Cientistas da Duke University, na Carolina do Norte, anunciaram um avanço significativo no diagnóstico precoce do autismo com a criação do aplicativo “SenseToKnow”. A ferramenta, com 88% de precisão, visa alertar os pais sobre a possibilidade de seus filhos terem autismo — e o teste é feito em minutos.
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O SenseToKnow analisa as expressões faciais das crianças enquanto elas assistem a um vídeo de seis minutos. O clipe inclui cenas com bolhas, uma imagem de uma raposa mostrando a língua e crianças brincando. As expressões faciais das crianças são cuidadosamente monitoradas durante o período.
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Se o aplicativo identificar um “alto risco” de autismo, os pais serão orientados a consultar um pediatra para uma avaliação mais aprofundada. Embora a ferramenta já esteja disponível na App Store, os pais só podem utilizá-lo após receberem autorização da equipe de pesquisa.
O Dr. Geraldine Dawson, psiquiatra que liderou o estudo, explicou: “O aplicativo ainda está sendo pesquisado, e apenas os pais que participam de nossos estudos podem baixá-lo e usá-lo. No futuro, imaginamos que os pais baixem o aplicativo em seus smartphones ou tablets e administrem o aplicativo aos filhos em casa.”
No estudo que embasou o desenvolvimento do SenseToKnow, publicado na Nature Medicine e apoiado pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), 475 crianças com idades entre 17 meses e três anos utilizaram o aplicativo durante uma consulta médica, onde suas expressões foram monitoradas e analisadas, contou o DalyMail.
Dos participantes do estudo, 49 crianças foram posteriormente diagnosticadas com autismo, o que representa 10,3% do grupo. A ferramenta conseguiu detectar corretamente o autismo em 87,8% dessas crianças. Para as 426 crianças que não tinham autismo, o SenseToKnow obteve uma taxa de precisão de 80,8%.
O NIH relatou que as crianças com resultado positivo para Transtorno do Espectro Autista (TEA) no app tinham uma probabilidade de 40% de serem diagnosticadas com a doença, em comparação com uma taxa de 15% para crianças com resultado positivo utilizando a pesquisa parental padrão. A probabilidade aumentou para 63,4% quando o aplicativo e a pesquisa foram combinados.
Os resultados do estudo foram consistentes entre meninos e meninas, bem como em crianças de todas as etnias.