Martinho da Vila receberá honraria por defesa da cultura


Um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira receberá o Mérito Cultural da PUCRS Texto: Redação | Foto: Leo Aversa

  • Por:
    Nataly Simões

6 set
2023
– 15h26

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Imagem mostra Martinho da Vila. O músico aparece sorrindo, com os braços cruzados e com um casaco e um boné, ambos na cor azul.

Imagem mostra Martinho da Vila. O músico aparece sorrindo, com os braços cruzados e com um casaco e um boné, ambos na cor azul.

Foto: Leo Aversa / Alma Preta

Aos 85 anos, Martinho da Vila se dedica há mais de 50 ao fortalecimento da cultura nacional fazendo música para todo mundo cantar, dançar e sambar e abraçando causas e temáticas sociais e raciais. A honraria Mérito Cultural, que simboliza o reconhecimento da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) a uma personalidade do meio artístico, será entregue ao sambista em novembro.

O título será entregue em um show especial do sambista em meio às comemorações de 75 anos da instituição de ensino. O “Concerto Negra Ópera”, inspirado no álbum que Martinho da Vila lançou em maio, promove a união de música popular e erudita, com referências da cultura afro-brasileira e tratamento orquestral ao repertório. É baseado no livro “Ópera Negra”, escrito pelo artista a partir da obra “Pelléas et Mélisande”, de Debussy.  Em estrutura, o show se assemelha a uma ópera: apresenta abertura instrumental e divisão em três atos. As músicas abordam questões como a negritude, os conflitos da vida na favela, as rodas de capoeira e os pontos de umbanda e candomblé.

A cada ano, o Mérito Cultural PUCRS é atribuído a uma personalidade do meio artístico cuja carreira seja marcada pela defesa da cultura enquanto instrumento de humanização e educação. O Mérito já homenageou Fernanda Montenegro (2018), Maria Bethânia (2019), Lima Duarte (2020), Alcione (2021) e Alceu Valença (2022).

Uma trajetória feita no compasso do samba

Martinho da Vila nasceu em Duas Barras, no Rio de Janeiro, em 12 de fevereiro de 1938. A partir de 1965, passou a se dedicar de corpo e alma à Escola de Samba Unidos de Vila Isabel: compôs grande parte dos sambas-enredo consagrados e colaborou para a criação de temas de inúmeros desfiles. Surgiu para o grande público no III Festival da Record, em 1967, quando apresentou o partido alto “Menina Moça”. No ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival, lançou seu primeiro sucesso, o clássico “Casa de Bamba”, seguido de “O Pequeno Burguês”.

Nacionalmente conhecido como sambista, o artista é um legítimo representante da Música Popular Brasileira (MPB), com várias composições gravadas por cantores e cantoras de diversas vertentes musicais. Ao longo de sua trajetória, lançou mais de 20 livros, ultrapassou o marco de 50 álbuns e acumulou inúmeros prêmios e títulos, entre os quais figura agora o Mérito Cultural PUCRS 2023.


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