A montanha-russa do futebol paulista no começo de 2024


O futebol é um esporte que eleva qualquer personalidade do “céu ao inferno” muito rapidamente / Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

O futebol é um esporte que eleva qualquer personalidade do “céu ao inferno” muito rapidamente. Ainda mais se tratando de apenas um estadual, como um Paulistão. Ao exemplo dos quatro grandes clubes de São Paulo, vemos o exemplo deste fato.

Santos

O Santos, que acabou a temporada passada rebaixado pela primeira vez na história e com uma crise profunda, trocou de presidente e treinador, lidera o Paulistão e está em “lua de mel” com a torcida. Bastaram nove (bons) jogos, para a confiança de que o clube voltará aos trilhos retornar. 

Já classificado para o mata-mata do estadual (pela primeira vez em quatro anos), o Peixe dá sinais que sua administração realmente, enfim, entende de futebol. Com a sorte de ter caído no grupo mais fraco do torneio, no qual os outros três adversários brigam contra o rebaixamento, o Santos fez sua parte e sobrou nesta fase de grupos. Mostrou força nos três clássicos e venceu Corinthians e São Paulo, além de bater de frente com o Palmeiras na sua única derrota da temporada até aqui.

Perdeu para o Novorizontino, em um resultado que pode atrapalhar o rival São Paulo e tem mais dois jogos importantes em suas mãos: RB Bragantino (no qual pode ajudar a definir o futuro do Corinthians na competição) e contra o São Bernardo (outro rival direto do São Paulo). A verdade é que somente no mata-mata que o Peixe poderá se firmar de vez como um time confiável (o que geralmente as equipes de Fábio Carille são) e garantir a classificação para a Copa do Brasil de 2025.

Palmeiras

O Verdão decepcionou nas duas partidas que mais importavam neste começo de temporada: perdeu a Supercopa Rei para o São Paulo, nos pênaltis, e sofreu um empate do Corinthians mesmo tendo dois jogadores a mais, em um lance de uma falha grotesca do goleiro Weverton.

O time segue muito forte e bem treinado, se preparando para as maiores competições da temporada, mas falhou contra os dois maiores rivais. A tirada de mão de Weverton não foi falha técnica, foi erro de fundamento. Um erro muito grave de um goleiro profissional, ainda mais do nível do atleta, cometer.

Flaco López parece cada vez mais confiante e Abel Ferreira encontrou seu tão esperado camisa 9. Com Endrick de volta, o time vai evoluir. Gustavo Gómez está longe de seus melhores momentos, e desde o ano passado vê Murilo muitas vezes salvá-lo com atuações seguras. Rony é outro que parece com seu ciclo cada vez mais perto do fim. Dito tudo isso, não dá para duvidar do time treinado por Abel Ferreira e o mata-mata pode simbolizar o novo crescimento alviverde.

São Paulo

Indo na ordem da tabela, o terceiro colocado entre os quatro grandes é o São Paulo, que já viveu seu teto, e agora vive seu chão no começo de temporada. No oposto do Palmeiras, foi muito bem nos dois jogos mais importantes até aqui: campeão da Supercopa Rei em cima do Verdão e vitória que quebrou o tabu em Itaquera, contra o Corinthians. Porém, após isso… três derrapadas seguidas: derrota para a Ponte Preta, em Campinas, para o Santos, no MorumBIS e empate contra os reservas do RB Bragantino.

Se o Tricolor Paulista jogar como nos 10 minutos finais contra o time de Bragança Paulista, voltar a vencer é questão de tempo. Mas a gordura no grupo acabou e o sinal de alerta deve ficar aceso. Novorizontino e São Bernardo estão colados e sedentos pela classificação.

Com desfalques por lesão e polêmicas com a arbitragem, Carpini precisa mostrar frieza para sair dessa situação. A ligação direta é o maior erro de seu trabalho. A principal virtude de Dorival Jr. foi acabar com os cruzamentos a rodo e usar muito toque de bola no meio de campo. Com Carpini, isso desapareceu. O meio-campo quase não arma mais nenhuma jogada, e a única criação tem sido chutão pra frente e Calleri que brigue com os zagueiros. Os cruzamentos voltaram a ser exagerados, e com muita falta de pontaria.

Corinthians

A reconstrução da vez é pro lado do Corinthians. Mas, um fator merece ser ao menos questionado: será que Mano Menezes era um técnico tão abaixo do nível assim? Pois com António Oliveira, todos os jogadores adotaram uma postura diferente. Correndo muito mais, tomando decisões melhores e voltando a jogar bem.

O espírito de raça com confiança cresceu, Yuri Alberto voltou a ter atuações de alto nível e Rodrigo Garro parece ser o nome ideal para arrumar o meio de campo do Timão.

Se a classificação do mata-mata virá, não é possível cravar. Inter de Limeira e RB Bragantino estão na frente do Corinthians, assim como o Mirassol, mas o novo ânimo e fôlego do Timão já empolga a torcida para o decorrer da temporada. Uma temporada mais competitiva parece estar por vir. Pedro Henrique, Coronado, Matheus França… boas contratações que devem agregar ainda mais. O empate no dérbi foi um resultado grandioso pela circunstância e pode determinar um novo rumo na temporada.


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