Barcelona x Real Madrid é, há mais de um século, um dos principais clássicos do futebol espanhol e mundial. Há diversos fatores para isso: contexto histórico, rivalidade entre a capital e um território que sonha em se tornar independente (Catalunha) e o sucesso em campo. Somados, os clubes têm 19 títulos de Champions League (14 do Real e cinco do Barcelona) e, ao longo da sua história, colecionam ídolos brasileiros. É o caso de Romário, que encantou a Espanha no início da década de 1990.
Um ponto separam os rivais no Campeonato Espanhol, que se encontram neste sábado, a partir das 11h15 (horário de Brasília), no Estádio Olímpico Lluís Companys, casa do time catalão pelo período de reforma do Camp Nou. Romário, tetracampeão mundial com a seleção brasileira em 1994, jogou no Barcelona por um ano em meio, entre 1993 e início de 1995; o desejo de retornar ao País pesou ao atacante.
Na Espanha, conquistou o Campeonato Espanhol de 1993/1994 e marcou 39 gols em 65 jogos; na mesma temporada, terminou com o vice-campeonato da Champions League. Em seu período na Catalunha, foi treinado pelo ex-jogador Cruyff e ganhou o prêmio de melhor jogador da temporada europeia e da Fifa. Assim como tantos outros atletas que passaram pelo país, o “El Clasico” despertava sentimentos no Baixinho.
“Esse clássico tem um peso muito grande no futebol mundial. Não que os daqui do Brasil não tenham, mas a gente tá falando de dois clubes que são planetariamente, vamos dizer assim, conhecidos. Na minha opinião, com certeza o impacto é maior”, afirma o ex-jogador, que atualmente é senador do Rio pelo Partido Liberal (PL), ao Estadão. A primeira partida entre Barcelona e Real Madrid foi disputada em1902 nas semifinais da antiga Copa de la Coronación, a antiga Copa do Rei.
Romário disputou seu primeiro El Clasico em dezembro 1993, válido pela Supercopa da Espanha. No Santiago Bernabéu, foi derrotado por 3 a 1; na volta, empate por 1 a 1 entre as equipes rendeu o título da competição ao clube merengue. No entanto, o começo ruim para o brasileiro não duraria muito tempo: no ano seguinte, ainda em sua primeira temporada pelo clube espanhol, foi decisivo em goleada de 5 a 0 sobre o maior rival.
“Sem dúvida, quando o assunto é o El Clasico, esse foi um dos jogos mais marcantes.” Em janeiro de 1994, antes mesmo da Copa do Mundo dos Estados Unidos, o atacante já despertava a atenção do mundo. No Camp Nou, Romário marcou três gols e deu uma assistência na vitória histórica do Barcelona – uma das maiores na história do clássico. Um Em sua única temporada completa pelo clube, formou dupla com Stoichkov, mas não duraria muito tempo devido ao desejo do brasileiro em retornar ao Rio.
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Novas caras no clássico
Sem Messi e Cristiano Ronaldo, o clássico ganhou novos protagonistas nos últimos anos. Para esta temporada, o Barcelona chega com o atacante polonês Lewandowski e as joias Pedri e Gavi como suas principais estrelas; já o Real Madrid, que pode perder Carlo Ancelotti em junho de 2024, tem Vini Jr., Rodrygo e o recém contratado Jude Bellingham como os responsáveis pelas glórias na temporada e liderança do Campeonato Espanhol.
Só nessa temporada, o meio-campista inglês já anotou 12 gols. Já o Barcelona pode assumir a liderança do Espanhol e, a partir de 2024, contará com mais um reforço para seu plantel de craques: Vítor Roque, revelação do futebol brasileiro, foi vendido pelo Athletico-PR e reforçará o clube catalão a partir de janeiro, quando se encerra a temporada do Brasileirão. Romário, que viveu algo semelhante quando deixou o Brasil para defender o PSV, da Holanda, vê com otimismo essa mudança.
“Ele realmente tem tudo para ser um dos grandes da história do Barcelona. Apesar de ter se lesionado agora, e ser difícil dizer exatamente como um jogador volta de uma lesão, ele é jovem, tem bastante tempo para se recuperar e eu creio que a adaptação dele não vai ser muito longa”, afirma. “Com certeza chegará, sim, no nível de Vini Jr e Rodrygo. Logo, logo.”