Parte desse capítulo marcante da década de 1990 no Brasil é recordado no filme “Maníaco do Parque”, de Mauricio Eça – mesmo diretor de “A Menina que Matou os Pais” e “O Menino que Matou Meus Pais”, sobre o caso Richtofen. Aqui, entretanto, o diretor parte do ponto de vista não apenas do assassino (feito por Silvero Pereira), mas das vítimas. Essas ganham voz a partir de uma jornalista fictícia: Helena, interpretada por Giovanna Grigio, na qual começa a investigar o caso e enfrenta o machismo na redação.

A abordagem do longa é dúbia, já que, por um lado, segue a trajetória de um true crime mais padronizado, ao explorar o ponto de vista do personagem título – são mostrados seus ataques e a abordagem que fazia para atrair as vítimas. Por outro, serve como uma homenagem e lembrança as mulheres que sofreram com Francisco, inclusive trazendo os depoimentos e criticando como o jornalismo naturalizou o serial killer na época.

A produção também explora o personagem enquanto alguém sedutor, capaz de convencer facilmente as mulheres. De acordo com seu depoimento posterior no interrogatório, ele sempre oferecia fotos e um bom cachê, se dizendo um caça talentos. Além disso, sempre recheava elas de elogios. Essa personalidade ficou tão marcada que ele recorrentemente recebia cartas de admiradoras, mesmo depois de preso e condenado.

Francisco foi condenado a 260 anos de prisão, sendo que o último julgamento que estabeleceu a condenação final por homicídio foi em 2002. No entanto, como a lei da época estabelecia um teto de 30 anos, ele poderá vir a ser solto em 2028.

O elenco do filme ainda tem nomes como Xamã, Bruno Garcia, Augusto Madeira, Bruna Mascarenhas e Marco Pigossi.

“Maníaco do Parque” está disponível no Prime Vídeo.

Assista ao trailer: