Wi-Fi: tecnologia avança a passos largos, mas como começou?


Na última quinta-feira, 22, a MediaTek começou a falar de Wi-Fi 8 e prevê seu lançamento para 2028. E a gente, aqui ainda navegando na versão 6 ou 6E da Internet sem fio – quando muito. Mas o tema nos fez questionar quando o protocolo de rede local sem fio (WLAN) surgiu.

Mas vamos ao básico: o Wi-Fi permite que dispositivos digitais em uma determinada área se comuniquem por meio de ondas de rádio. Uma vez que um transmissor recebe dados da Internet, ele os converte em um sinal de rádio que pode ser recebido e lido por dispositivos habilitados para Wi-Fi. A informação é então trocada entre o transmissor e o dispositivo.

A tecnologia chegou ao mercado em 1997 quando o padrão técnico pioneiro IEEE 802.11 foi publicado, permitindo a transmissão de dados sem fio a até 2 Mbps. O espectro utilizado foi o 2,4 GHz não licenciado.

Quando a Apple lançou seus primeiros dispositivos com conectividade sem fio em larga escala (AirPort e iBook), houve um avanço comercial do Wi-Fi em 1999. Neste mesmo ano o protocolo recebeu uma nova emenda, IEEE Mbps 802.11b, que permitiu que o padrão sem fio original com taxas de dados estimadas de até 11 . E, para reduzir interferências de fornos micro-ondas, telefones sem fio e monitores de bebê, incorporou esquemas de modulação como DSSS/CCK. Oferecia comunicações sem fio a distâncias de cerca de 38m em ambientes internos e aproximadamente 140m ao ar livre.

Ainda em 1999 foi criada a Wi-Fi Alliance, uma organização mundial de empresas que promove a tecnologia e sua adoção. A aliança tem como meta criar e definir padrões comuns e interoperáveis para tecnologias de LAN sem fio que possa rivalizar com o Ethernet em seu alcance e adoção. A entidade começou sob a liderança de Phil Belanger, Angela Champness, David Cohen, John Ferrari, Sarosh Vesuna e Jim Zyren.

Também em 1999 nasceu a modulação multiportadora (OFDM) que passou a permitir a operação do 5 GHz.

Em 2003 o Wi-Fi 3 alcançava taxas de até 54 Mbps no espectro 2,4 GHz com o lançamento do protocolo IEEE 802.11g.

O W-Fi 4 foi lançado em 2009 e tinha suporte para as faixas 2,4 GHz e 5 GHz com taxas de até 600 Mbps, entre recursos de canais múltiplos, possibilitando que o WLAN servisse como um substituto das redes cabeadas.

Em 2013 houve a apresentação do Wi-Fi 5 (802.11ac), que alcançava velocidade de até 2,5 Gbps maior largura de banda e canais adicionais, além de suporte ao MIMO.

O que é MIMO?

MIMO é um método para multiplicar a capacidade de um link de rádio usando várias antenas de transmissão e recepção para explorar a propagação por múltiplos caminhos. Essas antenas precisam ser separadas espacialmente para que o sinal de cada antena de transmissão que vai para cada antena de recepção tenha uma assinatura espacial diferente, permitindo que o receptor separe esses fluxos em canais paralelos independentes.

Wi-Fi 6 e 6E: conectividade em ambientes com mais densidade de dispositivos

O lançamento do Wi-Fi 6 prometia resolver o problema de conexão de ambientes espaçosos ou fechados com densidade de dispositivos. Lançado em 2021, o protocolo IEEE 802.11ax permite a divisão de sua taxa de dados entre vários dispositivos, transmissão para múltiplos receptores em uma transmissão e agendamento de transmissões. Essas mudanças significativas melhoram o desempenho de aplicativos que demandam largura de banda, como vídeo de alta definição e acesso à nuvem.

O Wi-Fi 6 usa a banda 6 GHz, uma faixa menos congestionada e traz menor latência e mais estabilidade no acesso. A tecnologia pode chegar a 9,5 Gbps.

Sua versão 6E (seis estendido) funciona no mesmo padrão da versão 6, mas com o espectro expandido. A banda de frequência 6 GHz varia de 5,925 GHz a 7,125 GHz, permitindo até 1.200 MHz de espectro adicional. Com isso, a conectividade permite a transmissão de vídeos em 4K, 8K, jogar online com mais estabilidade na conexão e ter uma melhor experiência com dispositivos de realidade aumentada, virtual ou mista.

Wi-Fi 7

A próxima versão da conectividade sem fio, conhecida como protocolo IEEE 802.11be, será ainda mais imersiva e interativa, promete a aliança. Usando as mesmas bandas – 2,4 GHz, 5 GHz e 6 GHz – a proposta é levar capacidade de ponta para habilitar inovações que requerem alta taxa de transferência, menor latência e maior confiabilidade em ambientes domésticos, empresariais e industriais. Entre as aplicações, além das realidades aumentada, virtual e estendida, a sétima versão da Internet sem fio prevê a realização de treinamento imersivo em 3D, streaming de vídeo em ultra definição.

Desenhado a partir de 2021, o lançamento do Wi-Fi 7 aconteceu em janeiro deste ano quando a Wi-Fi Alliance apresentou seu protocolo. Seu ponto fraco é o custo de um roteador, que chegou a ser vendido no início por US$ 1 mil. De acordo com a Aliança, a expectativa é encerrar o ano com 233 milhões de dispositivos disponíveis no mercado e alcançar a marca de 2,1 bilhões até 2028.

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