Cultura forte é o diferencial competitivo das empresas em tempos de transformação


Referência nacional em gestão de pessoas, o executivo de RH, palestrante e coach Adriano Lima, nome mais seguido do Linkedin em sua área, compartilha uma visão prática e provocadora sobre o papel da cultura organizacional em empresas que desejam prosperar em meio a mudanças aceleradas, diversidade e inteligência artificial.

Para Adriano, uma cultura forte não é definida por frases na parede ou manuais corporativos. “Ela se revela nas atitudes cotidianas, nas conversas difíceis e, principalmente, nas decisões tomadas quando ninguém está olhando”, destaca. A solidez cultural aparece quando os valores da empresa direcionam comportamentos, mesmo em situações de crise. “O time sabe o que é inegociável”, completa.

Clareza e engajamento

Essa força invisível tem impacto direto na performance e saúde dos negócios. Segundo o especialista, uma cultura alinhada com a estratégia organizacional proporciona clareza de expectativas, engajamento e maior entrega por parte dos colaboradores. O oposto, afirma, resulta em ruídos, retrabalho e perdas, inclusive financeiras. “Muitas vezes, a saída de talentos não está ligada a salários, mas à falta de conexão com os valores da empresa”.

Em um cenário de transformações digitais, novas formas de trabalho e valorização da diversidade, manter a identidade organizacional sem engessar processos é um dos grandes desafios. “Cultura forte é, antes de tudo, clareza. Ela permite que a forma mude, mas a essência permaneça”, explica. O segredo está em escutar os colaboradores, adaptar rituais e manter o diálogo constante. “A cultura vive nas conexões humanas”, frisa.

Guardiões dos valores

Nesse contexto, a liderança exerce um papel essencial. Adriano é direto: “Uma empresa nunca terá uma cultura mais forte do que a consistência dos seus líderes”. São eles os verdadeiros guardiões dos valores, aqueles que traduzem a cultura em atitudes concretas. Por isso, investir na formação de lideranças coerentes é um passo indispensável. “Não dá para terceirizar isso”, depõe.

Empresas que cultivam uma cultura sólida também se destacam na atração e retenção de talentos. Elas comunicam com clareza sua identidade, o que acreditam e o que não abrem mão. “Isso atrai quem tem conexão com a empresa e naturalmente afasta quem não tem. E está tudo bem. Melhor do que tentar agradar a todos”, afirma. Além disso, tais organizações valorizam a transparência e reconhecem comportamentos alinhados à cultura desde o recrutamento. “Retenção é consequência de um ambiente onde as pessoas sentem que pertencem e fazem parte de algo maior”, aponta.

Empresas que cultivam uma cultura sólida também se destacam na atração e retenção de talentosEmpresas que cultivam uma cultura sólida também se destacam na atração e retenção de talentos (Foto: Shutterstock)

Cultura nasce da prática

Para as empresas que buscam fortalecer a cultura organizacional, Adriano aconselha: “Tenham clareza do que é inegociável, envolvam as lideranças, escutem quem está dentro e mantenham a consistência entre discurso e prática. Cultura não nasce de um Power Point, nasce da prática. Envolvam as lideranças. Sem elas, nada se sustenta. Cultura se constrói com quem está dentro da empresa. Mantenham a consistência. Cultura forte exige coerência entre o que se fala e o que se faz, todos os dias”, assegura.

Com mais de 400 mil seguidores no Linkedin, Adriano compartilha reflexões diárias sobre o universo da gestão de pessoas. “O que mais provoca reações é quando falo do ‘desperdício silencioso’ de colaboradores que já saíram mentalmente da empresa, mas continuam na folha. Cultura forte não é enfeite, é compromisso. É o que sustenta tudo quando os ventos mudam”, finaliza.

Mais informações: https://abrh-pr.org.br/ 


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