Conselho do Londrina aprova rescisão de contrato com a SM Sports, gestora de futebol


O Conselho de Representantes do Londrina aprovou os termos de contrato para a rescisão com a SM Sports, gestora de futebol. Com isso, o clube está perto de sacramentar o fim da parceria, que iria inicialmente até o fim de 2025, e reassumir o comando do futebol a partir da próxima temporada.

Presidente do Londrina detalha negociação com SM Sports sobre futuro da gestão do futebo

Presidente do Londrina detalha negociação com SM Sports sobre futuro da gestão do futebo

A votação foi realizada na noite de segunda-feira, em reunião com os conselheiros, com 29 favoráveis e um contra a rescisão. Os termos agora serão levados ao departamento jurídico do clube e, em seguida, para a SM Sports. Segundo o presidente do Londrina, Getúlio Castilho, o objetivo é assinar a rescisão ainda nesta semana.

– Tivemos uma reunião com o Sergio [Malucelli, gestor de futebol do Londrina] na semana para tratar da parte de rescisão de contrato. Discutimos alguns itens, apresentamos no conselho, que acatou a maioria dos itens solicitados pelo Sergio, votamos pela rescisão. Os termos básicos vamos apresentar para finalizar juntamente com o nosso jurídico, para apresentar ao Sergio e dar andamento nessa situação – explicou Castilho, em entrevista à TV LEC.

– Em virtude da situação que vinha se apresentando há algum tempo, passamos para o conselho, o conselho aprovou, até por conta da situação que está se apresentando, todo mundo preocupado com o Londrina, com o campeonato que se aproxima a partir de janeiro – completou o presidente do Londrina.

Na negociação, uma possibilidade é de os jogadores que estão vinculados com a SM Sports fiquem para 2024. Outro ponto é sobre a utilização do CT da SM Sports, ao menos até o fim do estadual. O Londrina não tem um centro de treinamentos neste momento, contando apenas com o estádio Vitorino Gonçalves Dias (VGD) como possível local para as atividades.

A SM Sports deve abrir mão da liminar que conseguiu na Justiça para bloquear o valor recebido da Liga Forte, da venda de parte dos direitos de transmissão do Brasileirão para os próximos 50 anos.

Dos primeiros R$ 8,2 milhões liberados, 90% ficou retido por conta da liminar, com o LEC recebendo os outros 10%. O total que o Londrina vai receber da Liga é de R$ 33 milhões.

Por outro lado, deve ser abatida a dívida que a SM Sports tem com o Londrina, de cerca de R$ 15 milhões, referente a repasses que não foram feitos ao clube nos últimos anos, conforme estipulado em contrato, e outros débitos.

O ge tentou contato com o gestor de futebol do Londrina, Sergio Malucelli, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

Reunião do Conselho de Representantes do Londrina — Foto: Jefferson Bachega/Londrina EC

Reunião do Conselho de Representantes do Londrina — Foto: Jefferson Bachega/Londrina EC

Gestão do futebol

O Londrina tem a SM Sports como gestora do futebol desde 2011. A parceria iniciou quando o clube estava sob intervenção da Justiça do Trabalho por causa de dívidas trabalhistas e ficou perto até mesmo de encerrar as atividades por isso.

A SM Sports assumiu com o Londrina na segunda divisão do Paranaense. Conquistou o título e o acesso já no primeiro ano, em 2011, e depois colocou o time de volta ao cenário nacional em 2013, com a disputa da Série D do Brasileiro.

Em 2014, o LEC voltou a ser campeão paranaense após 22 anos de jejum. No mesmo ano, começou uma sequência de acessos no Brasileiro, primeiro à Série C e depois à Série B. O Tubarão foi ainda campeão da Primeira Liga, em 2017, e voltou a conquistar o estadual em 2021. Por outro lado, nos últimos quatro anos foram dois rebaixamentos à Série C – em 2019 e, agora, em 2023.

Nos últimos anos, a gestão do futebol encontrou dificuldades, começando pelo rebaixamento à Série C, em 2019, e depois com a pandemia, já no ano seguinte. Os resultados em campo, os atrasos de salário e o torcedor distante do Estádio do Café acabaram complicando a relação entre Londrina e SM Sports.

Sergio Malucelli, gestor Londrina — Foto: Rodrigo Saviani/ge

Sergio Malucelli, gestor Londrina — Foto: Rodrigo Saviani/ge

No atual contrato, a SM Sports cuida do futebol profissional e das categorias de base. O clube recebe da gestora 10% das receitas, com o time na Série B. Na Série C ou D, esse percentual cai para 5%. Se fosse na Série A, o repasse seria de 12,5%.

Neste período, o Londrina, como clube, aproveitou para sanar a maior parte das dívidas que tinha. Foram cerca de R$ 8 milhões de dívidas trabalhistas quitadas, além de grande parte de outros R$ 10 milhões de dívida federal e outros valores em aberto.

Segundo a presidência do Londrina, as pendências atuais estão em torno de R$ 12 milhões, sendo a grande parte deste valor por causa de uma ação civil pública de 1998, com o clube devendo para o Município de Londrina.


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