O controverso CEO da Activision Blizzard, Bobby Kotick, fez uma reunião nesta terça-feira (10) com todos os funcionários da empresa para falar sobre uma série de assuntos.

Apresentada pelo próprio executivo junto ao ator e apresentador James Corden (do programa Carpool Karaoke), a reunião envolveu não apenas a aquisição da empresa pela Microsoft, que está em vias de ser concluída, mas também a perspectiva da companhia para os próximos anos.

Kotick abordou, por exemplo, algumas possibilidades de uso da inteligência artificial (IA) no mercado graças a pesquisas feitas na Microsoft e como isso pode melhorar o desenvolvimento de jogos em vários setores — como análise de dados, gráficos e no aprendizado de máquina em geral. E, entre essas questões, apareceu o nome da franquia musical.

Guitar Hero vai voltar?

“A re-emergência de Guitar Hero e outras coisas não seriam possíveis sem esses diferentes tipos de recursos. E então, vocês sabem, só essas possibilidades infinitas para o futuro são incrivelmente empolgantes”, citou o CEO, listando elementos como tecnologias que permitem a reprodução de jogos mais elaborados em máquinas menos poderosas.

Apesar de não significar que um novo jogo já esteja em desenvolvimento, a citação nominal a Guitar Hero não passa despercebida e nem parece ter sido aleatória — fora ela, Kotick falou sobre “os próximos 10 anos da indústria de jogos” e como o catálogo da empresa é rico por séries transformadoras, como os clássicos Pitfall, River Raid e Kaboom!.

A acessibilidade que virá por processos menos e menos caros e que ficará cada vez mais disponível, e disponível de forma mais barata, vai criar mais e mais oportunidades para as pessoas incrivelmente talentosas que temos aqui

Bobby Kotick, CEO da Activision

Além disso, essa não é a primeira vez que Kotick cita Guitar Hero diretamente: no começo de 2022, ele indicou que a compra pela Microsoft poderia ajudar no retorno da franquia. Meses depois, o executivo falou sobre o uso de IA nos games e voltou a citar a série, indicando que ela até poderia voltar com o auxílio dessas tecnologias.

O último Guitar Hero original lançado foi Guitar Hero Live, de 2015, com o setor de jogos musicais bastante transformado desde então. A desenvolvedora Harmonix, que iniciou a franquia — e também a série rival Rock Band — hoje pertence à Epic Games. Já a FreeStyle Studios, do próprio Guitar Hero Live e DJ Hero, desde 2017 é uma subsidiária da Ubisoft.

Kotick sobre os próximos anos do mercado

“Se você olhar para novas tecnologias que estão no horizonte, nós poderemos fazer coisas que nunca conseguimos antes com IA e aprendizagem de máquina. A qualidade de gráficos agora foi elevada a um lugar em que nós precisaremos de mais talento de escrita e atuação — porque não seríamos capaz de atender as expectativas dos jogadores.

(…) Jogos são sempre muito diferentes de cinema e televisão. Em filmes e na TV, você é bem sucedido por criar uma conexão que é emocional entre você e o público — nossas experiências são mais viscerais, mas isso está mudando. Temos personagens na tela e jogos que, com movimentos de boca e animação facial que são realistas… você terá que ter uma nova dimensão de conexão emocional que nós ainda não dominamos”

Kotick citou como futuro até mesmo a Neuralink, empresa de Elon Musk que testa mecanismos de leitura de atividade cerebral e controle remoto de equipamentos eletrônicos por meio de um chip implantado em seres humanos.

Eu falei um pouco mais cedo sobre a experiência física de interagir com algo na tela. Eu acho que veremos coisas como a Neuralink… você realmente será capaz de interagir com coisas na tela onde não há um controle”, diz o executivo.

Fonte: Windows Central