Foi protocolado no início de setembro, na Câmara de Vereadores, o projeto que autoriza o Município a elaborar o edital para concessão da estrutura onde está instalado o Centro de Cultura Jornalista Francisco José Frantz. O vencedor assumirá a responsabilidade por uso, serviços de operação, administração, conservação e manutenção de toda a estrutura.
O espaço conta com prédio principal, que era a sede da estação férrea de Santa Cruz, inaugurada em 15 de novembro de 1905; estacionamento, vagão de trem e locomotiva. Atualmente recebe exposições, atividades culturais, oficinas e reuniões, além de servir como atrativo para visitação.
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De acordo com o secretário de Cultura, Marcelo Corá, a expectativa é criar um eixo turístico/cultural para aquela região do Centro. “Na ocasião do lançamento da estação, Santa Cruz foi elevada à categoria de cidade. A chegada do trem significou crescimento comercial e também uma integração com a vida cultural e social do Estado”, afirma.
Corá reforça que a intenção é manter as características históricas com um ar de modernidade, dando luz e destaque à estação. “O Café Vagão Turístico e Cultural Jornalista Francisco José Frantz é um local de fácil acesso e está associado ao turismo de contemplação, por estar localizado no Centro, possuindo no entorno vários órgãos públicos importantes e uma zona comercial”, ressalta.
O projeto, seguindo os trâmites da Casa, já poderia ter sido votado. Conforme o líder de governo, Henrique Hermany (PP), atendendo ao pedido dos vereadores Bruno Faller (PDT) e Alberto Heck (PT), foi definido o dia 30 de outubro como data para análise do plenário. No caso de aprovação, serão avaliados os projetos oferecidos, tendo como premissa finalidades específicas, como gastronomia, cultura, turismo, eventos artísticos, sociais e de entretenimento.
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A empresa vencedora do edital poderá incrementar os atrativos turísticos. No caso de reformas e construções, deverá elaborar os projetos completos e com aprovação nos órgãos competentes, seguindo o regramento, como o Plano Diretor, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (Iphae), o Centro de Pesquisa e Qualidade Urbana e Rural (Cipur) e o Conselho de Desenvolvimento Urbano e Rural (CDUR), com a prévia análise e autorização do Município. Além disso, não poderá transferir, ceder, locar ou sublocar o imóvel, nem explorar atividades amorais, como político-partidárias ou religiosas.
Quem foi
Francisco José Frantz nasceu no dia 23 de março de 1917. Seu avô, Augusto Raffler, estava entre os 12 imigrantes que chegaram à colônia de Santa Cruz em dezembro de 1849. O pai, Jorge Frantz, teve importante atuação como homem público, com participação na constituinte municipal de 1892, chegando ao posto de vice-intendente em 1897, além de marcar presença em outras organizações locais.
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Schloka, como era conhecido, cresceu em um sobrado ainda existente na atual esquina das ruas Marechal Floriano e Ramiro Barcelos. Após a morte do pai, iniciou seus estudos no Colégio São Luís, onde se formou perito contador nos anos 1930. Começou a vida profissional na Souza Cruz, que se instalou a partir da década de 1920. Durante o período da Segunda Guerra Mundial, Francisco Frantz foi secretário da Associação do Comércio, Indústria e Agricultura de Santa Cruz do Sul. Ainda integrou, como sócio, o escritório Soteca e manteve uma carteira de seguros por vários anos.
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Ao lado de Willy Carlos Froehlich, Leopoldo Morsch, Bruno Agnes Arthur, Carlos Kliemann, Rolph Bartholomay, Erny F. Ludwig e Ricardo Scherer, Frantz ajudou a fundar a Editora Santa Cruz Ltda., que seria responsável pela produção da Gazeta de Santa Cruz, hoje Gazeta do Sul. No jornalismo, Frantz teve ainda destacada atuação ao participar da fundação da Associação de Diretores de Jornais do Interior (Adjori).
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Integrou a Associação Riograndense de Imprensa (ARI) e o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Rio Grande do Sul. Casado com Nelly Ema Schütz Frantz, teve duas filhas: Beatriz, já falecida, e Ângela. Schloka morreu aos 64 anos, no dia 15 de junho de 1981. Sua história foi resgatada pelo jornalista Guido Ernani Kuhn (1944-2010) no livro Um homem de fibra: Francisco J. Frantz & outras memórias, publicado em 2007 com selo da Editora Gazeta.
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