É indiscutível que a maior responsabilidade pela crise financeira dos clubes, entre os quais o Galo se destaca, é responsabilidade de administrações temerárias do passado. Virou rotina, em tempos até recentes, adiantar receitas e fazer dividas astronômicas para seus sucessores. Acompanho, com interesse e sem a competência necessária, a situação do nosso Galo. Mas, foi a entrevista da Leila – lá dos porcos – que me fez refletir sobre a nossa situação.
Rapidamente ao desabafo dela. Chegou ao Palmeiras, sem ser convidada e ofereceu ajuda – patrocínio e emprestou seu nome -, tirando o time de quase outra série B para o caminho de incontáveis vitórias. Agora, depois disso tudo, torcedores protestando cometeram atos de vandalismo contra o patrimônio do clube e da empresária. Disse mais, sobre patrocínio, ao ser confrontada sobre valores de outros clubes. Desafiou a comprovar ser superior e assegurou cobrir essa quantia.
Digo isso para chegar onde pretendo. Nossa dívida, por inúmeras vezes já debatida aqui, não é dessa gestão. Vem de inúmeras administrações do passado, onde numa delas se destacou a avançou muito. Os valores corrigidos, ainda que medonhos, são os mesmos que Sérgio Coelho/Zé Murilo encontraram quando assumiram a presidência e vice. Os conheço, e entre os quatro Rs – agora reduzidos a três – só proseei por duas ou três oportunidades com o Ricardo Guimarães. Nenhum dos dois Menins – os majoritários – provavelmente nem saibam da minha existência.
Pois bem, acho que é incontestável se não fosse a entrada deles na vida Atleticana, duas situações nos dias atuais estaríamos convivendo. A primeira, os títulos de 2021 – BR e CB – não teriam sido comemorados pela Massa. A outra, pelo que vínhamos acompanhando, nossa gestão financeira/administrativa já teria decretado a falência. Com riscos sérios de séries B ou abaixo dela. Reconheço isso na ação deles, o que não me impede em ter opinião que possa divergir – ainda que em parte – do que fizeram, fazem e ainda irão fazer agora como donos da SAF Atleticana.
O Estádio do Galo. Por maior que seja o orgulho do Torcedor, é algo que ainda não está totalmente comprovada sua eficácia. Torço por isso. Mas, me lembro, fazem quatro ou cinco anos – antes do início das obras – tive duas boas prosas sobre esse assunto com pessoas autorizadas a tentar algo diferente. Uma do governo e outra da cozinha do Galo. A primeira se mostrou sensível e a outra afirmou que era questão fechada do então promissor investidor. Tomara que dê certo. Ganhamos todos!
Outro ponto que acho ter sido precipitado por parte dos atuais donos da SAF, notadamente o Rubens e Rafael, foi dizer – ainda em 2021 – que daquela conquista pra frente seria uma nova fase Atleticana. Que poderíamos, ouvi isso, contratar dois ou três Hulks por ano. Pois o time de 2022 foi abaixo daquele – ao desmontar parte do elenco – e o atual pior que o do ano passado. Fica sim uma enorme frustração no Atleticano. Vamos fechar 2023, igual ano passado, apenas com o mineiro. A vaga da Libertadores, que conseguimos na última rodada e na fase pré, pode nem se repetir. Deprimente!
Por outro lado, aí volto à Leila, o que teria sido de nós Torcedores do Galo se não tivéssemos contado com esses Atleticanos abraçando a gestão? Pior, muito pior mesmo. Temia, agora com a SAF nem um pouco, que com tantas críticas – algumas injustas e pesadas como a presidente dos porcos vem sofrendo – esses investidores abandonassem seu apoio. Seria o fim! Ruim com eles (nem tanto quando apregoam alguns poucos com interesse político interno), pior sem eles. É como penso!
Na condição de Atleticano profissão esperança (copiado do álbum que reuniu Clara Nunes e Paulo Gracindo) espero e desejo que o ano de 2024, sob a égide da SAF do Galo, tenhamos um time diferente. Reformulado, rejuvenescido, comprometido e com uma folha salarial compatível com a nossa realidade. Não vou deixar, como alguns ameaçam, que eventuais frustrações interfiram na minha Atleticanidade. Sempre fui Torcedor/consumidor e nunca me ocupei ou me vinculei a grupos internos, portanto seguirei o corneteiro de sempre. Só vou me preservar um pouco a partir do final da temporada. Sigamos!
*fotos: Atlético