Ameaçado de queda, Bugre afasta cúpula de futebol


A entrada do Guarani na zona de rebaixamento do Campeonato Paulista desarticulou de vez uma estrutura, que começou a ser montada logo após a Série B do Brasileiro, no final de 2023, e não durou dois meses.

Ainda na noite de domingo, minutos depois da derrota para a Portuguesa por 1 a 0, no Canindé, o clube anunciou a demissão do superintendente Juliano Camargo e o afastamento do CEO Ricardo Moisés do departamento de futebol.

Dentro de campo, o time busca nesta semana sem jogos uma alternativa para superar as dificuldades e engatar uma reação urgente. Restam três rodadas para o fim da fase de grupos.

Nove dias após a demissão do técnico Umberto Louzer, o Guarani complementou o desmanche do departamento de futebol, montado com a missão de, neste primeiro semestre, fazer o time chegar, pelo menos, às quartas de final do Paulistão.

Anunciado no dia 28 de novembro, Juliano Camargo foi o responsável pela montagem do elenco e adoção de uma filosofia de continuidade, desmantelada com a saída de Louzer.

Já Ricardo Moisés, ex-presidente do Guarani, era o braço direito do atual mandatário do clube, André Marconatto, com carta branca para tomar decisões. Agora, sua função se limitará à área administrativa.

Quem também deixa o Brinco é o auxiliar-técnico da comissão permanente Rodrigo Leitão, que dirigiu o time como técnico interino na segunda-feira da semana passada, na derrota para o Novorizontino, antes de Claudinei Oliveira assumir o cargo.

Quem assume a superintendência de futebol é o ex-zagueiro Danilo Silva, que até antes da partida contra a Portuguesa era o diretor técnico do departamento.

As mudanças representam uma reação do clube ao momento dramático do time no Paulistão, que estava fora de cogitação quando os trabalhos para a temporada 2024 foram iniciados, no dia 27 de dezembro. “Chegar às quartas de final é obrigação”, anunciava Ricardo Moisés no começo da preparação, marcada por uma intensa atividade física e técnica e a contratação de 13 reforços.

Hoje, no entanto, depois de nove rodadas, a campanha é de uma vitória, dois empates e seis derrotas.

Depois de dirigir o time nos dois últimos jogos sem tempo para treinar, Claudinei Oliveira tem esta semana para trabalhar o grupo antes da partida contra o São Paulo, domingo, às 18h, no Brinco de Ouro. “Precisamos de duas vitórias nesses últimos três jogos para chegarmos aos 11 pontos e escaparmos do rebaixamento”, contabiliza o treinador.

Além do Tricolor, o Guarani terá pela frente outro time de Série A nesta reta final dentro da missão de escapar da degola: o Red Bull Bragantino, na última rodada, também no Brinco de Ouro. Entre esses dois jogos, o adversário será o Botafogo, em Ribeirão Preto.

Claudinei não se exime da responsabilidade pelo empate com o Santo André e pela derrota para a Portuguesa nas últimas rodadas, mas lembra que não treinou a equipe ainda a sua maneira.

“O modo como penso futebol é diferente do que vinha sendo feito”, diz ele, que espera, em uma semana, fazer a equipe melhorar.

Ele diz que viu evolução no Canindé em relação à partida anterior, quando o time vencia por 2 a 0 e cedeu o empate ao adversário. “Fomos mais compactos, não baixamos tanto as linhas”, justificou.

Diante da Portuguesa, a falta de agressividade do ataque foi o maior problema, avaliou.

“Precisamos ser mais incisivos. Estamos tocando demais e não conseguimos terminar as jogadas.” Claudinei também dedicará tempo para trabalhar a parte psicológica do grupo que ele vê bastante afetada. Sua ideia é identificar quem está melhor mental, técnica e fisicamente para montar o time que enfrentará o São Paulo.

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