O Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), fechou um acordo de cooperação com a prefeitura do Rio de Janeiro para o monitoramento da temperatura, agitação marítima e elevação do nível do mar na área costeira do município.
Isto porque, o Rio de Janeiro está entre os municípios brasileiros que serão mais afetados pelas mudanças climáticas, de acordo com alerta recente da Organização das Nações Unidades (ONU). Para tornar a cidade mais resiliente, o diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO), Segen Estefen, e o chefe executivo do Centro de Operações do Rio de Janeiro, Marcus Belchior, assinaram o acordo na abertura do evento “Navigating the Oceans towards the G20 Agenda” realizado na sede da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, em novembro de 2024.
O oceano funciona como uma espécie de ar-condicionado do planeta. Da Revolução Industrial até hoje, o oceano já absorveu cerca de 90% do excesso de todo o calor atmosférico gerado pelas emissões de CO2. A água tem uma alta capacidade térmica, permitindo o armazenamento de grandes quantidades de calor. É exatamente o que os oceanos fazem. Sem eles, a temperatura global do nosso planeta seria insustentável. No entanto, devido à absorção de CO2 emitidos na atmosfera as águas dos oceanos estão cada vez mais quentes, mais ácidas, com menos oxigênio, e o nível de elevação do mar aumenta a cada ano. Para preservar os oceanos é necessário políticas públicas que estimulem o desenvolvimento de tecnologias, adoção de práticas para conservação marinha, investimento em pesquisa e monitoramento oceânico.
O sistema de monitoramento permitirá a coleta e análise contínua de dados para prever, acompanhar e responder a eventos climáticos extremos. Com informações detalhadas sobre as condições oceânicas, o Rio de Janeiro poderá desenvolver estratégias mais eficazes para enfrentar desafios como ressacas, erosão costeira e inundações. “Sem um sistema robusto de monitoramento, nossa capacidade de resposta é limitada e este acordo nos dá as ferramentas necessárias para agir de forma proativa”, afirmou Estefen.
Além de fortalecer a resiliência da cidade, a iniciativa servirá como modelo para outras localidades brasileiras que enfrentam desafios similares. A parceria reforça a importância da colaboração entre instituições científicas e governamentais na luta contra as mudanças climáticas. “Estamos não apenas protegendo o Rio, mas também estabelecendo uma referência para todo o país. Não cabe aos gestores o desconhecimento”, disse Belchior.
Segundo o diretor do INPO, as cidades precisam estar cada vez mais adaptadas e resilientes para as mudanças do clima e atentas ao potencial socioeconômico sustentável do oceano. “A parceria entre a Prefeitura do Rio e o INPO é um primeiro passo para associarmos competência científica e tecnológica e políticas públicas, trazendo benefícios para os municípios e a sociedade”.
Sobre o INPO
Inaugurado em 2023, o Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO) é referência nacional no tema oceano. Organização social vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, reúne cerca de 100 cientistas líderes de pesquisas relacionadas a oceano no país.
A missão do INPO é promover as ciências do mar viabilizando o enfrentamento dos desafios nacionais nessa área, incluindo às mudanças climáticas. Com base em conhecimento técnico-científico, o instituto contribui na elaboração de políticas públicas voltadas para beneficiar a sociedade brasileira e ampliar o papel do Brasil no cenário internacional, em prol de um oceano sustentável.
O INPO atua em 12 áreas do conhecimento: Oceanografia Física e Oceanografia por Satélites; Oceanografia Química, Interação Oceano-Continente e Poluição Marinha; Oceanografia Biológica; Oceanografia Geológica; Interação Oceano-Atmosfera, Mudanças Climáticas e Modelagem do Sistema Terrestre; Pesca e Aquicultura; Engenharia Costeira, Naval e Submarina; Robótica, IA e Instrumentação Oceanográfica; Energia Renovável dos Oceanos; Biotecnologia; Biodiversidade Marinha e Costeira; Ciências Humanas e Sociais.
Com informações do INPO