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O que Diniz conseguiu fazer que é dele?
Um pouco. É um futebol muito pouco posicional, o que para mim é extremamente diferente do que eu estou habituado nos últimos 10 anos. É disponibilidade para entender. Foi bacana ele deixando a liberdade para executar um pouco do jeito que a gente estava habituado e a partir daí ele ir colocando a digital dele. Ele tem consciência de que nesse primeiro momento é impossível que ele coloque o que ele tem de ideia 100% no nosso jogo. É importante que a gente jogue com aquilo que nos deu segurança e a partir daí ir modificando. Ele quer que o jogador se divirta na seleção. A partir disso, vai trazer alegria para o povo. Esse é o principal objetivo dele.
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Defensor e estudioso do futebol
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No momento em que eu cheguei na Itália e tive que lidar com um futebol mais defensivo e passei a atuar mais como zagueiro, no centro da defesa, eu passei a pensar: Po, eu gosto de ter a bola o tempo inteiro, de atacar mais, mas o que esse futebol mais posicionado atrás da linha da bola pode me dar para o meu jogo. E ter o Diniz agora, que não é posicional, é de rotação, movimentação, é um agregado de valor à minha história que não tive ainda. Vai ser de muito aprendizado para mim, de muita serventia para mim até o fim da carreira. Eu estava curioso para ver como ele implementa as ideias dele. Para mim, o mais importante de um treinador, claro, ele tem que ser bom, mas é convencer todo mundo a fazer aquilo. Tem gente que não é nível top, mas convence todo mundo a andar na mesma direção e funciona. E tem muitos bons que não conseguem convencer o grupo a fazer o que ele pensam e as coisas não andam. Estou muito curioso para seguir nesse trabalho com o Diniz para agregar valor ao que já fiz até hoje.
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Diniz interino?
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Não cabe a mim. A gente tem que pensar no hoje. O treinador da seleção é o Diniz, tem todo o respaldo dos jogadores. Não vamos tentar criar uma base, uma dinâmica, pensando que amanhã vai chegar outra pessoa. O Diniz é o nosso treinador, não tem esse papo de interino. Depois, não sei quem vai estar aqui, não sei se eu vou estar aqui. Aproveito esse momento para aprender tudo aquilo que ele possa passar para a gente. Sobre nós atletas, eu já falei na outra convocação que a seleção já contribuiu muito a nosso favor. Nos deu prestígio, maior conhecimento internacional. Então, temos que assumir essa responsabilidade. Na maioria das vezes, o jogo se trata mais sobre a nossa atitude do que propriamente do adversário. Sem menosprezar, entendendo o peso que cada jogador daqui tem.