
O Cruzeiro encerrou o domingo (12/11) na 17ª posição da tabela do Campeonato Brasileiro, com 37 pontos. Com seis partidas pela frente no campeonato – sendo dois confrontos diretos -, a equipe celeste vive um “drama” para escapar da zona de rebaixamento, onde está desde 6 de novembro, quando o Vasco venceu o Botafogo e empurrou o time mineiro para baixo – um dia antes, o Cruzeiro havia perdido para o Internacional, por 2 a 1.
Os eventos que levaram o Cruzeiro para essa situação passam por trocas de treinadores, baixo desempenho no campeonato e bronca da torcida. Este último chegando ao extremo, no sábado (11/11), durante a partida contra o Coritiba, no Paraná, com a invasão de campo por parte da torcida celeste após o gol que deu vitória ao Coxa, por 1 a 0. A situação virou uma briga generalizada quando torcedores do Coritiba também entraram em campo e partiram para cima dos torcedores celestes. A partida ficou paralisada por 30 minutos.
A atitude deve trazer consequências graves ao clube celeste nesta reta final de campeonato, como a punição preventiva de disputar os próximos jogos sem a presença da torcida. Na avaliação do advogado André Kampff, especialista em direito esportivo, a Raposa já deverá sofrer essa punição antes mesmo de um julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). “No meu entendimento, a invasão e a briga são fatos graves, o que deve desencadear numa punição pesada, que pode chegar a dez partidas”, avalia.
Desde o início do ano, o Cruzeiro vem sofrendo altos e baixos. Hoje, em 32 jogos disputados no Campeonato Brasileiro, a equipe tem nove vitórias, dez empates e 13 derrotas. A sequência de três derrotas seguidas e o episódio de invasão de campo levaram a diretoria do Cruzeiro a se reunir nesse domingo (12/11), na Toca da Raposa, para discutir, entre outros assuntos, a possibilidade de treinar fora de Belo Horizonte.
Segundo informações do colunista de O Tempo Sports, Samuel Venâncio, a ideia é passar esta semana treinando possivelmente em Itu (SP) e, de lá, partir para Fortaleza, onde encara a equipe da capital cearense no próximo sábado (22/11).
Apesar de não haver esclarecimentos sobre os motivos da medida, sabe-se que a situação do time com a torcida, em especial a Máfia Azul, principal organizada do clube, não é das melhores. Antes da partida contra o Coritiba e do lamentável episódio de invasão, membros da Máfia Azul já haviam feito cobranças aos jogadores na porta da Toca da Raposa II. Em tom ameaçador, eles informaram que, agora, a cobrança será pessoal. “Vamos cobrar na porta de casa, na saída do filho na escola, no passeio no shopping ou restaurante, a cada um que em campo não honrar as cores do Cruzeiro Esporte Clube”, postou a Máfia Azul nas redes sociais.
Trocas de treinadores
O mau momento do clube também é refletido pelas trocas de treinadores nos últimos meses. Durante a temporada de 2023, o time celeste passou por três técnicos. O primeiro deles, Paulo Pezzolano (campeão da Série B com o time), saiu do comando da equipe após eliminação no Campeonato Mineiro, na semifinal, quando o Cruzeiro perdeu para o América nos jogos de ida e volta. À frente do Cruzeiro, Pezzolano fez dez jogos em 2023, sendo três vitórias, três empates e quatro derrotas.
O português Pepa assumiu a equipe em seguida, em março, e foi desligado do clube após uma sequência de derrotas no Campeonato Brasileiro. À frente da Raposa, Pepa fez 25 jogos, sendo sete vitórias, oito empates e dez derrotas. Interinamente, assumiu em seguida o técnico Fernando Seabra, que comandou a equipe apenas em uma partida, que terminou em empate.
Zé Ricardo, demitido nesse domingo, chegou à equipe celeste em setembro e estreou com vitória, o que elevou a confiança do clube e da torcida por um tempo. No entanto, desde então, foram, no total, dez partidas, com três vitórias, dois empates e cinco derrotas. A equipe chegou a se animar no campeonato após vencer o arquirrival Atlético-MG, por 1 a 0, dentro da Arena MRV, e, em seguida, vencer o Bahia, por 3 a 0. Mas, depois, perdeu para o São Paulo, por 1 a 0, para o Internacional, por 2 a 1, e para o Coritiba, por 1 a 0.
Próximos confrontos
Agora, o Cruzeiro tem seis desafios pela frente no Brasileirão e chances de sair da “zona da degola” com dois confrontos diretos: contra o Vasco (16º colocado), em casa, e contra o Goiás (18º colocado), fora de casa. Apesar disso, a equipe precisa torcer contra seus concorrentes diretos (Vasco, Bahia e Goiás) e enfrentar ainda dois jogos difíceis com equipes que disputam a liderança do Brasileirão: Palmeiras e Botafogo.
Confira as próximas partidas da Raposa:
18/11 (sábado)
Fortaleza x Cruzeiro
18h30, Castelão
22/11 (quarta-feira)
Cruzeiro x Vasco*
19h, Mineirão
27/11 (segunda-feira)
Goiás x Cruzeiro*
20h, Hailé Pinheiro
30/11 (quinta-feira)
Cruzeiro x Athlético-PR
20h, Mineirão
1º/12 (sexta-feira)
Botafogo x Cruzeiro
21h, Nilton Santos
5/12 (terça-feira)
Cruzeiro x Palmeiras
21h, Mineirão