- Sexta, 22 Novembro 2024 16:29
- Escrito por UFC Informa
A Pró-Reitoria de Cultura (PROCULT) da Universidade Federal do Ceará (UFC), com o apoio do Ministério da Cultura (MinC), realizou, nos dias 21 e 22 de novembro, mais dois encontros do ciclo de seminários temáticos para a elaboração do Plano de Cultura da UFC. Com os temas “Diversidade cultural e transversalidade de gênero, sexualidade, raça e acessibilidade na política cultural” e “Coleções e museus”, os seminários foram realizados no Centro de Convivência, no Campus do Pici.
Sob o mote “Cultura se faz junto”, os seminários visam atingir todos os públicos da Universidade para planejar o rumo do campo cultural pelos próximos anos. Os dez encontros serão realizados nos campi de Fortaleza e do Interior, de forma híbrida, para que o maior número de pessoas possa participar. Os encontros são realizados em dois momentos: pela manhã, discussão do tema com palestrantes especializados e, à tarde, reunião dos grupos de trabalho (GTs) para elaboração de propostas para o plano.
“A PROCULT entende que a cultura tem que ser acessada por todos”, declarou o Prof. Sandro Gouveia, pró-reitor de Cultura da UFC. Para ele, abordar temas como diversidade e acessibilidade e levar públicos específicos para a discussão do plano, ajudam a levantar questões para que a PROCULT faça “uma reflexão das maneiras de fazer uma política que atenda a todos”.
Na manhã do dia 21 houve mesa de debate, com exposições de ideias e posicionamentos, a fim de inspirar e enriquecer os debates sobre cultura e criação de novas possibilidades inclusivas para pluralidade social por meio do Plano de Cultura da UFC. A mesa teve falas de Dáry Bezerra, presidente do Grupo de Resistência Asa Branca (GRAB), ativista LGBTQIA+ e mestra em Antropologia pela UFC; e de Clemilda dos Santos Sousa, mestra em Políticas Públicas e Gestão da Educação Superior, especialista em Audiodescrição e membra da Comissão de Direitos Humanos da UFC.
A discussão sobre acessibilidade às ações culturais para pessoas com deficiência foi pautada no lema “Nada sobre nós, sem nós”, criado na Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU). Clemilda Sousa destacou a importância de pensar nas diferentes formas de produzir conhecimento, de se expressar e fazer cultura: “O grupo de pessoas com deficiência é muito diverso na forma de experimentar e interagir com os bens culturais. Pessoas surdas, pessoas com deficiência visual, pessoas com deficiência física e pessoas autistas têm formas diferentes de expressar e compreender o mundo. Então, ter a presença de pessoas com deficiência participando do plano vai conferir diferentes lentes traduzidas em formas diversas de fazer cultura”.
Dáry Bezerra, por sua vez, enfatizou que “vivemos em uma sociedade pautada em pilares como racismo, machismo, LGBTfobia, que nos colocam nesse lugar de desumanidade, numa linha abaixo dos acessos de direitos, da garantia de direitos”. Para ela, a construção de um plano de cultura dessa amplitude vem da percepção dessa diversidade humana que compõe todos os espaços. “É dar cidadania para populações que historicamente não acessam esses direitos e trazer à tona esse debate que é possível construir institucionalmente propostas e políticas que venham a agregar todo mundo, que venham a compreender todo o corpo de pessoas nessa diversidade, nessa amplitude”, declarou.
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À tarde, as atividades foram transferidas para as salas onde ocorreram os debates nos grupos de trabalho (GT), sendo o GT 1 relacionado à “Diversidade e raça” e o GT 2 focado no tema “Acessibilidades”. A intenção é que discussões fomentem a construção das diretrizes do plano.
Já no dia 22, o debate temático teve a presença de Maurício Cândido da Silva, da Universidade de São Paulo (USP) e da Rede Brasileira de Coleções e Museus Universitários (RBCMU), e de Saulo Moreno Rocha, museólogo e educador do Museu de Arte da UFC (MAUC) e mestre em Museologia e Patrimônio. Em seguida, os participantes foram divididos entre os GTs “Criação, institucionalização e manutenção de coleções e museus universitário” e “Políticas de preservação e gestão de acervos e coleções universitárias”.
PLANO DE CULTURA – Os dez seminários estão ocorrendo em Fortaleza e nas cinco cidades nas quais estão instalados os campi da UFC: Sobral, Itapajé, Quixadá, Russas e Crateús. As reuniões dos grupos de trabalhos vão resultar na escolha de diretrizes para cada área temática. O evento é aberto à comunidade acadêmica. Para participar, é necessário realizar inscrição.
Os temas já discutidos e que ainda serão pautados nas discussões dos seminários e GTs são os seguintes: “Memória e patrimônio cultural”, “Cultura e ciência”, “Gestões culturais, institucionalização e interiorização”, “Democratização do acesso à cultura”, “Cultura, educação e formação”, “Coleções e museus”, “Cultura e arte”, “Direitos culturais, autorais, regulações e fomento”, “Comunicação, difusão e cultura” e “Diversidade cultural e transversalidade de gênero, sexualidade, raça e acessibilidades na política cultural”.
Além dos seminários temáticos, o cronograma de construção do Plano de Cultura prevê a realização do II Encontro Nacional de Cultura e Arte nas Universidades Federais Brasileiras, que acontecerá em Fortaleza, sediado na Universidade Federal do Ceará, e o retorno do Festival UFC de Cultura, com programação formativa, mesas de debates e programação artística.
Os resultados dessas ações serão reunidos e divulgados através das seguintes publicações: Plano de Cultura da UFC, Trajetória de Construção do Plano de Cultura, Anais de Encontro Nacional de Cultura e Arte nas Universidades Federais Brasileiras e o Catálogo do Patrimônio Artístico e Cultural da UFC.
Fonte: Pró-Reitoria de Cultura da UFC – e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.