Review – How 2 Escape


A mania dos Escape Room pode até ter diminuído, mas a Breakfirst Games conseguiu resgatar nos consoles a experiência dos quebra-cabeças e mistério através da jogatina cooperativa de How 2 Escape.

A busca frenética por pistas e soluções proporcionam diversos testes para as nossas habilidades, trazendo para o gameplay entre o Nintendo Switch e um dispositivo móvel provações para resolução de problemas, trabalho em equipe e pensamento lógico.

Corrida contra o tempo

O recente trabalho do estúdio Just For Games, do recente e excelente Crime O’Clock, chega na virada do semestre, conseguindo se destacar pela capacidade em criar uma atmosfera imersiva e que transporta os jogadores para uma história simples, porém que consegue rivalizar com a de uma sala de escape física.

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Uma corrida contra o tempo para salvar Emy

Para How 2 Escape funcionar precisamos obrigatoriamente de dois jogadores, tornando-se uma excelente opção para casais ou até mesmo jogar à distância com um amigo. Afinal um dos jogadores estará no papel de Emy, uma jovem que acorda num estranho vagão de um trem desgovernado, com tempo para o seu oxigênio acabar dentro de cada vagão; sem saber como sua irmã chegou lá, o outro jogador será Johann, e que estará num celular ajudando à distância.

Neste jogo você terá a opção de jogar pela TV ou modo portátil do Switch, que contribui muito para jogarmos em qualquer lugar, enquanto outra pessoa utilizará um companion criado pelos desenvolvedores para auxiliar na resolução dos puzzles encontrados por Emy ao longo de sete vagões diferentes, cada um com três principais quebra-cabeças que exigirão pequenas sequências de ações e ativações para serem solucionados.

Tudo parece muito com a proposta de Keep Talking and Nobody Explodes, principalmente por corrermos contra o tempo para não morrermos, mas com certeza How 2 Escape consegue ir além em tudo: espaços, itens para interagir e explorar, quantidade de mistérios, sequência de acontecimentos e, claro, complexidade dos enigmas.

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Um vilão que sonha em ser o Jigsaw

É realmente divertido você perceber como a calmaria do começo de cada fase (ou sala) se torna um aprendizado e termina num frenezi intenso, pois você terá pouco tempo para aprender código morse, sequências de comandos, girar e apertar botões, e aprender o que fazer em cada ambiente.

Diferente do que víamos em seu jogo de inspiração, em How 2 Escape você não terá uma maleta para saber exatamente o que passar de informação inicial! Os desenvolvedores foram corajosos em criar uma falta de identificação clara sobre o que fazer, mas de maneira proposital para instigar a comunicação entre os jogadores. Você precisará ler, interpretar e traduzir tudo o que está vendo para o seu colega, que não deve ver sua tela, conseguir identificar algo em seu companion.

Simples de jogar e sem necessidade de conexão

O maior trunfo da Breakfirst Games foi não exigir conectividade entre o jogo e o companion. Você pode baixar em dispositivo Android ou iOS, além de usar a versão para PC via Steam, sincronizando a partida com o conteúdo através de um código existente no começo de cada uma das fases.

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Tirando os problemas com o aplicativo, o companion funciona muito bem

Em cada vagão, de carga ao maquinista, você terá um tempo determinado para resolver todos os enigmas, liberando as três trancas que liberam a porta para você continuar. Caso você falhe e morra, existe a opção de continuar no mesmo vagão e jogar sem o limite de tempo, além de voltar para o começo e tentar novamente, mas nem sempre tendo os elementos da fase resetados e mantendo o mesmo conteúdo jogado anteriormente.

Sobre os puzzles, How 2 Escape é realmente desafiador. Tudo pode até parecer simples, porém os puzzles vão exigir muita comunicação, agilidade e bastante raciocínio lógico. Para facilitar um pouco, talvez não tanto como os desenvolvedores imaginavam, você poderá coletar moedas pelos cenários para utilizar numa máquina que imprimirá pequenos papéis com dicas, que poderão ser coletadas no companion.

Por conta do modo portátil do Switch, tive a oportunidade de jogar com vários amigos, em que formamos um grupo para ser a Emy e outro para o Johann, numa noite de jogatina bem divertida. Pude perceber que tanto a jogabilidade era simples, com comandos fáceis de serem executados com apenas um botão, enquanto o companion facilitava tudo por estar localizado para o PT-BR. No entanto diversas cabeças pensando ao mesmo tempo não foram suficientes para nos levar além da metade do jogo.

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Os puzzles do vagão de passageiros foram os melhores!

A diversão desses desafios está presente exatamente na diversidade de elementos, que vão do visual ao sonoro, com enigmas que envolvem lógica e interpretação, tudo num mix que combinam números e letras para destravar o próximo enigma. Uma experiência excelente e completa para quem gosta dos jogos de escape.

Tudo combina com a proposta

O visual de How 2 Escape é simples e minimalista, para não tirar sua atenção do que realmente importa e fazendo você focar em detalhes relacionados aos puzzles. Com um “quê” de cel shading, parece estarmos num livro ilustrado e com tudo muito caricato, o mesmo vale para o aplicativo, com informações simples e muito bem dispostas no companion.

Acredito que a trilha sonora peca bastante por não existir em muitas horas ou até mesmo por aparecer apenas quando o tempo está acabando, tendo pouca relevância perto do efeito de tontura, já que Emy vai perdendo o ar pela falta de oxigenação no ambiente. Nada que atrapalhe, talvez até ajude para alguns jogadores mais dispersos, porém senti falta de uma trilha que aumente a imersão ou crie um sentimento de urgência ainda maior.

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Chegar ao fim será um desafio muito mais complexo do que você pode imaginar

Divertido, simples, completo e desafiador, How 2 Escape é uma ótima pedida para jogar em família ou com os amigos, apostando sempre na cooperação que pode render boas risadas ou até mesmo pequenas revoltas pela dificuldade em se comunicar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.


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