Servidores ainda não contam com uma carreira estruturada
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Sob forte pressão institucional e sem nenhuma garantia formal por parte do governo Lula (PT), os servidores do Ministério da Cultura decidiram encerrar a greve iniciada em 29 de abril.
A decisão que ocorreu na quinta-feira (5) foi tomada em assembleias realizadas em todo o país e confirma a fragilidade do diálogo entre o funcionalismo e um governo que, na prática, trata a pauta cultural com desdém.
Mesmo após quatro décadas da criação do MinC, os servidores ainda não contam com uma carreira estruturada, plano de cargos e salários ou valorização profissional. Uma omissão grave — e irônica — de um governo que se diz “amigo da cultura”.
Ao contrário de outros órgãos, como a Funai, que ao menos formalizou compromissos com seus servidores, o Ministério da Cultura apenas prometeu reabrir negociações se a greve fosse encerrada. Nada foi assinado, oficializado ou registrado — apenas discursos vazios e promessas vagas.
A proposta apresentada em 28 de maio pela Secretaria-Executiva do MinC (Ofício nº 2353/2025) não passa de um comunicado genérico, sem cronograma claro nem qualquer garantia concreta.
Segundo especialistas do Observatório da Cultura do Brasil (OCB), o texto representa apenas “a boa vontade” do governo, enquanto exige a rendição total da categoria para voltar a negociar.
Fontes ligadas ao movimento relatam que grevistas enfrentaram pressão nos bastidores, incluindo episódios de violência simbólica e tentativas de criminalizar o movimento legítimo dos servidores públicos.
Em meio a esse cenário de intimidação e insegurança, as lideranças decidiram encerrar temporariamente a paralisação — mas já alertam que a greve pode ser retomada caso o governo continue se esquivando de soluções reais.
Ruth Vaz Costa, da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), resumiu o clima: “O momento exige vigilância. Nada impede uma nova paralisação”.
Mais do que promessas, os servidores exigem respeito. Afinal, não existe Ministério da Cultura sem quem faz a cultura acontecer todos os dias dentro do próprio Estado.
A retórica do governo precisa, urgentemente, ser acompanhada por ações — e não apenas por pressões autoritárias e comunicados vazios.