O enriquecido campeonato da Arábia Saudita tem tido um intruso neste início de campeonato: o Al-Taawoun, clube que não tem o mesmo investimento dos rivais, mas que vem com bons resultados nos últimos anos. Atual terceiro lugar no Sauditão, o time tem toque brasileiro, com o treinador Péricles Chamusca, ex-Santo André, e mais recentemente, com João Pedro, ex-Palmeiras. O atacante tem dois gols em três jogos desde que chegou ao clube em setembro, o que rendeu elogios do técnico:
– João Pedro é um dos maiores atacantes aqui do Golfo há várias temporadas. Um dos maiores artilheiros e continua mantendo sua média de gols na sua chegada. É um jogador com a característica de área, mas que tem também mobilidade de movimentação, que vai somar muito para a nossa equipe nessa temporada – comentou Péricles Chamusca.
Logo na estreia, João fez um dos gols na derrota por 3 a 2 para o Al-Ahli, de Firmino, Ibañez e Mahrez. Na rodada seguinte: abriu o placar na vitória do time por 2 a 0 diante do Al Raed. O atacante comentou sobre enfrentar grandes jogadores e fazer parte desse crescimento do futebol saudita.
– É importante começar com o pé direito, fazendo gol e podendo ajudar a minha equipe. O início está muito bom e, se Deus quiser, vamos manter assim para poder brigar no topo – destacou João Pedro sobre o início pelo novo clube.
– Claro que a gente quer sempre jogar onde as grandes estrelas estão, onde os holofotes estão apontados e agora é aqui na Arábia Saudita. A perspectiva é tentar ajudar ao máximo a minha equipe a estar no topo da tabela e tentar chegar em alguma final e levar a Copa. Ser campeão é sempre importante para botar o clube na história do país e meu nome na história do time – completou o atacante de 30 anos.
Revelado pelo Ferroviário e com passagem pelo Palmeiras em 2013, o atacante está no Oriente Médio desde 2017. Nas últimas duas temporadas defendeu o Al-Wahda, dos Emirados Árabes Unidos. Além do técnico e do atacante, o Al-Taawoun conta com outros brasileiros no elenco: o goleiro Mailson, ex-Sport, o zagueiro Andrei Girotto, o meia Flávio e o atacante Mateus Castro.
Comandante brasileiro
– Esse ano foi grande mudança de patamar, porque foi um investimento muito grande principalmente nos quatro clubes maiores (Al-Ittihad, Al-Hilal, Al-Nassr e Al-Ahli). A liga vem crescendo de nível e isso tem deixado os jogos cada vez mais competitivos e, sem dúvida, será a melhor temporada histórica na Arábia Saudita – comentou Chamusca, que levou Al-Taawoun ao 5° lugar no último campeonato.
No Brasil, o técnico levou o Brasiliense à final da Copa do Brasil, em 2002, sendo derrotado para o Corinthians. Dois anos depois, comandando o Santo André, foi campeão da competição em cima do Flamengo. O trabalho mais recente no país foi em 2013, quando comandou tanto a Portuguesa quanto o Coritiba.
Emprestado na Arábia
O treinador até poderia continuar no Al Hilal, caso o time pagasse a quantia de US$ 3 milhões (R$ 11,3 milhões). Porém, não aconteceu devido uma mudança na diretoria do clube. Após sua saída do time e retorno ao Al Faisaly, a Federação Saudita proibiu empréstimos de treinadores.