
Imigrantes e refugiados participam de festa em São Paulo
Em São Paulo, uma festa com imigrantes e refugiados celebra a tradição e a cultura de vários povos que formam a diversidade do Brasil. A cidade onde cabe o mundo inteiro abre espaço pra revelar nossas origens.
“Sou brasileira, portuguesa e espanhola”, diz a economista Maria Cristina Sanches Amorim.
Num só lugar, 55 nacionalidades falam a mesma língua. Gente que teve que deixar a terra natal em crise para morar no Brasil, e agora enriquece a nossa cultura.
“As pessoas não estão conhecendo só a parte ruim da Venezuela, e isso é importante” diz a cozinheira Yilmary de Perdomo.
Na bagagem de Jean Pierre, vieram as comidas da República Democrática do Congo, país africano que vive intensos conflitos. E a curiosidade por novos sabores.
“Feijoada e ovo frito. Eu gosto, acho muito legal”, relata Jean Pierre Omana, atendente de restaurante e ajudante de cozinha.
É pela comida que eles buscam um futuro, pelo artesanato também. O passado difícil do artesão Esmatullah Mohsini tem a fuga do regime de opressão do Talibã, no Afeganistão. O presente, o acolhimento desse casal de brasileiros, os três formam uma família que faz o estrangeiro se sentir em casa.
“Falei pra ele: ‘o que eu puder fazer pra você vencer na vida, cara, eu vou fazer’. A gente não tem filho e foi abençoado com esse rapaz 10 meses na nossa casa e conquistou o coração de todo mundo”, diz o representante comercial Charles Henrique.
“Muito feliz. Agora tenho trabalho, meu trabalho graças a Deus. ‘Vamo que vamo’, fazer a vida bom”, diz Esmatullah, de 19 anos.
A festa tem como cenário o Museu da Imigração, que guarda muita história.
É que, até 1978, o espaço funcionava como uma hospedaria dos imigrantes, por onde passaram, ao longo de 91 anos, 3 milhões de pessoas de 70 nacionalidades. Gente que chegava aqui e dormia em camas como essas.
Foi no Brasil que a cantora palestina Oula Alsaghir construiu o lar da família. “Emociona mais porque tô cantando coisa de significado mesmo que eu to sentindo”.
E foi aqui também o encontro entre o neto de russo e a filha de ucranianos.
“O Brasil é maravilhoso, acho que não tem país melhor assim em termos de acolhimento, de coração. A gente fica chateado pelo que acontece lá. Tenho amigos russos, como meu amigo aqui de coração que não tem nada, amo de paixão”, afirma a artesã Maru Kuziv Martinuci.
“A gente tá aqui pra mostrar que acima de tudo todo mundo aqui é gente”, diz Daniel Petrika Pasitznikk.