A cidade do Rio de Janeiro viveu dez dias de agitação, entusiasmo ao encontrar autores favoritos, sacolas repletas de livros e um ambiente vibrante nos painéis que, neste ano, ganharam novos formatos e espaços para proporcionar uma experiência ainda mais incrível para os amantes de histórias.
A celebração dos 40 anos da Bienal do Livro Rio, agora considerada o mais recente patrimônio cultural da cidade, foi verdadeiramente grandiosa, abraçando o conceito de “leituras elásticas” e explorando as possibilidades do “livro além do livro” mantendo, no entanto, o livro como grande protagonista.
Nesta edição histórica, o recorde de público e vendas foi batido. Mais de 600 mil visitantes passaram pelo Riocentro, levando para casa cerca de 5,5 milhões de livros, uma média de nove por pessoa. Com a presença de mais de 497 editoras, selos e distribuidoras, oferecendo uma diversidade de títulos, o tíquete médio de gastos com livros chegou a aproximadamente R$ 200.
A Bienal do Livro Rio, realizada pela GL Events Exhibitions em parceria com o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), se consolida como o maior festival de literatura, cultura e entretenimento do Brasil. A celebração de 40 anos foi marcante, divertida e inesquecível, com uma programação rica, diversificada e plural que contou com mais de 200 horas de atividades únicas e uma participação intensa do público.
O festival, que teve suas raízes nos anos 80 como uma modesta feira de livros de 1.400 metros quadrados no Copacabana Palace, cresceu, expandiu seus horizontes e se transformou em um evento que pavimentou o caminho para inúmeras outras celebrações literárias pelo país. Tatiana Zaccaro, diretora da GL Events Exhibitions, destaca: “Esta é a maior Bienal de todos os tempos. Desde a criação da nova marca mais interativa até tornar o festival um patrimônio cultural do Rio, a intenção era que a cidade se apropriasse da Bienal e isso realmente aconteceu! Tradicionalmente, recebemos um número maior de visitantes aos fins de semana e quando há feriados, mas a distribuição de público foi muito bem equilibrada, inclusive nos dias de semana e em dias lindos de sol – nem a praia conseguiu competir“
Ela acrescenta que a edição histórica foi cuidadosamente planejada para oferecer novas experiências ao público. “Estamos abordando o livro como ponto de partida ou destino, com uma abordagem transversal que engloba os mais diversos tipos de mídia. Os temas explorados nos livros físicos também se desdobram em séries, filmes, games, música, e isso atrai mais pessoas, criando novos leitores, mantendo sempre o livro como o protagonista“
Dante Cid, presidente do SNEL, comemora os resultados desta edição que superaram as expectativas do mercado. Ele também destaca o sucesso do programa de visitação escolar, consolidando a importância da Bienal do Livro Rio como um evento educacional e cultural essencial para a cidade e o país.
“O SNEL, junto aos editores brasileiros, trabalha arduamente para que o país tenha um futuro leitor. A Bienal do Livro Rio 2023 ficará marcada pela forte conexão entre as pessoas e as histórias que amam. Com o apoio das secretarias de educação estadual e municipais alcançamos um recorde de participação de alunos e professores da rede pública, reforçando a criação desta semente pela leitura que o país tanto precisa, impactando diretamente mais de 100 mil alunos, professores, suas bibliotecas e salas de leitura” destacou Dante.
Com uma área ocupada de 90 mil metros quadrados, 10% maior que na edição de 2019, pré-pandemia, a Bienal 2023 recebeu mais de 380 autores em sua programação oficial. Para além da alegria do público, as editoras comemoram resultados acima do esperado e muito maior que em todos os outros eventos literários do país. Em 2019, foram aproximadamente 4 milhões de livros vendidos e, em 2021, na versão pocket da Bienal por causa da pandemia, 2,5 milhões de exemplares.
Cid ainda comemorou a potência do festival ao celebrar sua própria história. “Nestes 10 dias de Bienal do Livro Rio, seus 40 anos de história foram honrados em uma celebração mágica da literatura conectada às diversas mídias. Apresentamos aos cariocas e a todo o Brasil uma programação extensa, diversa e inclusiva. Em reconhecimento, o público compareceu maciçamente todos os dias, o que nos deixa muito confiantes para o futuro do livro e, por consequência , da sociedade“, lembrou.
Este ano, a Shell Brasil, uma das maiores companhias de energia do mundo, e o Itaú, o maior banco privado do Brasil, foram os patrocinadores.
Novidades da Edição 2023
A Bienal do Livro Rio comemorou seus 40 anos com uma celebração que ficará na memória de milhares de pessoas. O evento contou com um jovem trio de curadores, Clara Alves, Mateus Baldi e Stephanie Borges, encarregados de criar um conteúdo abrangente que abordasse uma variedade de temas. A proposta era promover encontros com participação ativa de todos os públicos e formatos de interação que quebrassem estereótipos e ampliassem o diálogo sobre questões contemporâneas. A roteirista Bianca Ramoneda assumiu a direção artística, enquanto a jornalista Ana Paula Costa ficou a cargo da produção executiva.
A Bienal também ofereceu uma experiência lúdica para as crianças com o espaço “Uma Grande Aventura Leitora”, um ambiente de 600 metros quadrados que trouxe histórias cativantes que transcendiam os livros e emocionavam os pequenos visitantes. O evento celebrou os 60 anos da personagem Mônica, de Maurício de Sousa, e contou com a presença do Chapeleiro Maluco, de Alice no País das Maravilhas.
Entre as novidades, a “Bienal das Narrativas” promoveu eventos temáticos, como o “Baile de Máscaras da Julia Quinn”, inspirado em Os Bridgertons, além de um desfile de fantasias com autoras estrangeiras Holly Black e Cassandra Clare. Os visitantes também tiveram a oportunidade de participar de uma sessão de meditação zen budista guiada pela Monja Coen.
A programação da Bienal incluiu também o “Páginas na Tela”, com curadoria da cineasta e escritora Rosana Svartman, e o “Páginas no Palco”, coordenado por Bianca Ramoneda. Esses formatos convergiram narrativas entre livros, audiovisual e teatro, com a presença de nomes como Guel Arraes, Raphael Montes, Klara Castanho, Vera Holtz e Claudia Abreu. Além disso, o professor e autor Luiz Antonio Simas comandou os encontros “Sextou com Simas” no Café Literário.
A Bienal também recebeu diversos nomes ilustres da literatura, como Mauricio de Sousa, Ana Maria Gonçalves, Thalita Rebouças, Laurentino Gomes e muitos outros, atraindo fãs entusiasmados. O público geek teve sua parcela de diversão com o novo espaço Artists Alley, que destacou quadrinistas independentes de todo o Brasil.
E além disso, o evento abrigou o Rio International Publishers Summit, promovido pelo SNEL, que reuniu os principais protagonistas do mercado editorial para discutir questões urgentes, como a transformação tecnológica e o direito autoral.
A Bienal também se destacou por suas iniciativas sociais e ambientais. O festival neutralizou suas emissões de carbono com o apoio da Shell Brasil, investindo em projetos de preservação da Floresta Amazônica e energia renovável. Além disso, a Bienal realizou a coleta seletiva de resíduos, beneficiando cooperativas locais e contribuindo para a economia circular. O evento também promoveu a inclusão com tradução simultânea em libras, visitas guiadas para deficientes visuais e ações sociais em escolas públicas.
A 40ª edição da Bienal do Livro Rio bateu recordes de público e vendas, solidificando seu papel fundamental no calendário cultural brasileiro. Editoras como Sextante, Globo Livros, Grupo Editorial Record e Rocco relataram aumentos expressivos nas vendas em comparação com edições anteriores. A HarperCollins Brasil teve uma edição “histórica” com um aumento significativo nas vendas.
Esta Bienal foi muito mais do que um evento literário, foi uma celebração inclusiva, socialmente responsável e ambientalmente consciente.