A construção do estádio foi uma ideia do então governador do estado, Plácido Aderaldo Castelo (1966 – 1971). A ideia inicial era erguer o estádio Castelão no Bairro Alagadiço, mas seriam necessárias muitas desapropriações, e o estádio acabou precisando mudar de lugar. Os engenheiros então pensaram em outros dois bairros: Pici e Itaperi, ambos sem sucesso. Após várias alternativas, foi escolhida a área conhecida como “Mata Galinha”, hoje Castelão.

O estádio foi inaugurado oficialmente no dia 11 de novembro de 1973 e possuía somente dois lances de arquibancada, sem os setores atrás dos gols, ainda a serem terminados anos mais tarde. Inauguração contou com a realização do Clássico-Rei entre Ceará e Fortaleza. O jogo terminou empatado por 0 a 0 e contou com a presença de 70 mil pessoas.

Antes de a bola rolar, o ex-governador Plácido Castelo e o Governador César Cals (1971-1975) receberam no campo o presidente da extinta Confederação Brasileira de Desportos (CDB), Sílvio Pacheco e o craque Leônidas da Silva, o “Diamante Negro”, artilheiro da Copa do Mundo 1938, na França, com oito gols.

Confira alguns dos momentos marcantes dos 50 anos da arena, no futebol e em outros eventos.

Além do futebol, o estádio foi palco de grandes eventos. O mais marcante é a visita do Papa João Paulo II, em 9 de julho de 1980. Santo pontífice foi o primeiro papa a visitar o Brasil e desembarcou em Fortaleza, permanecendo por dois dias. O motivo foi a realização do 10º Congresso Eucarístico Nacional. Foram mais de 122 mil pessoas ao estádio.

No Castelão, João Paulo II foi recepcionado pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga e recebeu de presente do artesão cearense Antônio Barbosa Cruz, um chapéu de couro. À época, o estádio recebia até 130 mil pessoas.

No dia 27 de agosto de 1980, a Seleção Brasileira estreou no Castelão, na vitória por 1 a 0 contra o Uruguai, em amistoso. O único gol da partida – o primeiro da Seleção no Castelão – foi marcado por Getúlio, de pênalti, aos 30 minutos do segundo tempo. Mais de 110 mil torcedores assistiram à vitória.

O estádio, além de eventos religiosos e partidas de futebol, ainda foi palco na década de 90 de dois grandes shows. O primeiro da Xuxa Meneghel, em 10 de dezembro de 1996. Rainha dos Baixinhos cantou por quase duas horas e reuniu 50 mil pessoas.

Outro foi a apresentação da banda Mamonas Assassinas em 22 de dezembro de 1995.

O estádio recebeu uma reforma em 2002. Recebeu pintura externa e nova cobertura. Mas a mais marcante ocorreu quando houve a sua implosão, no dia 12 de junho de 2011. O estádio teve parte de sua arquibancada implodida. Foram nove segundos de implosão dos 130 metros da arquibancada. Foram usados 500 quilos de dinamite. A reforma foi para atender as exigências da Fifa para a realização da Copa do Mundo 2014, no Brasil.

A nova arena foi reinaugurada em 16 de dezembro de 2012. Antes do mundial, a nova arena foi palco da Copa das Confederações 2013. Arena Castelão recebeu três partidas. Brasil 2 x 0 México; Nigéria 0 x 3 Espanha e Espanha 0 (7) x 0 (6) Itália.

Já na Copa do Mundo, Arena Castelão recebeu seis jogos. Quatro na fase de grupos: Brasil 0 x 0 México; Grécia 2 x 1 Costa do Marfim; Alemanha 2 x 2 Gana e Uruguai 1 x 3 Costa Rica. Dois na fase final: Holanda 2 x 1 México (Oitavas de Final) e Brasil 2 x 1 Colômbia (Quartas de Final).

Arena ainda foi um dos centros de treinamento para as Olimpíadas de 2016 como parte integrante do Centro de Formação Olímpica do Nordeste.

No dia 9 de maio de 2013, 55 mil fãs cearenses dos Beatles tiveram o prazer de conferir de perto, a turnê “Out There” do ex-Beatle Paul McCartney. A apresentação do compositor britânico ocorreu na então recém-reformada Arena Castelão que seria palco naquele ano de jogos da Copa das Confederações e no ano seguinte da Copa do Mundo.

Além de fazer uma breve introdução em português para a maioria das músicas, o músico também usou várias expressões típicas cearenses, como “Vamos botar boneco!”, que quer dizer “fazer bagunça”, ”dar chilique” e “Eita, má!”, uma abreviação de eita, macho”. Paul também fez passinhos de dança quando acabava de cantar, como se agradecesse ao público.

Mesmo para uma Arena Castelão com um público visivelmente menor do que o do show de Paul McCartney e uma qualidade de som que não agradou todos os setores, Beyoncé conquistou o público a cada sucesso cantado, com coreografias empolgantes, “caras e bocas” e muito “bate-cabelo”. Quem não se rendia a imitar os passos, parecia estar hipnotizado com a presença e evolução de Beyoncé no palco.

Em 2014, o estádio recebeu outro ícone da música internacional. Elton John. Em 26 de fevereiro, o show do cantor inglês reuniu 20 mil pessoas. Em abril, do mesmo ano, foi a vez da apresentação do Rei Roberto Carlos cantar para um público de quase 50 pessoas.

Assista aos vídeos mais vistos do g1 Ceará: