Quando você pensa nas pessoas com maior probabilidade de serem enganadas na internet, que tipo de perfil lhe vem à mente?
Você pode pensar automaticamente nos baby boomers, muitos dos quais têm mais de 60 anos e normalmente não são tão experientes em tecnologia quanto as gerações mais jovens. Mas esse estereótipo está errado.
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Os membros da Geração Z têm três vezes mais chances do que os baby boomers de cair em um golpe online em 2022, de acordo com um novo relatório da consultoria Deloitte.
“Quando analisamos o motivo, foi porque os golpes estão sendo adaptados a essa geração”, diz Tanneasha Gordon, diretora da Deloitte, que lidera o negócio de Dados e Confiança Digital da empresa.
Isso corrobora os relatórios separados da Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês), que constatou que as gerações mais jovens têm 34% mais chances de relatar que perderam dinheiro com fraudes em comparação com as pessoas com mais de 60 anos.
Extremamente online
Os usuários de aplicativos populares, como Instagram, TikTok, WhatsApp ou Snapchat, geralmente estão na adolescência ou na casa dos vinte anos, o que constitui a Geração Z (nascidos entre 1997 e 2013).
Como essa geração está basicamente online o tempo todo, simplesmente há mais tempo e oportunidade de se deparar com golpes de compras, como mercadorias falsificadas ou produtos inexistentes, brindes e lojas falsas que só querem informações de cartão de crédito, falsificação de identidade ou golpes amorosos, além de emails de phishing para obter acesso a contas financeiras.
“Os criminosos digitais seguem os números e tentarão comprometer plataformas novas e emergentes que a geração mais jovem talvez adote mais rapidamente”, diz a Dra. Jessica Barker, cofundadora da empresa de segurança Cygenta e autora de “Confident Cyber Security”.
Recentemente, o Better Business Bureau alertou sobre um esquema crescente de “transferência de dinheiro” do TikTok que está sendo relatado em seu serviço Scam Tracker. Os golpistas prometem multiplicar seu dinheiro, muitas vezes a partir de investimentos em criptomoedas ou no mercado de ações, mas primeiro você precisa enviar dinheiro a eles por meio de serviços como Zelle ou Venmo, ou até mesmo enviar criptomoedas diretamente. É claro que esses ganhos prometidos nunca se concretizam.
Configure várias defesas de segurança
Não há uma única solução para manter seus filhos protegidos contra golpes, portanto, use todas as ferramentas.
“Algumas das coisas que estamos recomendando para os consumidores mais jovens: Habilite a autenticação em duas etapas, desative os serviços baseados em localização em seu telefone e desative o rastreamento de cookies”, diz Gordon, da Deloitte. “Exclua as contas que não estiver usando, altere suas senhas, pare de usar aplicativos que tenham preocupações com a segurança e não clique em todos os links que lhe forem enviados por mensagem de texto.”
Não pague pessoas que prometem empregos
A geração Z pode ser suscetível a ofertas de emprego boas demais para serem verdadeiras, que prometem dar início a suas jovens carreiras. Lembre-se de que “nenhum empregador honesto jamais o obrigará a pagar por um emprego”, aconselha a FTC.
Alguns golpes de emprego chegam a lhe enviar um cheque para cobrir supostos custos, como treinamento ou suprimentos, e o instruem a devolver o dinheiro que sobrar. É claro que esse cheque acaba sendo falso.
Cuidado com criptomoedas
Seja qual for sua opinião sobre a legitimidade das criptomoedas, não há como negar que há muitos golpistas no setor, e eles têm como alvo os jovens.
Os adultos mais jovens têm “quatro vezes mais probabilidade do que os adultos mais velhos de relatar uma perda em um golpe de investimento”, escreveu a FTC em um relatório de dezembro de 2022. “A maioria delas eram oportunidades falsas de investimento em criptomoedas.”
Cuidado com o inesperado
Quase todo mundo no Instagram já recebeu uma oferta para ser “embaixador da marca” de alguma empresa que supostamente adora sua conta e seu conteúdo. Esse é exatamente o tipo de abordagem inesperada que deve levantar suas defesas.
“Aconselho a todos que fiquem atentos a comunicações inesperadas, que façam você sentir algo e que peçam para você fazer algo”, diz Barker, da Cygenta. “Essa é uma combinação tóxica que sugere que alguém está tentando manipulá-lo.”
Alguns outros conselhos práticos de Barker: Use senhas exclusivas que não sejam baseadas em palavras e frases conhecidas; nunca compartilhe códigos de autenticação de dois fatores e mantenha os dispositivos atualizados para que as falhas de segurança conhecidas sejam corrigidas antes que os criminosos cibernéticos possam tirar proveito delas.
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