Pela primeira vez, um arranha-céu em Manhattan, nos Estados Unidos, está sendo construído com um tipo de concreto neutro em carbono. O produto é feito de granito em vez do tradicional cimento calcário, que contribui para a emissão de gases do efeito estufa.
O concreto é produzido a partir da mistura da rocha, areia e/ou cascalho, e água. A reação química gerada após o contato com a água forma um sólido que pode ser usado como ligante nas obras.
Tradicionalmente, os processos de fabricação do cimento liberam grande quantidade de dióxido de carbono na atmosfera. Isso porque o pó resultante da mistura do calcário com outras matérias-primas é aquecido a temperaturas de até 1.450 ºC.
Além disso, o processo de calcinação – que transforma o calcário aquecido em cimento – implica na liberação de dióxido de carbono como um subproduto. Essa combinação é responsável por até 8% de todas as emissões de gases de efeito estufa causadas pelo homem.
A nova tecnologia desenvolvida pela C-Crete Technologies, sediada na Califórnia, está sendo aplicada no saguão superior do 270 Park Avenue, em Nova York. O concreto fabricado a partir de granito foi despejado para formar uma laje de cobertura para melhorar a aparência e durabilidade do piso em uma área de 9,2 metros cúbicos.
O prédio deverá ser um dos mais altos dos Estados Unidos, com 60 andares, e vai servir como sede da empresa de banco de investimento JPMorgan Chase, abrigando 14 mil funcionários. O projeto foi desenvolvido pelo escritório Foster + Partners com princípios de emissões zero, sendo a maior torre totalmente elétrica da cidade.
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Concreto do futuro
A busca por substitutos do cimento para reduzir a pegada de carbono passa por testes de diferentes matérias-primas, como argila, cinzas volantes e silicato de magnésio. O fator determinante para a sustentabilidade da produção é a ausência de calor na transformação dos insumos em concreto.
No caso do granito, por se tratar de uma rocha não carbonática, ele não contém nem libera CO2. Além disso, é uma das matérias-primas mais abundantes do planeta. Segundo a C-Crete Technologies, o custo de fabricação é semelhante ao do cimento tradicional.