O Miami Heat nunca parece ter uma das melhores equipes da liga à primeira vista. Mas, de alguma forma, a sensação é que sempre estão lutando no topo. O time da Flórida chegou às finais da NBA em duas das últimas quatro temporadas e, assim, criou-se a celebrada “cultura” da franquia. Trabalho acima de talento. No entanto, Gilbert Arenas vê essa aura de campeão do Heat como conversa furada.
“Os títulos de Miami não foram construídos a partir do ambiente do time. Besteira! Foram campeões porque escolheram Dwyane Wade no draft e, logo em seguida, trouxeram Shaquille O’Neal e Gary Payton. E esses caras não eram santos, pois estava na NBA na época e sei disso. Alguns anos depois, simplesmente trouxeram Chris Bosh e LeBron James”, polemizou o ex-armador.
O Heat conquistou o seu primeiro título da NBA em 2006. Desde então, a franquia tornou-se um dos grandes casos de sucesso competitivo da liga. Afinal, chegou a mais seis decisões e conquistou dois troféus Larry O’Brien. Venceram 23 séries de playoffs nos últimos 12 anos. Mas Arenas não vê isso como um produto de uma mentalidade especial ou desenvolvimento interno.
“O elenco de 2006, por exemplo, possuía uns 12 jogadores que foram escolhas de loteria em drafts. Então, só eram mais talentosos. Venceram a NBA por causa das contratações. Equipes como o Golden State Warriors construíram os títulos com o trabalho de uma base por anos. Mas Miami não constrói times campeões. Eles fazem trocas por jogadores campeões”, menosprezou o hoje podcaster.
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Coadjuvantes
A cultura do Heat notabilizou-se, entre várias qualidades, por maximizar o nível de atuação de jogadores limitados. Às vezes, enxergar o talento onde os outros times simplesmente não viram. Arenas, no entanto, assegura que esse não é o caminho para ganhar na NBA. Não são coadjuvantes esforçados que levantam títulos, mas craques que desequilibram jogos.
“O trabalho de Miami, em síntese, está em desenvolver os seus atletas medíocres o bastante para serem negociados. Até que algum time ache-os bons o bastante para pegá-los. Portanto, não tem nada a ver com a cultura, a ética de trabalho. Ou você acha que Shaq e Gary Payton faziam ‘suicídios’ no fim dos treinos? Isso é ridículo, cara”, disparou o três vezes all-star.
Um dos pontos que Arenas mais critica é o formato de contrato que o Heat faz com os seus coadjuvantes. Mira dedicação, mas, para o ex-astro, acerta individualismo. “Estamos falando de títulos, mas a NBA incentiva o egoísmo. Os bônus e cláusulas de desempenho só tem esse efeito. Afinal, levam o foco para médias e estatísticas quando todos deveriam só competir”, argumentou.
Do início ao fim
Todos são livres para dar uma opinião, mas ninguém melhor para analisar do que quem tem experiência de causa. Gilbert Arenas não jogou e foi campeão no Heat. Udonis Haslem, por outro lado, atuou duas décadas pelo time e participou das sete finais da história da organização. O ícone da franquia não espera que quem nunca tenha vivido o dia-a-dia da equipe entenda a dimensão da “cultura”.
“Quando você analisa tudo o que aconteceu, dá para ver como nós chegamos até aqui claramente. Passamos, acima de tudo, a montar elencos que personificam o que chamam de cultura Heat. Trabalhamos duro e não queremos nada de graça. Nem todo jogador se encaixa aqui, pois é duro. Mas é por isso que somos diferentes”, explicou o agora ex-atleta.
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