As semelhanças e as diferenças entre audiovisual e games e o que os une: A necessidade de integração nacional. Por Pedro Zambarda


Por Pedro Zambarda, editor-chefe. Do Rio.

À convite de Hugo Gurgel, da Quanta, de audiovisual, com quem discuti num painel da Games For Change, participei do painel Play, Pause e Replay: Games são Audiovisual da Rio2C, evento de economia criativa com patrocínio de peso da Globo, em seu centenário, e do UOL. Participei na companhia de Érika Caramello, professora doutora, CEO da Dyxel e cofundadora da Rede Progressista de Games, a RPG, comigo.

Também estavam Fábio Brasil (Amorim Filmes)  e tivemos moderação de Mari Uchôa (DiversiGames).

O debate se games é a mesma coisa do que filmes, a TV ou o cinema foi rapidamente superado no diálogo. Financeiramente, jogos eletrônicos ultrapassam outras mídias, assim como inteligência artificial deve rapidamente superar os demais mercados, com a expansão das big techs. Só que as dores do mercado não são seu tamanho e sim a sua falta de regulamentação,  de incentivos públicos e de fomento direto do Estado.

Érika lembrou em sua fala que há uma formação defasada dos desenvolvedores, enquanto eu afirmei que, distante de haver um único protagonista, o Marco Legal dos Games aprovou seu melhor texto visando eliminar lacunas do cenário.

Hugo Gurgel explicou que, embora mais financiado, o audiovisual de repercussão internacional ainda é para poucos e que falta uma interiorização dos incentivos públicos.

O setor de games enfrenta uma situação semelhante. Ele é enquadrado como o audiovisual, mas precisa ser mais aprofundado para girar um ecossistema nos municípios e nos estados, atendendo a toda a federação.

Não se trata de corrupção ou de malversação do dinheiro público, mas sim que o Estado e os agentes com poder político ainda não entendem as necessidades específicas da indústria de games.

O Brasil não precisa produzir o “próximo GTA”, mas pode fazer como a China: investir em formação aprofundada e em cultura corporativa para criar uma gigante como a Tencent. Hugo ainda trouxe as experiências de fomento do México, que está se desenvolvendo mesmo com os obstáculos dos EUA de Trump.

É uma vergonha (ainda) que a maior lei de incentivo no Brasil seja apenas a Lei Rouanet, uma lei de isenção fiscal. Os governos deveriam entender que o setor aceleraria com o aporte direto e com a participação efetiva do Estado na formação de uma cultura tecnológica capaz de mudar o destino de um país.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal UAI.


Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *