Secretaria de Cultura homenageia legado de Dulcina de Moraes


Texto: Alexandre Freire. Edição: Joice Oliveira. Foto do carrossel: Glória Teixeira

A Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal homenageia o legado o da atriz de teatro brasileira Dulcina de Moraes (1908-1996). Carioca, mas com passagem marcante por Brasília, Dulcina foi a criadora da Fundação Brasileira de Teatro (FBT) em 1955, dedicada à capacitação de profissionais da área, com cursos de interpretação, direção, cenografia, entre outros. Professores, como ela própria, Ziembinski e Adolfo Celi atuaram na instituição, que em 1970 transferiu a sede para Brasília. Em 1980, a Fundação tornou-se escola de nível superior, a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes.

“Dulcina de Moraes foi um marco para a história da cultura, um verdadeiro ícone de várias gerações. Seu legado contempla todas as artes e não podemos deixar de homenageá-la”, ressalta o Secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes.

O Cine Brasília, equipamento da Secec, exibiu o documentário “Dulcina” (2019), da diretora Glória Teixeira, produzido a partir de entrevistas e material de arquivo. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes para o longa, exibido em sessão única e gratuita no último domingo (27).

“Hoje faz 27 anos que Dulcina de Moraes viajou para a espiritualidade, como ela mesma dizia. Nosso encontro foi de celebração de sua vida e obra. Foi um momento de música, recordações e muitas emoções com a mostra do filme ‘Dulcina’. Ali se encontraram ex-alunos que hoje são professores, artistas, produtores em Brasília e pelo Brasil, autoridades e público amante das artes. Antes e depois do filme, amantes da Dulcina tiravam fotos ao lado de peças do seu acervo, instaladas no foyer pelo diretor cultural da FBT, Josuel Junior. O evento trouxe à tona as discussões sobre o complexo cultural construído por ela aqui na capital federal e todos se manifestaram em defesa da preservação do mesmo”, afirmou Glória Teixeira. O evento do domingo contou também com o trabalho da produtora cultural Liana Movits.

Depoimentos
O filme traz depoimentos de Fernanda Montenegro, Nicete Bruno, Ruth de Sousa, Françoise Forton (que interpreta uma fase da vida de Dulcina) Emiliano Queiroz e outros artistas que conviveram com a atriz. Retrata as principais mudanças ocorridas no teatro brasileiro desde a década de 1940, muitas delas frutos de iniciativas da Dulcina de Moraes. O filme de Teixeira (professora de artes cênicas, atriz, diretora de teatro, roteirista e cineasta) recebeu quatro Candangos no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro de 2019.

“Não conheço nada da Dulcina que não fosse relacionado ao teatro. Neta e filha de atores, casou-se com um ator, comprou um teatro, abriu uma fundação de teatro, construiu um complexo cultural com um teatro e uma faculdade de artes, foi atriz, diretora e professora de teatro. As principais mudanças no teatro, desde a década de 30 até hoje, foram implementadas por Dulcina de Moraes, e sua faculdade foi a primeira escola superior de teatro do Brasil. Ela merece nossa homenagem e jamais poderá ser esquecida”, testemunha Teixeira.

“Conheci Dulcina na época em que ela criou a Fundação Brasileira de Teatro e o Teatro Dulcina. Uma mulher inesquecível! Para o teatro, ela foi fundadora! É um dos pilares do teatro brasileiro!”, relata a atriz e agente cultural Carmem Moretzsohn. No filme, ela interpreta a personagem do filme quando ela veio para a atual capital federal. “Faço a Dulcina dando uma entrevista numa rádio, quando ela fala do sonho dela e de sua paixão pelo teatro. Faço também a sequência dela vindo para Brasília num fusca, que era como ela viajava mesmo”, conta Carmem.

Formada em dança clássica, a viúva do maestro Claudio Santoro, Gisèle, não teve convívio próximo com Dulcina, mas manifesta sua admiração: “uma das figuras mais importantes da arte teatral em nosso país. Dulcina de Moraes não só se destacou em sua presença cênica, como também por sua ação acadêmica”.

Assessoria de Comunicação da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Ascom/Secec)

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