
A historiadora e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Wlamyra Albuquerque, comentou o 7 de Setembro deste ano e refletiu sobre o orgulho de ser brasileiro. “E o que é ser brasileiro? Acho que o 7 de Setembro e o 2 de Julho – comemoramos o bicentenário este ano – são boas oportunidades para gente discutir e pensar sobre isso”, disse, em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metropole.
“Penso que essa questão [falta de orgulho da nação] tem haver com a ideia de imagem que construímos sobre nós mesmos. A maneira como a gente se coloca no plano global, no contexto de mundo, como o brasileiro se vê, como é que ele constrói a sua imagem. Acho que nós passamos muito tempo convencidos de que futebol, carnaval, e a língua portuguesa nos define como povo. Isso foi uma ideia muito forte no Brasil. Acho que nos últimos tempos a gente começa desconfiar dessa ideia. Quando a gente tem dúvidas em relação a isso é um bom momento. A crise pode ser um bom momento”, acrescentou.
Albuquerque afirmou ainda acreditar que o complexo de vira-lata ou o sentimento de estar em uma situação colonial é velho, e essa condição precisa ser revista.
“Isso é necessário para que a gente possa se reposicionar dentro dessa estrutura global. Mas isso não se faz só economicamente e com propaganda, se faz também com a própria população brasileira, o povo brasileiro, se convencendo da sua originalidade celebrando o que se é, e com seus problemas também, porque os problemas fazem parte da construção de uma sociedade”, ressaltou.
Confira a entrevista na íntegra: