Fundadora do Aria Social: “Um País sem Cultura é um Corpo sem Alma”


Cecília Brennand, fundadora do Aria Social, está na lista Forbes Mulheres Mais Poderosas do Brasil

Alicia Cohim
Cecília Brennand, fundadora do Aria Social, está na lista Forbes Mulheres Mais Poderosas do Brasil

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Aos 16 anos, ela se tornou professora de balé. Hoje, lidera uma instituição social que transforma a vida de crianças, adolescentes e suas famílias no Recife (PE) por meio da dança, da música e da educação. Cecília Brennand, 65 anos, está na lista Forbes Mulheres Mais Poderosas do Brasil de 2025. Ela é fundadora e lidera o Aria Social, uma organização da sociedade civil de interesse público que atende anualmente cerca de 580 alunos.

Mais de 13 mil já passaram por ali e mais de 60% ingressaram no ensino superior. “Acredito na arte como uma força transformadora. Ela supre uma demanda social e contribui com a democratização cultural e artística de Pernambuco. Não é sobre ser artista, é sobre ser cidadão.”

O musical “Capiba, Pelas Ruas Eu Vou” é um exemplo, entre tantos. No ano passado, um grupo de mais de 70 bailarinos-cantores se apresentou em São Paulo e em cidades do Nordeste para um público total que supera 25 mil pessoas, levando a história de Lourenço da Fonseca Barbosa (1904–1997), o Capiba, conhecido como o maior compositor de frevos do Brasil, que também escreveu canções de samba, guarânia e maracatu, além de ser protagonista na criação do Galo da Madrugada.

“O impacto é imensurável, pois são muitas histórias que se multiplicam. Tem, por exemplo, ex-alunos que se tornaram professores em suas próprias comunidades e também fora do país.” Wagner Lima se tornou uma inspiração. Ele fez parte do projeto, é bailarino e professor formado pela International Dance Theater Association, na Inglaterra, e hoje é coreógrafo em Portugal.

Os eixos de atuação do Aria Social são: arte-educação, formação artística, profissionalização de professores de dança, música e curso técnico em dança com certificação do Ministério da Educação (MEC) e inclusão social. Em paralelo, todos estudam língua portuguesa e raciocínio lógico. Com isso, além da importância da arte no aprendizado na educação formal, quem passa por ali pode sair com diploma, profissão e se inserir no mercado de trabalho.

Além de oferecer formação e profissionalização na música e na dança a crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social, o Aria Social apoia as famílias com capacitação em técnicas de artesanato, fomentando o empreendedorismo local. “Percebemos que as mães que acompanhavam os filhos também enfrentavam situações complexas. Assim, criamos em 2017 o projeto Casa de Maria, que hoje apoia 140 mães artesãs.”

Já são cinco décadas dedicadas à arte aliada ao social. Nessa trajetória, Cecília transformou o espaço que um dia foi ocupado por uma galeria em um lugar vivo. Com três filhos, quatro netas e algumas sapatilhas, diz não querer parar. Pelo contrário, neste momento, dedica-se à pesquisa para a criação de um musical que homenageia Luiz Gonzaga. “Um país sem cultura é um corpo sem alma. Vivemos em um lugar onde sonhos não precisam ser só sonhos.”


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