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A nomeação da ex-deputada estadual Patrícia Gama para ser secretária de Cultura e Juventude de Mauá deflagrou crise no governo do prefeito Marcelo Oliveira (PT). A indicação, formalizada no começo de agosto, não foi bem digerida pelo PSB, partido de Patrícia, em âmbito local muito menos pelo setor cultural da cidade, pelo fato de a ex-parlamentar ter pouca familiaridade com o setor.
A chegada de Patrícia Gama para o governo mauaense foi costurada pela cúpula estadual do PSB, liderada pelo deputado estadual Caio França, para assegurar aliança entre o partido e futura candidatura à reeleição de Marcelo. Na cidade, PSB e PT foram adversários na última eleição, uma vez que o núcleo socialista foi a casa do hoje deputado estadual Atila Jacomussi (Solidariedade).
Patrícia foi vereadora de São Paulo pelo PSDB em 2012, ainda com o nome de urna vinculado ao seu ex-marido, o hoje secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do município de São Paulo, Carlos Bezerra Júnior. Em 2016, ela foi nomeada pelo então prefeito João Doria (PSDB) para ficar à frente da Direitos Humanos.
Ela foi primeira suplente de deputada estadual em 2018, ainda pelo PSDB, e assumiu a cadeira na Assembleia Legislativa em 2021, quando Cauê Macris (PSDB) aceitou convite para compor o primeiro escalão do governo paulista. Patrícia seguiu no tucanato até 2023, quando migrou para a Rede Sustentabilidade. A política se filiou no PSB no último fim de semana.
Toda essa trajetória política de Patrícia Gama, vinculada à Capital, em setor de direitos humanos e longe do PSB, provocou intensos comentários. O Diário teve acesso a um documento que circula em grupos de WhatsApp de quadros do PSB mauaense que critica duramente a composição, em especial a nomeação de Patrícia.
A carta cita que Patrícia foi anunciada secretária um mês antes de efetivamente ser filiada e que ela não tem experiência no setor cultural. “Não há nenhuma demonstração – nem participação em comissões ou frentes parlamentares -, assim como em seus mandatos, seja como vereadora ou deputada, de qualquer interesse pela área cultural. Além disso, Patrícia Gama é uma pessoa sem qualquer relação com a cidade de Mauá. No campo político, sempre atuou na cidade de São Paulo, e não há sequer emendas parlamentares destinadas à cidade em seu nome no período em que passou pelo Legislativo estadual. Ou seja, não bastasse não haver em sua trajetória política relação com o tema para o qual ela vai definir políticas públicas para o município, a nova secretária nunca deve ter pisado antes no Museu Barão de Mauá ou conhecer o nome dos principais bairros da cidade”, diz o texto.
A crítica prossegue. “Mauá não é puxadinho de São Paulo. A cidade tem história, tem relevância na política paulista. Não é lugar para cabide de emprego nem para acordos políticos que não resultem em ganhos para a população da cidade. Os mauaenses merecem mais respeito e cuidado com a cidade nessas escolhas. Certamente o PSB tinha nomes mais próximos com o tema e com a cidade de Mauá para tratar de assuntos relacionados à Cultura, área já tão sucateada por outras gestões.”
O partido conta com dois vereadores na cidade: Samuel Enfermeiro e Ricardinho da Enfermagem.