Bob Wolfenson ressignifica trabalhos danificados depois de enchente em nova exposição


“O que foi atingido ganhou uma nova sobreposição, uma sobrememória”, conta Wolfenson a Vogue. “As fotografias ganharam um novo sentido, uma nova beleza”, emenda o fotógrafo, que recém-completou 50 anos de carreira em 2021, sobre os diferentes efeitos visuais que a inundação causou nas imagens.

Pelos 30 trabalhos expostos ali, por debaixo das manchas, riscos e distorções, vê-se uma série de rostos conhecidos e queridos ao longo das gerações. Da moda, Adriana Lima, Mariana Weickert e Gisele Bündchen estão lado a lado com Betty Lago e Luiza Brunet. Da cultura, Joaozinho Trinta e Caetano, entre outros, todos aparecem dispostos em jogos associativos e por muitas vezes misturados dentro de uma mesma moldura. “Essa exposição diz muito mais a meu respeito do que sobre as pessoas registradas e do trânsito que tive pela vida”, reflete Bob, sobre a memória despertada pelas fotos tão dispares dos anos 80, 90 e 2000 que figuram ali.

A mostra, que fica em cartaz até 5 de dezembro, é só um ponto de partida para planos mais ambiciosos, do fotografo e do Senac, para este projeto, que promete virar livro no ano que vem, reunindo mais um número vasto de imagens do acervo perdido. “O Sub/emerso vem de uma necessidade de ressaltar esse significado novo das imagens, e de reunir trabalhos tão díspares”, completa Wolfenson, que também já prepara para uma exposição solo no Museu Judaico em 2025.


Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *