Aposentado de maneira precoce ainda aos 32 anos, Isaac Cuenca teve a oportunidade de iniciar no futebol profissional simplesmente no histórico Barcelona de Pep Guardiola de 2011, apontada como uma das maiores equipes da história do futebol.
Conhecido como “freestyler” por conta de seus dribles, o espanhol foi muito elogiado pelo treinador na época: “Seu trabalho é perfeito. Faz com que seus companheiros sejam melhores”, explicou Guardiola na época.
Porém, o que parecia ser uma carreira de sucesso se transformou em um drama após nada menos do que seis cirurgias no joelho.
“Passei seis vezes pela mesma operação. Tentei fazer uma ótima recuperação, mas a última vez foi muito difícil, sofri demais e coloquei um basta”, disse à Rádio RAC 1 em outubro deste ano.
Em declarações ao diário ARA, Cuenca explicou os dramas que viveu na época de atleta e como nem mesmo os altos salários e o glamour da vida de jogador profissional lhe trouxeram tranquilidade e felicidade no dia a dia.
“O mais importante foi aprender que o futebol não é tudo como a gente quer. A gente acredita que é muito bom, mas sempre tem alguém melhor. Se você se machuca, ninguém te quer”, contou o “freestyler”, que disse que queria apenas ter uma “vida normal”.
Cuenca contou ainda como foi atuar ao lado de Lionel Messi e companhia naquele time do Barcelona.
“Com o tempo fui entendendo porque aquele time estava sob tanta pressão. Eles tinham acabado de ganhar tudo. Sim, às vezes eles eram loucos por algumas coisas, mas, caramba, eles eram os melhores do mundo. Leo Messi, Xavi, Andrés Iniesta, Víctor Valdés… Que arrancada! Foram incríveis”.
Mas, depois de deixar o Barcelona, Cuenca sentiu a solidão que um atleta de alto nível está sujeito a viver e como foi afetado por esta questão naquele período.
“Você é jovem e de repente tem que sair do seu círculo. Você ganha muito dinheiro e compra tudo o que quer, mas também tem muito tempo para treinar de manhã e depois tem o dia inteiro. Bem, você se sente sozinho. O dinheiro não evita a solidão”.
Após encerrar a carreira como atleta de futebol profissional, Cuenca passou a investir na prevenção de lesões. Atualmente, o ex-atleta trabalha em parceria com uma empresa que promete revolucionar a medicina esportiva.
“Eu adoraria dar ao futebol o que ele não me deu. O futebol e o esporte de elite geram muitos milhões para ainda usar gelo para curar e prevenir lesões”, finalizou.