times pela Argentina.
Román usa a experiência do pai, mesmo que em outra modalidade, como exemplo.
— O tênis e o futebol tem muitas coisas parecidas, como todos os esportes, mas o tênis tem essência individual, é difícil, complexo, exige estar bem preparado, mentalmente muito bem – explica.
No tênis, a inspiração de Román é o sérvio Novak Djokovic. Torneio a torneio, o argentino mira o top-100 e quer se manter em alto nível pelo maior tempo que possa para chegar aos torneios Grand Slam e ao Master 1000.
Román Burruchaga está em Curitiba para a 1ª edição do Festval Challenger, torneio profissional masculino que faz parte do calendário mundial da ATP Challenger Tour 75.
A competição vale 75 pontos no ranking para o campeão, além de 80 mil dólares (em torno de R$ 400 mil, pela cotação atual) ao todo em premiação. O filho de Jorge Burruchaga está nas quartas de final, que estão sendo disputadas nas quadras de saibro do Graciosa Country Club.

Román Burruchaga, de Buenos Aires, jogando em Curitiba — Foto: João Pires/ Foto Jump
Román Burruchaga, de Buenos Aires, jogando em Curitiba — Foto: João Pires/ Foto Jump