
Matilde Ribeiro, ex-Ministra da Igualdade racial. Atualmente professora na UNILAB – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro Brasileira. Doutora em Serviço Social pela PUC – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Doutora Honoris Causa pela UFABC – Fundação Universidade Federal do ABC.
O Hip hop é um universo cultural, educacional-politico, um saber enraizado no Brasil e no mundo. Essa cultura inclui uma grande variedade de estilos, como – breaking, locking, popping, e krumping que foram desenvolvidos na década de 1970 por negros norte-americanos e latino-americanos. Na atualidade no Brasil, os seis pilares do hip hop representam aspectos mais importantes desse movimento artístico e cultural: os DJs (Disk Jockeys); os rappers; o beatbox; os MCs (Masters of Ceremonies); a dança hip hop; o graffiti.
Essa cultura tem se tornado mais conhecida por meio do rap – as rimas que falam sobre política, amor, cotidiano e a vida em sociedade, enfatizando a desigualdade e a luta pela sua superação. A atuação nos espaços de ensino, culturais e artísticos valorizará em muito esse campo de conhecimentos e saberes e a vida das/os jovens nas periferias e nos centros urbanos, e, também habita os meios das instituições de ensino contribuindo para a educação e cidadania.
O ano de nascimento é 1973, “12 de Novembro é o dia Internacional do Hip-Hop”, com a fundação da Zulu Nation (Nova Iorque – Bronx), a pioneira e mais importante organização do hip-hop mundial. Portanto, em 2023 são comemorados os 50 anos do hip-hop como um movimento cultural internacional, que se constituiu a partir de sonoridades e influências de estilos musicais de origem afrodescendentes, como o funk, o blues, rock, reggae e jazz.
“06 de Agosto é o Dia do Rap Nacional” constituindo-se a partir de intensa história iniciada nos anos 1980 no Brasil, o centro receptor foi a cidade de São Paulo, e, posteriormente espalhou-se por todas as regiões em espaços predominantemente urbanos, mas chegando também nas áreas rurais, quilombos etc.
Diante de tão intensa história é importante ressaltar a presença feminina na produção do hip hop no Brasil. Mesmo com baixa presença e visibilidade, as produções das mulheres expressam aspectos do feminismo, ancestralidade, denúncias de machismo, assédio, aborto, racismo entre outros.
Deve-se considerar que hip hop é muito mais do que um gênero musical, é sim um movimento artístico e cultural que nasceu nas periferias urbanas e que, por esse motivo, passou por uma grande marginalização durante o começo da sua história, e, de certa forma até os dias atuais, pela indústria e o mercado cultural que tende a valorizar o que é considerado universal e hegemônico, isto é, os gêneros musicais, artísticos e culturais dos centros urbanos, do “mundo branco” e capitalista.
São várias temáticas e desafios a serem enfrentados para uma atuação fortemente engajada, tendo ao centro o hip hop na relação com as universidades, e as instituições sociais e políticas. Essa é uma importante ação a ser incrementada, em respeito a produção da juventude negra brasileira!

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