Jogamos: Resident Evil 9 é a Capcom reconhecendo sua própria grandeza


Aparentemente, a Capcom não está muito a fim de deixar sua coroa cair. Já é quase inegável que a desenvolvedora japonesa se tornou o estúdio mais prolífico da atualidade, e se houvesse um título para os melhores jogos expostos no Summer Game Fest, ela já acumularia dois troféus em sequência: em 2024 com Monster Hunter Wilds, e em 2025 com Resident Evil 9: Requiem.

O Omelete foi um dos primeiros veículos do mundo a colocar as mãos no game, além de ter assistido a uma apresentação que mostrava os detalhes de seu primeiro capítulo. Tudo começa logo depois da cena final do trailer, com a protagonista Grace de ponta cabeça em uma maca.

Ela consegue se soltar e explora a misteriosa mansão em que está presa, repleta de corredores apertados e cômodos que hostilizam com sua escuridão. A primeira memória que vem à mente, ao assistir a esses cenários, é do P.T. de Hideo Kojima; entretanto, logo nos vemos em uma situação bem característica da franquia, em que o jogador precisa ir e voltar nos cenários em busca de itens que irão desbloquear seu caminho aos poucos.

Claro, não sairíamos do teatro em que a demo foi mostrada sem alguns sustos, e Grace precisa confrontar um inimigo gigantesco, que a persegue pela casa. Após sua introdução, o jogo passa a abusar de jump scares, mas que só funcionam pela incerteza e tensão construída pelo escuro e ruídos que ecoam pelos corredores.

Ao final da apresentação, um aviso da Capcom: este é apenas o primeiro capítulo da sinfonia mais assustadora que já fizemos. Depois, uma cena pós-créditos sutil, mas que transmite, até com um pouco de soberba, a posição de privilégio que a empresa se colocou.

De volta à visão de Grace, em primeira pessoa, o vídeo mostra o menu de opções e desliza para o menu de perspectiva. Com o toque de um botão, a gameplay passa a ser em terceira pessoa, arrancando uma risada dos jornalistas mais discretos no teatro, e a gritaria dos mais animados.

Já com toda essa bagagem, tivemos a oportunidade de jogar a demo que nos foi mostrada, e algumas nuances se apresentam. A primeira delas é que, aparentemente, Resident Evil 9 passará longe da ação. Grace não é ágil, e chega a tropeçar se corre por muito tempo; a ausência total de armas nessa primeira sequência também já aponta um aceno bem maior ao survival horror.

Para o lugar do combate, o substituto parece ser um sistema delicado de stealth. Em determinado momento, o jogador precisa empurrar uma mesa para chegar a uma chave de fenda numa prateleira. Trombar com ela nas paredes, entretanto, faz com que alguns objetos caiam e chamem a atenção do monstrengo que persegue Grace.

A mesma lógica de som funciona para escapar do inimigo pelos corredores da mansão, e é possível ver que Grace até segura sua respiração quando passa perto demais dele. Usar os cantos e as pequenas oportunidades do cenário para conseguir manobrar em torno dos monstros também parece que será uma constante no game.

Em uma visão mais abrangente, também vale projetar que a chegada de Grace, personagem que tem uma ligação muito sutil com o atual cânone da série, pode até ser um motivador para que novos jogadores se aproximem da franquia. Afinal, a história, ao menos por enquanto, não parece depender tanto de um conhecimento prévio.

Resident Evil 9: Requiem foi o melhor jogo do Summer Game Fest 2025, tanto na apresentação quanto durante os testes do Play Days, e a sequência atual de acertos da Capcom só dá mais empolgação para seu lançamento em fevereiro.


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