Chances de título: três razões para desconfiar da matemática no futebol


1- A matemática é fundamentada na lógica. Motivo pelos quais tantas pessoas de exatas a amam e tantas de humanas não suportam-na. O futebol é o oposto da lógica. Ao contrário da vasta maioria dos esportes, é fundamentado na imprevisibilidade. O pior pode vencer o melhor — quiçá por goleada. E tomar uma lavada na rodada seguinte. O Brasileirão 2023 é exemplo de manual de como é inútil tentar prever resultados.

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2- A matemática não sabe se um técnico vai ser demitido, se um árbitro expulsará um jogador sem motivo, se pênaltis serão marcados. Se a torcida invadirá o campo. Se faltará luz no estádio. Se Sobrenatural de Almeida dará o ar de sua graça. Ou o STJD. A matemática desconhece os elementos fora do controle de cada postulante ao título.

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3- Sobretudo, a matemática não leva em conta o ethos de cada clube. A história. O aspecto emocional. A zica. As coisas que só acontecem com uns. Aquilo que meu amigo Sérgio Xavier brilhantemente chamou de “patrimônio mental” (referindo-se ao Palmeiras). A matemática desconhece o arcabouço psíquico de instituições e indivíduos. Aquilo que pode levar ao derretimento catastrófico ou à ascensão meteórica. A matemática nunca pisou numa arquibancada. Nunca viu seu time perder ou ganhar um título com um gol improvável de um jogador improvável, no último minuto.

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A matemática é fria. O futebol é quente.

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A matemática, meus amigos, nunca sofreu por amor.

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